terça-feira, 17 de junho de 2014
coisas do digital
ao mesmo tempo aproveito para perceber o quão útil ou adequado foram algumas aplicações
quais as que se poderão e deverão manter
aquelas que podem ser repensadas (em função de estratégias, por exemplo)
outras que possam ser re equacionadas - de acordo com situações, objetivos ou metodologias de trabalho;
vai daí e começo desde já à procura de coisas que possam ser úteis, servir de referencial à avaliação da minha utilização;
dei com alguns sítios interessantes, nomeadamente para a crescente utilização android, isto é, por via de tablet ou do dito smartphone;
um deles, leva-me a pensar que estarei no bom caminho,
mas ainda há muito que aprender, treinar, experimentar
papéis + papéis + papéis
são o resultado do que se fez ao longo do ano;
habitualmente eram kilos, alguns bons kilos de papelada;
este ano nem por isso
tenho, em vez de papel, muita tralha digital para arrumar, de modo a não perder o tipo, nem o rasto;
é para mim e este ano, uma certa novidade, arrumar a produção digital, dar-lhe alguma organização e perceber que rasto deixam ou poderão deixar;
ele é por via da dropbox, google drive, evernote e mais uns quantos ainda em microsoft (já muito poucachinhos);
agora é de juntar por via de etiquetas ou de uma qualquer referência que me permita revisitas sem grande dor;
chamem-me nomes, mas...
não estou,
por muito incrível que possa parecer a muitos;
ele há coisas que me irritam uma delas consiste em perguntarem-me, como sendo afirmação, então já de férias?
isto por que os alunos estão de férias;
se não há alunos, não há trabalho;
de quando em vez há exames, é certo, mas é só de quando em vez;
depois os diretores nunca inventam nada que não se torne necessário na ausência de alunos - turmas, relatórios, moengas, etc, etc;
é verdade que é o período em que menos gosto da escola, este sem alunos, apenas administrativo,
eu que não tenho paciência (nem jeito) para papéis;
mas há que aguentar, pois claro,
prefiro assim que me chamem nomes do que digam ou insinuem que ando de férias,
sexta-feira, 13 de junho de 2014
e pronto
gargalhadas, risos, sorrisos, expetativas, alguma ansiedade
cansaço, muito,
moengas, algumas
tropelias qb
e a coisa passou assim a modos que excessivamente rápido;
é agradável e interessante ver o pessoal a crescer
a criar as suas identidades,
a saberem criar opinião sem ser por que sim ou por que não
terminou e ficamos logo aqui, mais velhos,
as despedidas são até pró ano,
mas o pró ano é daqui a poucachinho
quarta-feira, 11 de junho de 2014
pontaria
causa
tenho reuniões a partir das 16h que certamente irão até às 20h ;
nada de mais não fosse coincidir com o primeiro jogo da seleção, logo contra a alemanha;
depois querem que o pib suba, tábém tá...
avaliação antes da avaliação
momento de praxe fazer-se a autoavaliação e a avaliação do profe;
a primeira tem por base o portefólio do aluno, onde se reúnem os seus trabalhos e se dá conta da dinâmica, do seu envolvimento com a disciplina e com a escola; neste a maior parte das vezes não registo divergências de juízos entre aquilo que eu formulei sobre o aluno e a opinião deste sobre o seu trabalho; estamos de acordo; torna-se mais fácil ajuizar e, essencialmente, evitar arbitrariedades que a avaliação sempre comporta, mesmo e particularmente quando assenta em médias aritméticas cuja descricionaridade fica a cargo do profe por intermédio de parâmetros pouco conhecidos, difíceis de indicar e quase impossíveis de provar;
mas faço também a avaliação do prof, mediante formulário que disponibilizo aos alunos; dinâmicas de trabalho, opções metodológicas e estratégias didáticas, feitio, personalidade, conteúdos, clareza de ideias são vários os parâmetros que coloco à avaliação;
primeira ideia, já mudei estratégias e opções por via do processo de avaliação do meu desempenho, quando sou só eu que considero estar correto é mais que certo que estou errado;
segunda, noto quase sempre ou sempre que tenho dois ciclos de escolaridade (o 3º e o secundário), divergência de opiniões quanto às opções e à estratégia de trabalho; habitualmente o aluno de 3º ciclo gosta mais do que o do secundário (questões etárias, formalidades e ideias pré-concebidas à qual se junta o desconhecimento e a baixa tolerância ao diferente);
este ano registei quase o mesmo e mais um pormenor que faz toda a diferença,
pessoal do secundário já deu conta de alguns níveis de hipocrisia aguda, sorrir e apoiar, avaliar e comentar negativamente;
faz parte
terça-feira, 10 de junho de 2014
a propósito da fuga
nas últimas duas semanas foram duas alunas que fugiram da instituição onde se encontravam e que frequentam a minha escola; não foram as primeiras, não serão as últimas;
fogem também da escola;
pergunto eu, que estratégias montar, que metodologias definir, que ações se poderão implementar para gerir estas situações, ajudar e apoiar estas alunas?
