sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

balanço1

em termos de balanço do ano há duas ou três áreas que considero cruciais no decorrer do presente ano e que se irão repercutir mais além; são áreas que condicionam e estruturam a ação escolar, os desempenhos educativos; são elas, a área legislativa (continua-se a olhar o sistema educativo como uma enorme estrutura político administrativa), a organização e funcionamento da escola (não há cão nem gato que não lhe queira mexer), a estrutura docente (sorvedouro de recursos e muita ineficácia), os impactos nos resultados e nos processos decorrentes de lógicas de eficácia e eficiência (ou seja, a mudança de uma lógica de afetos para uma lógica de mercado);
para este primeiro apontamento de balanço, a estrutura política e administrativa;
no decorrer do presente ano não houve ponta por onde o atual ministério não tivesse pegado e deixado a sua marca administrativa, foi a revisão da avaliação de desempenho, a gestão e administração, o currículo, a avaliação, entre outras; são medidas que irão condicionar a estrutura e funcionamento da escola nos próximos anos, seja por efeitos das medidas de política, seja pela tentativa de adequação dessas propostas, seja na sua implementação; 
por via administrativa, quase sempre área privilegiada da atuação política e ministerial, o sistema muda lentamente de lógicas de funcionamento e organização; mas ao se pretender mudar o sistema não implica necessariamente que a escola mude, e essa não muda, tende à resistência, a conformar-se nas suas zonas de conforto e segurança, dadas por anos de experimentação; resgista-se assim alguma tensão, senão mesmo contradição, entre a estrutura política e administrativa e o funcionamento da escola; não será de escolas de cosmética que falo, mas de desadequação entre estruturas de organização e funcionamento onde se criam tensões e contradições; tensões que irão durar e perdurar por muito mais tempo; 

(des)Governo

Ontem, a propósito de notícias vindas a público e dadas aos comentários ao longo do dia, escrevi (no meu cantinho do facebook):
Acredito, como socialista que sou, que o PS tem e deve ser alternativa, mas nesta altura existem ainda excessivos fantasmas e teias de aranha a mais, pelo menos nas figuras que ilustram aquela bancada, para que possa ser alternativa; preparado pode estar, mas há muito pó para limpar... Isto se quiser ser alternativa de futuro e não mero penso rápido.
Obviamente que poucos me ligaram; mais, em espaço de camarada, onde também deixei comentário, passou despercebido; 
é a ignorância da minha pessoa, o olhar para o lado, assobiar e fingir que nada se passa; 
pois é, há quem procure outras coisas que não a mera e simples afirmação de opiniões - neste país e nos últimos tempos é proibido ter opiniões, e não é apenas na área do governo; 
não escrevi eu que aqueles que defendem que o PS está pronto para governar, são muitos daqueles que estão afastados do ps, mas que nele mandam, põe e dispõem com conhecimento da coisa; não basta, em meu entender, querer o desgoverno do país, para isso já cá andam outros que defendem que quanto pior melhor; há que afirmar alternativas (e não meras alternâncias) que deverão passar por outros rostos, menos comprometidos com o profissionalismo da política...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

distraído

Reconheço que mesmo antes de um qualquer balanço tenho andado distraido, deve ser da pausa pedagógica, das festas ou dos comes e dos bebes em amenas cavaqueiras, o certo é que a discussão local sobre os mega agrupamentos me tem passado um pouco ao lado;
A partir de um apontamento que considero deveras interessante, suscitam-me dúvidas sobre como corre a coisa por estas bandas, é tudo muito opaco, restrito e circunscrito a poucos espaços de diálogo, debate e menos ainda se participação;
Porque será?

