quarta-feira, 31 de outubro de 2012

eleições

cá pelo agrupamento é dia de eleições para o conselho geral transitório, aquele mesmo que lá mais para a frente irá selecionar o novo diretor;
duas notas; não houve debate, vota-se, portanto, nas pessoas, diretamente, naquilo que fizeram ou no que pretensamente representam; segunda nota, as duas listas preparam espaço e reunem condições para a apresentação, por cada uma delas, de candidato a diretor; fica aqui escrito para ver se é assim... ou não

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

risco

um dos mitos da educação mais recente, daqueles que, na minha geração, até dizem que o senhor foi incontornável; o magnífico de lisboa diz que é um dos três engenheiros do sistema educativo, a par, antes dele, de josé simão e, depois dele, marçal grilo; 
no seu discurso esquece que para o estado deixar o monopólio apenas se torna necessário que o privado assuma o risco de investir ou os privados querem arriscar à conta do estado? esta é que é a merda do privado social em detrimento do estado social... é só para o que dá jeito... assim também eu...

tecnologias

isto de se ser docente nos tempos que correm tem das suas, algo diferentes daquelas de há apenas meia dúzia de anos atrás - apesar de uma irritante persistência das invariáveis do sistema;
os alunos contactam-me via facebook sobre questões da matéria, dos trabalhos, dos testes; querer restringir a sala de aula às 4 paredes de uma sala e mentira, coloca outros desafios não menos aliciantes;
a partir do senhor professor tic tenho recolhido ideias e propostas; reconheço que nem com todas estou à vontade, seja pela necessidade de formação e de informação, seja pelo desenvolvimento de outras competências que não tenho, seja simplesmente pela necessidade que sinto onde a pressa é inimiga da qualidade; 
entretenho-me numa plataforma recentemente referenciada que me parece bem interessante, o profebox.com, vamos ver o que dá...

uma espécie

há muito tempo que não passava noventa minutos de uma aula em teste, há muito tempo que não fazia um teste;
considero que há outras formas de avaliar, porventura mais adequadas e equilibradas, que façam a união, a ponte entre a aplicação/trabalho do aluno e a necessária certificação dos conhecimentos;
mas estou em regime de substituição e não devo alterar demasiadas situações, modos ou simples hábitos; com o tempo lá se irá;
mas estranho estar em teste...

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

moengas

os tempos não estão nem são fáceis; um pouco por todo o lado, independentemente dos contextos (rurais ou urbanos, campestres ou cidadinos) fazem-se sentir as dificuldades; 
dificuldades que se repercutem na escola, nas relações de autoridade entre alunos e professores, mas também entre alunos, numa qualquer espécie de afirmação do macho alfa; 
pela minha escola isso é mais que evidente, fruto de ser um contexto de transição entre muitos contextos, do rural ao urbano, do interior ao litoral, do pequeno ao enorme; 
perante as situações que por aqui se vivem e se fazem sentir (disputas, pequenos ou médios conflitos, zangas ou birras, alguma violência, espalhada entre corredores ou compartimentos mais familiares), não há soluções e menos ainda milagres que permitam ultrapassar ou sequer resolver a coisa e menos ainda pela escola ou pelos docentes; há apenas pequenos enxertos que, com o tempo, poderão resultar, uns melhores que outros, desde que os docentes façam aquilo que sabem, ensinar, e não se entretenham com minudecências que não são do nosso foro mas às quais, por excesso de voluntarismo, queremos sempre responder; 
o esquema traduz o cruzamento entre o que é vontade expressa por quem conhece a coisa e as solicitações voluntariosas, onde incluíram o meu nome, colocadas aos docentes; nem sim nem não, por mera curiosidade, ir-me-ei entreter a estudar como é que esta fábrica à qual chamamos escola produz o cidadão,  isto é, transforma o aluno (desinteressado, desmotivado, alheado, marcado pelo insucesso, pelo absentismo quando não mesmo abandono) em cidadão, pessoa que assume as suas responsabilidades, que participa na sua comunidade, que vota e assume escolhas (sejam elas quais forem)...
pelo menos ando entretido...