é certo que é uma situação algo particular de um contexto,
é também certo que existem casos destes um pouco por todas as nossas escolas;
não serão crianças institucionalizadas, serão apenas crianças que gostariam, terão a pretensão de querer fugir;
fugir à escola e à sala de aula em primeiro lugar, ao que ela significa de normalização e obediência, de uniformização e de regra;
fugir ao seu contexto que consideram, para o bem e para o mal, como o seu destino; como se estivesse definido, como se o recusassem na sua fuga, como se fugissem de si e ao seu destino, como se ele não fosse determinado ou determinante;
fugir a um espaço e a um território que é memória e futuro, que é tudo e não é nada para aquelas crianças; mas que, na sua simplicidade e ingenuidade de criança sente que as constrange, as prende e condiciona;
qual o papel da escola neste contexto?
de uniformização?
de regra e obediência?
de transtorno e fuga?
de construção e de discussão?
de submissão e missão?
de quê, afinal...
portugal e camões
hoje, comemora-se o quê, celebra-se o quê;
o prémio camões sai ao lado deste dia,
as comunidades continuam a sua senda contentes por não serem o país;
e portugal (os portugueses) não tem muito para comemorar;
o atual presidente da república conferiu-lhe, nos anos mais recentes, um cunho algo militar, de comemoração das forças castrenses, um dos poucos espaços onde continua a ter e a assumir algum poder e protagonismo; haverá algum sentido de, no dia de hoje, se comemorar a tropa ou condecorar pessoas, muitas das quais pouco ou nada conhecemos?
enfim;
segunda-feira, 9 de junho de 2014
da fuga
há pois que não há;
no final da manhã dou com a fuga de uma aluna;
fuga da escola,
fuga da instituição à qual está vinculada
fuga de si e de um contexto que nunca reconheceu;
é a imprevisibilidade dos comportamentos, das relações e dos modos de ação de cada um de nós;
é o papel da escola enquanto instrumento de guarda de crianças institucionalizadas;
é o papel de gralhas, matrizes e papéis que tais que a nada conduzem, que nada asseguram
a não ser um pretenso alívio de consciência
domingo, 8 de junho de 2014
coisas do fim de semana
entro na última semana de aulas, o que falta são mesmo pormenores, alguns acertos, nada de monta que possa alterar ou condicionar seriamente o trabalho de fim de ano letivo;
os relatórios que preparo são constituídos por um conjunto de ideias onde destaco as dimensões e situações habitualmente solicitadas em sede de conselho de turma, comportamentos, aproveitamentos, situações globais e individuais; como tenho a mania que sou parvo, preparo um relatório circunstancial sobre a coisa; dou conta de opções metodológicas e didáticas, de estratégias de trabalho, de processos de avaliação e aferição de conhecimentos, de regulação das relações em sala de aula e com a disciplina; acrescento propostas, sugestões de trabalho para aqueles alunos que considero que se encontram, por algum motivo, em risco (escolar, pedagógico ou social);
o facto de trabalhar de forma diferenciada, em processo que designo de fusão entre lógicas de projeto, princípios de diferenciação pedagógico e pressupostos que enraizarão no movimento da escola moderna, a isso me obriga;
apesar de considerar que dá trabalho (o meu processo de avaliação faz-me lembrar em muito os dos colegas de primeiro ciclo, mediante avaliação descritiva, análise de situações individuais e particulares, eles têm na generalidade 25 alunos, eu tenho 122) também me facilita em muito; o aluno é geral e habitualmente justo e honesto no processo de auto avaliação e atribuiu-se aquilo que considera adequado; pelo que conheço e pelas dinâmicas desenvolvidas raramente senti divergências entre a minha ideia e a opinião do aluno - nem entro nos pressupostos idiotas e estúpidos da objetividade da avaliação;
mas cá vou, já tenho mais de metade feito, três turmas, faltam outras duas;
sexta-feira, 6 de junho de 2014
estupidez
uma, de entre muitas, é mesmo a estupidez de certa gente
e esta é da escola e da minha filha
média a uma disciplina, 16.3
convencida que iria dobrar para 17, considerando "os outros parâmetros de avaliação" aparece-me chorosa
a professora diz-lhe que não, que não sobe a nota
argumentos?