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

do balanço

Terminado o natal, ainda a desfrutar das prendinhas - e eu que recebi uma que me deixou de olhos e alma arregalados - é tempo de se começarem os balanços de um ano, este mesmo que se apresta a terminar;
para já apenas a referência das alembraduras que o facebook nos deixa; considerei bastante interessante a revisão que nos lega de coisas que nós próprios ali colocamos e que nós também valorizamos; circunstancialmente irei deixando alguns apontamentos do balanço deste ano que, globalmente e cá para o fé, foi para esquecer, apesar se um outro dia mais ou menos;

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

fim

pelo menos até ao momento e no que se refere à minha pessoa, o fim do mundo ainda não chegou;
começo a desconfiar que o fim do mundo é mesmo obrigarem-me a ver o que este governo nos anda a (des)fazer...
aproveitem e FELIZ NATAL

coisas da educação

a educação, mais do que qualquer outra área social, anda constantemente nas bocas do mundo, nas considerações dos fazedores de opinião, na análise pessoal de cada profissional;
a propósito das agregações não há cão nem gato que não tenha opinião, mas aqueles mais diretamente envolvidos e pretensamente interessados devem andar em pausa natalícia, ou distraídos, ou à espera para ver o que dá, ou ver para crer, ou à espera da reforma...
a saúde alterou o seu modelo de gestão, a opinião pública, os utentes poucos se terão apercebido de tal, mas os grupos profissionais, fruto das implicações que consideram, mexeram-se e, uns mais que outros, condicionaram o modelo que acabou por entrar em vigor; 
na educação também... não...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

circulos

em tempos de virtualidades, das distâncias físicas partilhadas pelo proximidade das redes sociais, (re)criou-se um grupo de amigos que, cara a cara, frente a frente, olhos nos olhos, trocam ideias e partilham argumentos; nem sempre estão de acordo, mais não seja pelos clubismos que cada qual é do seu, pelas políticas que, apesar das militâncias, se registam diferenças, mas o bom mesmo são os dois dedos de conversa, o frente a frente, a companhia que fazemos uns aos outro; 
são momentos de partilha, catarse e simples amizades entre pessoas algo diferentes;
já tinha saudades destas amenas cavaqueiras...

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

nem sim nem não antes pelo contrário

a propósito das notícias da eventual transferência da gestão escolar para os municípios direi nem sim nem nem não, antes pelo contrário; tudo dependerá do município e da sua equipa, como da gestão escolar e das orientações que define; 
ou seja, não me prendo a circunstancialismo de política (cartão para os diretores, conivências partidárias, etc), nem a coloquialismos bacocos (amiguismos, clientelismos e outras farsas trafulhas de pouca monta); 
dependerá em muito do município e da sua equipa e, assim sendo, quanto maior o município melhor, menos presença o presidente da câmara terá e eventualmente maior a articulação entre entidades; agora em pequenos municípios do interior, sem quadros e com muita testa de ferro pela frente corre-se o risco de, das suas uma: o município ser um claro entrave nas políticas educativas, querendo assumir o seu protagonismo mais imediatista ou simplesmente desvincular-se da coisa, deixando ao livre arbítrio do diretor;
uma ou outra poderão ser boas, más ou assim assim;
o grande, mesmo grande problema que encontro nestas medidas, é o receio que tanto as populações como os profissionais da educação se desvinculem do processo, não exercendo nem o controlo democrático nem exigindo a prestação de contas devida numa democracia participativa e se abandonem a si mesmos - e há tantos casos assim nas recentes agregações, ou na sua tentativa...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

alternativo

dentro das funções que assumo, estive na reunião do pca (percursos curriculares alternativo) da minha escolinha; entretenho-me a estudar e a perceber a coisa; o objetivo é perceber como se institui o pca como uma tecnologia organizacional alternativa ao ensino pretensamente regular, mas também enquanto forma cooperativa entre docentes; retirei diferentes notas que já remeti a alguns docentes; deixo aqui apenas uma:

as oportunidades que limitam, como é o caso da implementação de um pca na procura de outros modos de agir sobre as mesmas dificuldades, de se encarar uma eventual resposta a desafios docentes, com os limites que normalizam, como acabou por acontecer com as grelhas de acompanhamento dos alunos, de identificação de estratégias de “apoio e promoção do sucesso” [tábém tá] que em nada se relacionam ou articulam com um percurso que deveria ser, mas não é, alternativo;

será interessante perceber como "encaixotar" ou como os docentes encontrarão formas e que formas de "encaixotar" estas ofertas (e/ou outras) na estrutura normalizada do despacho normativo 24-A/2012;
afinal deixo de ser o único criativo por estas bandas...