saudades

tenho sempre alguma nostalgia, saudades dos sítios por onde passei; sinto a falta de pessoas - mais de umas que de outras, pois claro - do convívio, dos sorrisos, até de moengas, pois tudo contribui para a saudade; 
a minha antiga escola envia convite que divulgo:

amanhã, dia 27 de outubro, na igreja da misericórdia do castelo de viana, será feita a apresentação do livro Nova Antologia de Poetas Alentejanos, com a presença do diretor da obra e vários/as poetas. É pelas 18:30h e é organização da Biblio0teca Escolar, com os apoios do costume

custos


as notícias do dia dão conta dos custos por aluno entre escolas públicas e privadas; trocam-se argumentos a  favor e contra uns e outros como se a privatização dos serviços, nomeadamente os de âmbito social, fosse a panaceia para a resolução de todos os nossos males, solução milagrosa para a crise; não é...
não é pois o privado aposta onde lhe dá lucro, descura os prejuízos, pode ser estratégia para os vauchers educativos que há muito estes senhores defendem, não deixando ser triste ver concorrência entre quem tem recursos, condições e possibilidades manifestamente desiguais; 
em tempo que se questionam as funções - e os custos - do Estado saber o que se quer com a educação e da escola; 
e há putas que neste jogo se querem fazer passar por virgens na casa do bataclã...


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

ansiedades

o miguel, no seu espaço, chama-lhe crise de identidades; mais prosaicamente direi que são momentos, estados, sensações de ansiedades ou de angústia que se fazem sentir na classe docente desta banda;
desde que aqui cheguei que tentava perceber um qualquer estado de espírito que a todos incomoda, que a muitos faz com que estejam mais amargos, que a outros torne mais irascível e a outros mais instáveis ou imprevisíveis;
está associada a uma crescente desvalorização pessoal de uma profissão que se assume há muito pela vocação, pela dedicação, pela relação; parece que fomos traídos e não nem o destino nem nós, foram mesmo os governos, as políticas e os políticas que fazem com que aqui cheguemos, docentes mas não só, esgotados, cansados, defraudados...

terça-feira, 23 de outubro de 2012

pulsar

uma sala de professores pode ser um barómetro do pulsar, do sentir e do estar de uma escola; 
ter estado fora e regressado e entretanto ter passado por uma outra escola, permite-me olhar este sentir com alguma distância, aquela de quem está dentro da coisa mas ainda não integrado;
nesta sala de professores o pulsar é algo arrítmico, saltilhado de pequenos amuos, grandes moengas e alguma divisão (entre grupos disciplinares, níveis de escolaridade, origens e tempo de estadia, familiaridades e afinidades, coisas a mais para o meu gosto)....

listas

no placard das informações estão afixadas as listas candidatas ao conselho geral transitório; listas docentes, na sala de professores, no átrio de entrada estão também as listas de pessoal não docente; cumpre-se o ritual definido na legislação, docentes e não docentes serem eleitos em lista mediante o método de hont; 
sem comentar as listas, comento os objetivos; que se pretenderá com a publicitação das listas? conhecer as pessoas e pressupor ideias? afinal será o conselho que irá selecionar o futuro diretor; não  atinjo se é federação disto ou daquilo, se é a favor ou contra e do quê; 
irei votar e, até lá, logo se determinará o âmbito

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

falência

a partir dos rankings escolares, perante os quais não teci comentários considerando a cacofonia que desencadeiam, há uma ideia que não vi nas discussões, análises e diferentes considerações que foram ditas, escritas ou simplesmente opinadas;
à luz do definido no despacho normativo 13-A/2012 muitos concelhos correm o sério risco de entrar em falência educativa no decurso dos próximos 4 a 5 anos (a manterem-se os critérios de atribuição de créditos e de bonificações definidos na legislação); 
se, no caso alentejano, juntarmos o progressivo esvaziamento demográfico então teremos entre mãos uma bomba que não faz barulho mas que irá rebentar mais cedo ou mais tarde; e não sou, nem quero ser arauto da desgraça, basta ver o número de meninos no pré-escolar ou no primeiro ciclo, olhar como esse número tem variado nos últimos anos e perspetivar o que aí vem; 

imagens

a partir deste apontamento (aconselho vivamente a sua consulta) é possível olhar as imagens e retirar duas ideias, pelo menos duas;
em todos os espaços há uma invariável presente e determinante, o confinar dos alunos a um mesmo espaço e, muito provavelmente, a poucos docentes em sala de aula;
uma outra ideia que varia entre imagens, o trabalho é aparentemente individual, marcado que está ou condicionado que é pelas secretárias; 
se olharmos retrospetivamente a nossa realidade é fácil perceber como se tem mantida inalterável esta lógica e como a modernização se tem processado por via de substituição (dos mapas aos retroprojetores, destes aos slides e diaporamas, a progressiva introdução do PC e os atuais quadros interativos);
é o que temos...

rir

ele há coisas que só dão vontade de rir; ele há coisas que dão sentido e pertinência ao dístico que o miguel tem, há muito tempo, na entrada do seu espaço - a gargalhada;
o problema é que não é para rir, há quem considere que é razoável, que se deve discutir uma coisa destas, que isto é sério, pois da alemanha, para além dos bm, mercedes e outras coisas vendidas aos japoneses ou americanos, há exemplos a seguir;
a mim, só me dá vontade de rir, para não escrever outra coisa...