coisas da gestão

como observador privilegiado de diferentes realidades, dá para perceber que a gestão escolar pouca falta faz; 
talvez para resolver problemas criados por outros, enfrentar as moengas dos outros, acima de tudo ter alguém ou algo que ature aquele problema, aquela situação, daquele aluno/a; mas isso não é gestão e menos ainda administração, houvesse dispersão de competências na escola, por exemplo pelos diretores de turma, pelos coordenadores de departamento, e a gestão faria ainda menos falta;
ao olhar para a escola onde estive o ano transato, ou para o meu agrupamento de escolas, a gestão fica resumida a duas ou três semanas entre finais de agosto e princípios de setembro, todo o restante período os professores resolvem, desenrascam... mas não é de voluntarismo nem de desenrascanço que se precisa, essa é que é a moenga...
precisa-se de uma ideia de escola a médio/longo prazo, de estabilidade para implementar medidas, de um pensamento que envolva e comprometa os parceiros no alcance de metas, na resolução de problemas, e, aí, é que falta muita coisa...

inveja

esta coisa da inveja tem muito que se lhe diga e somos, nós os tugas, um bom bocados invejosos;
têm inveja da minha situação, bem que trocava com qualquer um; não há trabalho que nos valha, há inveja, talvez por aquelas razões mais parvas, não fosse a própria inveja parva, mas irrita-me sentir a inveja das pessoas, já nem comento, não digo nada sigo em frente da inveja dos outros...

domingo, 16 de dezembro de 2012

memória futura

será a primeira e última vez (digo eu hoje, pois claro) que escrevo sobre política regional; e faço-o apenas em termos de memória futura e a pretexto de mais um anúncio de candidatos autárquicos no distrito de évora;
o tempo o dirá se tenho razão ou se estou apenas ressabiado, zangado ou qualquer outra coisa dessas;
nas próximas eleições autárquicas o meu ps, o ps daqueles valores e das ideias pelas quais norteio a minha ação, poderá ficar na história por ser o responsável por desbaratar o trabalho dos últimos anos, em particular de 2001 para cá; 
de 2001 para cá o ps do distrito de évora passou e afirmou o seu protagonismo e os seus projetos municipais; no início do século o ps detinha a presidência de 6 municípios contra 8 do pcp; nas últimas eleições, 2009, o ps ficou com a presidência em 7 municípios contra 4 do pc, passando de 34% para 39% no distrito e o pc desceu de 41% em 2001 para 34% em 2009
nas próximas, outubro do próximo ano, vamos ver o que acontece mas tenho dúvidas em muitos dos concelhos sobre a capacidade do ps em se afirmar e mais ainda em ganhar novos espaços; há muitas variáveis em jogo que, nesta altura, não se conhecem, mas o que se augura não é bom, não é não senhor...
esperar para ver...

acefalia

se cruzarmos o despacho normativo 13-A/2012 (organização do ano letivo e dos que hão-de vir) com o 24-A/2012 (relativo à avaliação do ensino básico) facilmente se percebe que este governo pretende um grupo docente acéfalo, sem espaço de pensamento e menos ainda de crítica; entre um e outros dos despachos poderá ficar subentendido que o objetivo é retirar qualquer espaço de pensamento à classe docente, ocupar o pessoal para que não haja possibilidade de respirar, quanto mais pensar; fica-se restringido à ideologia ou à fé e pronto...
primeiro, são ambos despachos normativos, isto é, não pretendem deixar espaços de interpretação que não seja a definida pelo legislador; são normas onde, de acordo com o direito português, primeiro se cumpre e obedece e depois, só depois, se pode questionar;
segundo, ocupam de tal maneira o docente que não há espaço para qualquer forma de pensamento; em particular o docente do 2º ciclo para cima; ou seja, considerando um e outro dos despachos, define-se uma componente letiva doida, uma vez que aumenta a componente letiva e, por sua vez, o número de turmas e já aumentou o número de alunos por turma, determina-se a obrigatoriedade de elaboração de programas de apoio pedagógico individual e a elaboração de processos individuais (clínicos) do aluno e o docente não tem espaço para nada, nem para respirar; 
terceiro, poucos docentes ainda se terão apercebido, que a alocação de recursos (sejam eles quais foram, docentes, técnicos, horas ou outros) estão condicionados aos resultados no final de ano e que por esta via poucas escolas, muito poucas os irão atingir; 
quarto, entre um e outro dos despachos estão criadas as condições de justificação de retórica política para o final do ano, a escola não conseguiu melhor? os resultados não são os esperados? os pais reclamam? problema da escola (entenda-se dos professores e da gestão) pois tiveram a autonomia necessária para que se organizassem;
finalmente e sem ser o último, a avaliação de desempenho docente está indexada aos resultados escolares, independentemente das turmas ou dos alunos, das suas capacidades, competências ou contextos (sociais, familiares, económicos ou o que sejam) e este ano ir-se-á realizar avaliação; 

ligações

nunca percebi do por quê de este meu cantinho, ou outros que o antecederam, não estar referenciado noutros espaços, noutros cantos de escrita, sejam eles da educação (que eu conheça neste campo em apenas um), regionais ou outros; 
em todos aqueles que estão aqui ao lado e de acordo com o que percebo estou referenciado em dois, no do miguel e no largo das alterações cá da terra, nada mais;
nunca percebi se é por mero desconhecimento de que por aqui ando, se por simples ignorância da escrita e das divagações ou se por tentativa de silenciamento; 
tenho pena, reconheço, mais não seja por questões bloguistas - nada de confusões com boquistas, hann;

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

recheio

dia de chuva, vento e algum desencanto lá por fora, como consequência o espaço da biblioteca, já habitualmente utilizado como espaço lúdico e sala de convívio, cresce na procura

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

mais de acordo

outra afirmação com a qual concordo em absoluto e me atrevo a acrescentar mais uns bitaites;
não sei (já perdi um pouco o fio à meada) se já aqui o escrevi, mas digo, de vez ou de novo, a escola está a ser empurrada para um outro mundo, para um outro paradigma; é empurrada à força, sem que alguém lhe tivesse perguntado o que queria e sem que alguém, dentro dela, tivesse dito que sim ou talvez...
fui formado e comigo milhares de colegas (desde os anos 80 do século passado até bastante recentemente), numa lógica de escola cultural, marcada pelos afetos e pelas relações afetivas entre alunos, entre alunos e professores, entre a escola e a sua comunidade; uma escola que era caraterizada pela dualidade de situações (quando não mesmo dialéticas), professor/aluno, escola/comunidade, sucesso/insucesso, próximo/distante, particular/global, eu/tu, nós/outros; uma escola marcada pelos sentimentos, pelos valores de aprender e de ensinar, de nos relacionarmos e pela consideração que a todos  era possível aprender e que os problemas mais não eram que oportunidades de desafio ao professor, à sua imaginação e criatividade; fui formado numa escola que agora se desvanece, como relação velha, que não aguenta o passar dos tempos, o desgaste da proximidade, as rugas das agruras e das angústias;
hoje, a escola pública portuguesa é empurrada, à força e por contingências várias, para a meritocracia, para a eficácia e eficiência económicas, para o desapego social, para o salve-se quem puder, para o individualismo da desresponsabilização, para o confronto frio da negociação entre partes, para as percentagens que rotulam e definem entendimentos e médias; cada vez somos mais uma escola fabril onde a acefalia reina e impera a frieza de processos e a distância dos procedimentos e nos sentimentos peças numa qualquer engrenagem, um número no meio de muitos outros; esta escola é quantitativa, não tem fim, a outra era afetiva, tinha pessoas e conheciam um fim...

concordo

é ver aqueles que estão bem, ou querem estar bem, com deus e com diabo; que votaram psd ou pp e que agora respingam como flores debaixo da chuva de inverno; aqueles que são mais papistas que o papa e se agarram à letra da lei, à orientação legislativa e normativa por mera incapacidade de pensar diferente, de fazer por si, que inventam esquemas e grelhas, tabelas e coisas que tais apenas por mero prazer de malvadez alheia; 
são estes os principais culpados de a escola e a educação ser o alvo fácil de ministros despudorados... e não são tão poucos assim... ainda que resguardados em discursos simpáticos, quando não mesmo críticos;