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

atrás

as notícias do orçamento do estado dão conta de enormes retrocessos na área social; 
tal como o investimento, os reflexos na educação dos cortes que se perspetivam não se farão sentir no imediato mas resultarão de ondas que se propagarão durante muitos e maus anos; 
o sistema educativo português está longe de estar consolidado e a par da europa, de forma sustentada;
debatemo-nos com taxas de insucesso fora de moda, com abandono incompreensível, com níveis de absentismo típicas dos anos 80 do século passado; com falta de formação docente para adequação a exigências, tempos e modos; com lógicas organizacionais caducas e desajustadas; 
a tudo isto grande maioria do público diz que é culpa dos alunos, que não estudam, não se empenham, nem se dedicam; utilizam exatamente os mesmos argumentos que este governo para cortar, é de seleção que se trata, esquecendo-se daquilo que vinhamos conquistando;
é pena e não faço a menor ideia quanto e como iremos recuperar... se é que conseguimos recuperar...

terça-feira, 16 de outubro de 2012

finalmente

da esquerda para a direita: joão amado, josé verdasca,
joão barroso, o ge, luís miguel carvalho e natércio afonso
interrompi propositadamente a escrita para me dedicar àquelas que foram as minhas provas públicas de doutoramento em ciências da educação, administração e políticas educativas, que decorreram hoje na reitoria da universidade de lisboa; 
chega ao fim um longo, excessivamente longo, percurso da minha vida profissional, uma etapa da minha vida; desconfio que não consigo voltar ao que era antes, não matou, mas moeu muito;
ao longo de todo este tempo partilhei, comigo e com muitos daqueles que por aqui passam, muita das vicissitudes deste trabalho; trabalho individual, solitário, monótono, cansativo por onde perpassam todos os estados de espírito, paixão, entusiasmo, terror, desespero, desanimo, alegria, tristeza, ilusão e desilusão, cansaço, fartura, exaustão, empenho, emoção, desencanto, tudo se sente; escrevi algures que este meu trabalho fica marcado por nódoas de jazz, cerveja e jameson, tal o número de noites que me acompanharam;
não estou mais gordo, nem mais alto, mas sinto-me mais satisfeito, cumprido um dos objetivos que tracei para a minha vida; 
porra, acabei...

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

bicho

ontem, por razões que não são para aqui chamadas, dei boleia a um bicho (vulgo, caloiro local da uévora) que frequenta os primeiros dias da educação básica;
à pergunta, o que pretendes fazer, foi célere a resposta, dar aulas; 
ainda se convencem disso, ou será que não acrescentou que seria num qualquer outro país que não o nosso?
o futuro está hipotecado, os sonhos condicionados, as expetativas adiadas, mas o presente segue inexorável o seu caminho...

tradição

algumas das ideias sobre as aulas, a sua dinâmica e a sua relação entre alunos e docente, o envolvimento e participação dos alunos, vou buscá-la cá por casa, ao filho e à filha, aos seus comentários e interjeições sobre o tema no decorrer do seu quotidiano escolar;
e mantém-se, na generalidade, a tradição de ensinar a muitos como se de um só se tratasse; a participação do aluno é diminuta, senão mesmo ausente; acontece mais por solicitação do docente do que por iniciativa individual; a acontecer por iniciativa individual é considerada, o mais das vezes, insubordinação e intromissão /perturbação na dinâmica da aula;
mas afinal, não há mais que razões para que se altere a dinâmica de sala de aula? que razões existem hoje, outubro de 2012, para manter lógicas, modos e modelos de há 10, 20 ou mesmo 30 anos atrás? não basta pensar que se mudou, é necessário mudar a dinâmica de sala de aula, envolver o aluno, redefinir papéis e objetivos de uns e de outros, colocar outros objetivos...
até lá, a escola é porreira, as aulas é que são uma seca...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

leituras

para além dos exames, nota-se a coerência (?!) do ministério da educação em coisas tão básicas quanto o plano nacional de leitura e os livros propostos;
de tal modo que há autoras que se insurgem
e podem dizer que a equipa vem de trás, é bem capaz de ser verdade mas não omite a incompetência de quem de direito...