agregações

as agregações, isto é, a junção de agrupamentos de escolas básicas com escolas com secundário dão água pela barba aqui pela minha terra;
ainda não conheço em detalhe os pormenores da coisas, mas percebo, pelo que leio e oiço, que a coisa não se afigura fácil; juntar numa cidade, capital de distrito, lógicas de organização e funcionamento muito distintas, culturas próprias, uma história muito individual é querer juntar deus com o diabo e dizer que temos fé;
é assim um pouco por todo o lado, e falo apenas no meu alentejo, que vou conhecendo ou ouvindo; perante isto (e couves) duas pequenas notas;
hás necessidade de algum discernimento para que se consiga perspetivar a quadratura do circulo, isto é, juntar e gerir escolas diferentes, culturas diferentes, modos de estar e pensar diferentes - e não basta a vontade e menos ainda o voluntarismo docente e muito menos o querer, há que saber o que se faz e como se faz; 
segunda nota, comigo foi o bom e o bonito, quando se soube que fui dispensado da gestão de um agrupamento por falta de confiança política por não acatar as ordens da agregação, poucos foram os diretores de évora que me disseram fosse o que fosse (apenas uma teve oportunidade de me dizer que isto é uma merda e nem sequer é do meu partido), qual receio que o processo fosse contagioso, atão não é que é mesmo contagioso... aguentem-se, que eu também me aguento; 

pela assembleia

ontem pela assembleia municipal, muito provavelmente a minha última participação, duas notas;
a saudade que já sinto do futuro; gosto da discussão, gosto do debate, gosto da troca de argumentos; gosto ainda mais quando os interlocutores são elevados e conseguem descer o discurso sem dar muito nas vistas; foi o que ontem aconteceu, com troca de piropos em que o presidente da câmara de arroiolos brincou ao toca e foge, isto é, à utilização do tempo de antena definido e gerido pelo presidente da assembleia, onde eu fico claramente perdedor, para trocar piropos com a minha pessoa; simpático, mas insuficiente nos argumentos;

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

europa

um pouco por todo o lado por onde se afirmam as opções mais conservadoras e liberais a educação está debaixo de atenção e de fogo; o objetivo é simples, cortar, poupar, mudar (para onde?);
uma atenção que decorre da necessidade de resultados (sempre muito imediatistas), dos índices de comparabilidade (entre europeus e/ou ocde), da sua instrumentalidade (ligada à economia ou aos índices de produtividade); 
o certo é que tem sido a escola dos últimos 20/30 anos que tem formado a massa cinzenta que percorre a europa, que nos (des)governa, mas também que emigra para os states, que se sente ameaçada pelo desemprego e pela precariedade; no meio de tudo isto, os professores são alvo a abater, por que trabalham pouco (conheço médicos que trabalham bem menos, quando trabalham, e que ganham bem mais), que rendem ainda menos (já não falo nos juízes),  que são uns privilegiados (e atão os tropas?), etc...
e o que fazer...

natal

afinal é natal, afinal tristezas não pagam dívidas, afinal lágrimas não criam rios;
nunca fui otimista, mas também não posso assumir nenhuma espécie de pessimismo - para isso já basta a minha mãe; ontem, pela minha escolinha, queixaram-se da minha escrita; boa, gostei, atão vamos lá falar do sol que espreita por entre nesgas de cinza, dos gritos da maralhada, do espaço de lazer que é a biblioteca, das moengas do mestre zé ou da boa sopinha da minha cozinha....

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

reforma

o número de docentes que tem antecipado a reforma coloca em destaque a educação como um dos sectores que mais tem contribuído para a redução da despesa pública por via do pessoal;
o número de docentes que antecipam a reforma serão ilustrativos do desencanto (da passagem de uma escola de afetos e emoções para os números e rácios), do esgotamento (por via do persistente e insistente bombardeamento que a educação tem sido alvo, para o bem ou para o mal, desde 2005), do cansaço (poucos, para além dos docentes poderão perceber o que é estar com turmas com mais de vinte alunos numa sala de aula), da frustração e alguma incapacidade (de mobilizar e sensibilizar o pessoal para o trabalho educativo e escolar); 
para que escola e para que educação caminharemos nós...

mais

a educação - e os docentes - continuam a ser almofada das marretadas da crise e do governo;
as notícias dão conta do aumento de horas letivas; crescem as solicitações, as obrigações e as imposições; não tenho dúvidas que a educação, mais que a escola, se ressentirá num futuro próximo;
gostava de ouvir as consciências daqueles que, apenas por raiva aos socialistas, votaram nesta coligação, o que esperariam eles, que expetativas teriam e como se sentem...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

participação

um colega sindicalista do norte do país, dava conta no seu espaço no facebook da pouca participação dos professores, do envolvimento de apenas alguns para resultados em muitos;
os professores estão como o país e o país como os professores; não falamos na coisa porque, ao não falarmos, ignoramos a coisa, ao não nomear ela não existe e, assim, não nos preocupamos, não é problema; nada de mais errado; 
não sei se é generalizável mas, pelo meu cantinho dá para perceber como fingimos que não é com connosco, que não passamos aflições, que disfarçamos, assobiamos para o lado como se não fossemos vistos nem achados, como se este natal fosse igual a todos os outros;
nada de mais errado, espero que não seja tarde quando começarmos a agitar a malta

conhecimento

basta uma pessoa sair um pouco da posição em que está, seja ela qual for, para logo ficarmos a conhecer mais uns quantos episódios da série que nos levará às autárquicas do próximo ano; 
é engraçado, logo para mim retirado da coisa, conhecer como se movimentam peças e interesses, as pessoas são peões e os objetivos estratégias; como, no mesmo partido, se conduzem situações, se movimentam conhecimentos, se procuram protagonismos; 
meias palavras, é verdade, muito provavelmente pouco entendíveis para a maioria dos passantes, mas percetíveis para outros tantos;
olha, entendam-se...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

convocatória

não vou de fim de semana sem dizer que por estupidez ou simplesmente inveja do papel do senhor ministro das finanças e o pcp, por estas minhas paragens (arraiolos), faz exatamente a mesma coisa que o idiota do rei mago, chama-me estúpido e outras coisas que tal;
uma convocatória com 11 (onze) pontos na ordem de trabalho alguns dos quais mera brincadeira, é certo, mas outros a resvalar para os requintes da malvadez, é manifestamente de quem brinca às democracias, quem desfruta da representatividade dos outros, de quem tem mais que fazer do que aturar os chatos da oposição, de quem gosta, adora, viver em demagogia quando não mesmo em ditadura;
e a merda toda é que sei que, a experiência me o diz que se não forem um ou dois malucos, um dos quais sou eu mesmo, pois claro, a reunião em uma hora e pouco está terminada; 
perfeita falta de consideração, demagogia pura e, se não gostarem, não comam, mas têm de papar aquilo que cozinharam, ah pois têm...

chamem-me nomes

perante estas notícias
O presidente da Comissão de Recrutamento e Selecção da Administração Pública (CRESAP) disse hoje à Lusa que a meritocracia passou a ser a regra nas nomeações de topo na função pública, concordando que acabaram-se os 'jobs for the boys
o senhor certamente que ou vive num outro planeta, muito provavelmente nem sequer da nossa constelação, ou acabou de chegar dos confins do raio que o parta; 
chamem-me nomes que eu gosto, puta que os pariu, s.f.f.


farto

tenho de reconhecer que ando com muito pouca, ou mesmo nenhuma, paciência para muita da merda com que me rodeio;
desde as questões de política nacional, que despertam em mim o radicalismo ideológico algo adormecido, ao local em que se mantém panaceias de amiguismos, clientelismos e outros caceteiros, à lógica mais profissional onde a administração pública é desvalorizada e sacaneada os chefes valorizam a incompetência, o carneirismo e a acefalia como se, para além do senhor ministro das finanças, todos, mas todos, fossemos muito burros e parvos; os chefes, esses mesmos, são burros velhos feitos de bocados de nada e cheios de coisa nenhuma, receosos pela concorrência da jovialidade quando não mesmo da superior competência dos dependentes que procuram isolar como se de vírus se tratasse; não gerem, deixam andar como se assim ninguém os notasse, assumindo o seu papel técnico quando lhes dá jeito; 
neste início de século, no meio das crises que nos assolam, portugal redescobre o seu pior e mais mesquinho feitio coletivo, o da hipocrisia do fingimento, da soberba estupidez, da arrogância despudorada  da incompetência individual, da deslealdade sorridente, tudo embrulhado na por vezes até sofisticada crítica maledicente vazia de argumentos e cheia de fel; 
de quando em quando apetece-me mandar tudo às urtigas, à merda...