recuo

apesar da coisa ser uma falsa questão, a propósito da matéria de exame - como se procederá nos exames de equivalência à frequência por exemplo - é um evidente sinal de desorientação deste ministério e deste governo;
apesar de algumas situações que se podem entender, caso da articulação com a área da formação profissional, com a qual concordo, não se nota nem se registam sinais de articulação, coerência e menos ainda de consistência; 
faz-se porque sim ou porque não, corta-se a a torto e a direito (de onde sairão a maioria dos contratados?) e pronto; 
é o que temos não é seguramente o que merecemos;

domingo, 7 de outubro de 2012

saber

estou a sim a modos que...
pretensiosismo q.b., apetece-me dizer (escrever) que só sei que nada sei;
destaco a minha ignorância, o gosto de saber e de procurar a dúvida, de ter dúvidas mais do que qualquer certeza;
no meio disto tudo, reencontro r. leão, 

discussão

tenho pena de não poder estar presente onde gostaria; discutiu-se a blogosfera e as políticas educativas, dando-se conta em, pelo menos, dois sítios;
cá do fundo da minha rua deixo os meus bitaites, em duas notas;
uma sobre a blogosfera e a educação; a segunda geração da internet permitiu alargar o espaço de participação e de discussão, não implicou, necessariamente maior qualificação; mais do que a blogosfera seria interessante, em minha opinião, descobrir como é que as discussões da blogosfera vão para as reuniões de professor, como se retrata o sentir dos professores e como se reflete na discussão profissional; interessante também procurar perceber qual o envolvimento de outros parceiros, sem serem docentes, nesta discussão e como se integram ou articulam entre si;
segunda nota sobre a administração e gestão, qualquer modelo será sempre desadequado no contexto docente, por uma ou por outras razões, há sempre descontentamento, crítica, desaprovação; na sua falta critica-se; a cultura docente é (aparentemente) horizontal, lida menos bem com a hierarquia, mas exige-a, quer debate e participação, mas não deixa de exigir orientações e normatividade hierárquica, são contradições sistémicas; 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

divagação

pura divagação, puro pretensiosismo, este que me leva ao ensaio de escrita:
Os tempos que correm serão um prec ao contrário, agora da direita. As afirmações, aparentemente inconsequentes e algo despropositadas, mostram que o que está em jogo no campo político não é apenas ideologia e menos ainda partidária. São modelos de sociedade, valores e lógicas de ação que se confrontam. As afirmações de antónio borges, quando disse que os empresários são todos ignorantes, as de carlos moedas ainda ontem evidenciando uma clara birra por a tsu não ter sido aceite pretensamente pelo grupo que suporta o governo, mostra que são modelos, lógicas e valores que organizam o palco político e que a economia vai além do restrito espaço ideológico dos partidos. 
São as velhas elites sociais, vá lá saber-se do porquê, a recuperarem espaço de ação e protagonismo. São as velhas castas sociais que ditam regras; é o mais puro e bafiento ar salazarista que está de regresso; maniqueísta, dicotómico, dialético, de um lado, dos ricos, a cultura, o conhecimento, o poder, o discernimento, a arrogância e a prepotência da ostentação, do outro, do lado dos pobrezinhos e desprovidos socialmente, a ignorância, o confronto, a dependência, o despesismo, a incapacidade de se organizarem, o miserabilismo; entre um e outro dos lados, são valores que se movimentam mais do que simples ideologias, de um lado, os fascistas, do outro, o povo em confronto de forças em que uns concederam, durante uma boa fatia do tempo desta república, a sensação que o povo mandava. 
Puro engano, manifesta ilusão. Fartos do seu próprio engano, esgotada a ilusão, eis o regresso das velhas castas sociais, da organização social em fatias, dos estratos da velha senhora do antigo regime, esse mesmo que pretensamente terá ficado por 1789 na europa ou em 74 em Portugal; são as ordens sociais que retomam as suas posições e re-assumem o seu protagonismo político, já que o social nunca o perderam, agora travestidos no discurso do irs; uns, as ordens superiores, com direito a tudo porque sim, outras, as do povo, desde que façam por merecer e sejam reconhecidas nesse merecimento, seja a saúde, a educação ou a segurança mais básica, coisas perfeitamente prescindíveis, despiciendas à governação, à boa governação dirão aqueles que são os conhecedores. A educação, essa velha malapata da democracia, assume o seu papel, reservada que está a apenas alguns núcleos, com nichos de abertura para parecer democracia. É o regresso não só da méritocracia, mas também do elitismo, do sectarismo, da subserviência, do medo, do darwinismo social, isto é, da seleção que alguns apregoarão de “natural” feita pelos resultados escolares, pelas competências educativas, pelas capacidades individuais. 
A História, a nossa História nacional, mostra que o povo se aguenta ou, melhor dito, se vai aguentando como pode. Sofre no silêncio do seu regaço. Ao contrário do que o senhor primeiro ministro apregoou não é piegas. Sofre de mansinho, os comentários são feitos com a/o parceira/o, tenta-se não se envolver os filhos, a ignorância é santa. Para os outros disfarça-se, melhor ou pior, finge-se, brinca-se com coisa séria, contam-se anedotas, desenham-se caricaturas à falta de outras oportunidades não vá o patrão, o chefe ou a puta que o pariu pensar que estamos a falar a sério. Espera-se por melhores dias que a esperança e a ansiedade diz que virão, um dia. Contudo, esgotada a paciência, despendidos os últimos esforços para garantir o sucesso de todos os outros menos o seu, o povo manifesta-se. Habitualmente nas ruas, desde a Patuleia ao 25 de Abril de 1974, passando pela sargentada e pelo 31 de janeiro de 1891 ou pela implantação da república. Antes, nesses tempos que uns dirão afastados e distantes, sossegando-se com a aparência do tempo, o tempo corria muito mais lento, as notícias levavam muito mais tempo a percorrer as azinhagas do país, os fazedores de opinião estavam todos juntos, fáceis de controlar e localizar. Hoje o tempo corre célere, as opiniões espalham-se pelas redes sociais, o cochicho da taberna dá lugar à partilha de ficheiros por correio eletrónico e o povo, essa massa aparentemente desprovida de sentido e de lideranças, não é ignorante como o foram os meus pais e, muito particularmente, não tem medo.
Onde nos levarão estes tempos...
as notícias, mesmo fora da área económica, mostram bem ao estado a que a população está a chegar; poupar na saúde é quase tão grave quanto poupar na alimentação e não deve faltar muito;