avaliação

publicada mais uma peça no edifício da meritocracia crateza, o regime de avaliação do ensino básico, o despacho normativo 24-A/2012
algumas notas depois de uma leitura, ainda que atenta preciso sempre de algum tempo para a digerir, aqui ficam as ideias mais diretas e óbvias;
manifesto referencial retórico assente na meritocracia, na horizontalização de procedimentos e organização escolar, na judicialização de processos (vejam-se os artº 17º a 19º), na prescrição da ação local e do professor;
autonomia e local são invocadas em apenas dois momentos e, ainda assim , condicionados por lógicas distintas, art 4 na referência ao regulamento interno e 20º no âmbito da autonomia - são processos e responsabilidades bem diferentes;
 afinal, acabam-se os planos de recuperação mas definem-se os planos de acompanhamento (artº 24º) e , ainda por cima, com referências aos serviços de orientação e psicologia que muitos agrupamentos, muitos mesmo, não têm; 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

recuperação

o público de hoje traz na capa que a partir do próximo mês de janeiro acabam os planos de recuperação dos alunos; 
inevitável à luz dos normativos que enquadram o currículo e a avaliação dos alunos; 
inevitável à luz da meritocracia defendida por quem de direito; há quem regozije com a coisa, outros perguntam sobre o que se segue, o que esconderá a medida; 
entre a inevitabilidade da coisa, serviram apenas, na lógica do então legislador, para que os docentes pensassem o aluno, definissem instrumentos de recuperação de apoio, se responsabilizassem as partes envolvidas, ou, do lado de alguns docentes que ouvi eram os símbolos de uma escola cosmética, exemplos do facilitismo, moengas para ocuparem o professor, é certo que há alguma razoabilidade no seu fim; não acredito contudo, pelo que conheço da gestão das escolas - por estas bandas, pois claro - que exista capacidade de pensar para além da ponta do nariz, ir além do que outros definem e determinam ou, antes pelo contrário e à boa moda sindicalista, defenderem o que agora acaba com unhas e dentes como se da bíblia se tratasse; 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

atentado

não consigo colocar comentários no espaço de um amigo destas lides, daqui lhe digo que concordo com a opinião - faltou mesmo uma bolinha vermelha; 
da reportagem de ontem da tvi destaco o não dito relativamente ao ensino regular público decorrente da legislação - tal como na pornografia, há sexo a mais e sentimentos a menos; 
por que não investigar das consequências do dito 13-A/2012 na vida profissional dos docentes, na organização educativa, nas dimensões organizacionais do insucesso, as suas implicações na dinâmica de trabalho de sala de aula, no rendimento do aluno, nos resultados escolares, nos desempenhos dos envolvidos; 
o tal despacho terá sido, mascarado de autonomia, um dos maiores argumentos naquilo que se pretende fazer à escola pública - privatizar, ainda que se privatizem os lucros e se estatizem os estigmas sociais; 
estamos, docentes e alunos, família e sociedade, a assistir ao caminhar sereno da escola pública para o buraco dos tempos, um regresso aos tempos do darwinismo social mascarado de mérito e meritocracia; 

bagunça

a avaliação de desempenho docente nasceu, nos seus diferentes momentos, torta e, assim sendo, tarde ou nunca se endireitará;
a confusão lançada por diferentes diplomas que procuram definir diferentes processos e procedimentos, articular diferentes momentos e diferentes situações são um caos de interpretação; acresce que o próprio ministério e muita das vezes as suas múltiplas estruturas, criam interpretações da interpretação interpretada aumentando a confusão;
é assim que estamos com a avaliação onde os professores são os últimos a serem ouvidos e há uns que gostam de ser mais papistas que o papa aumentando, ainda mais, a confusão e os índices de ansiedade do pessoal;
isto tá giro tá...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

da terra

tenho um alerta semanal no google alerts para referências sob o concelho de arraiolos;
já fiquei a saber que existem diferentes atletas de nome arraiolos entre outras coisas; agora fiquei também a saber que até em gaia, pese embora as notícias do passado dia 27, se fabricam tapetes;
sinais do que a câmara não tem feito...