quarta-feira, 3 de outubro de 2012

nervoso

este espaço, onde as temáticas têm variado em função daquilo que me diz respeito, tem, nos últimos tempos, sido marcado por uma dimensão mais profissional; a política, local ou nacional, tem sido deliberadamente esquecida; as dimensões regionais minimizadas ou enquadradas no profissional;
não é que não me apeteça, mas há tanta gente a opinar sobre tudo e para nada que menos um até pode fazer a diferença; e motivos há de sobra, por exemplo (e não lhe vi referências) a perspetiva de serem as elites sociais a distanciarem-se dos ignorantes e não os políticos da economia; há, no contexto das políticas atuais, outras dimensões para além das ideológicas, há valores, conceitos e pré-conceitos, crenças e modelos que vão além dos ideológicos; por isso se torna tão difícil captar os entendimentos sobre o que se passa... em minha opinião...
mas hoje sinto-me claramente nervoso, só de pensar em política e no nacional; a anunciada comunicação ao país de sua excelência o senhor ministro das finanças deixa-me nervoso, angustiado, stressado, ansioso, sei lá...
mais fodidos do que andamos é difícil; mais implicações e contrariedades no profissional é perfeitamente possível e expectável, pois os senhores consideram as áreas sociais áreas de despesismo puro e simples; este governo está transformado num imenso filme pornográfico que todos fode e a ninguém dá prazer...

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

stresse

há já alguns anos a esta parte que a atividade docente tem sido analisada em função dos seus níveis de stresse - veja-se o artigo de a. rui gomes; (re)surge agora o tema a partir de um artigo da visão onde se analisa e comparam os índices de stresse docente com a vida nos states
primeiro, os docentes, na sua generalidade, têm tido sempre manifestas dificuldades em lidar e gerir o seu tempo; é fruto de uma formação que, no presente, se desvela bem mais complexa, quando não mesmo contraditória, com as solicitações e objetivos do trabalho docente; que não se adequa entre as dinâmicas de sala de aula e as preocupações (ou pressões) sociais inerentes ao trabalho escolar;
segundo, comparar um grupo profissional a uma população pode ser excessivo, mas não deixa de ser ilustrativo das dimensões que o stresse (e as suas consequentes implicações profissionais e económicas) podem assumir;
terceiro, será interessante (senão curioso, pelo menos) relacionar os índices de stresse docente com as alterações que, por um lado, a estrutura da carreira tem sofrido e, por outro, a alteração das políticas educativas, mais do que propriamente o trabalho em sala de aula ou na escola; 

do dia

dia mundial da música uma peça de outuno em dia que mais parece de primavera; valho-nos isso para nos distrair do tempo cinzento que se atravessa;