não dá notas de borla, que teve comportamento que não foi exemplar, que não a deve estimular por aí e além?
desabafo da filha ao pai que é professor, entre vocês há com cada estúpido?
afirmação da mãe, casada com um profe, é pena o justo pagar pelo pecador, mas é pouco o que lhe têm feito (aos profes, pois claro);
mais desabafos (im)pertinentes da filha,
até parece que a senhora me dá nota e que elas não são o reflexo do meu trabalho;
até parece que sou aluna de pca, cef ou pief e que os meus pais não sabem, nunca trouxe recado nenhum para casa, nunca me mandaram sair da sala por estar a incomodar;
a um aluno que tem 9.2 dá dez, justo, mas assim existem dois pesos e duas medidas;
o que pode um pai dizer a uma filha
há quem, independentemente da coisa, tome partido pela profa;
não tomo, tomo partido pelos argumentos da minha filha,
a minha colega é uma má profissional, é injusta e incorreta;
e as escolas estão cheias de gente desta, que jogam com os alunos como quem joga aos sims
que utilizam a avaliação como elemento de gestão de comportamentos e não reflexo de um trabalho
onde a estupidez ganha pontos pois certamente dirá que a avaliação não decorre de simples média aritmética;
é pena, mas muitos, mas mesmo muitos profes consideram a atitude da senhora correta e adequada; e, mais ainda, consideram-se os melhores profes do mundo - talvez porque a minha filha não a irá esquecer tão depressa, por simples questão de justiça
é estúpido
apenas por duas razões
digo que as coisas são simples
que a vida é simples
que a escola é coisa simples
as relações humanas, de amizade e companheirismo, são coisa simples
também reconheço que por razões várias, não duas mas muitas, gostamos de complicar aquilo que é simples;
seja por protagonismos individuais e parvos
porque alguém gosta de destacar o problema quando se procuram soluções
porque alguém gosta de encher o papo qual sapo até rebentar com a paciência dos outros;
ou de se colocar em bicos de pés, de modo a que os outros reparem na sua pequenez
ou porque simplesmente somos pacóvios, provincianos, poucachinhos
agora, cada vez mais me apercebo que as coisas são e devem ser simples
mas há sempre alguém que gosta de complicar
tábém
a coisa passa pela clarificação de posições e de escolhas, por militantes e simpatizantes, daquele que será o principal protagonista do ps;
argumentos que iremos de férias em breve, aqueles que as terão;
argumento pífio, como os resultados das últimas eleições,
pífio como o lider que temos tido,
gostava e preferiria que fosse mais cedo e mais rápido,
mas tábém, espera-se até lá
quarta-feira, 4 de junho de 2014
Mudanças n(d)a educação
Em tempos de contagem de espingardas, isto é, de discussão tão interna quanto aberta no ps, talvez seja curioso equacionar e o que poderá mudar na educação, nas propostas de política educatica entre um e outro dos ainda não, mas já candidatos à liderança do ps?
A. Seguro foi, durante vários anos, presidente da comissão parlamentar de educação e ciência, será, de algum modo, conhecedor da dinâmica; as iniciativas do novo rumo neste campo permitiram também recolher opiniões e contributos, alguns interessantes outros pertinentes outros ainda necessários; contudo, A. Seguro nunca mostrou possuir ideias próprias sobre o tema, mas e diga-se em abono da verdade, mostrou sempre algum descontentamento (senão desacordo) relativamente às medidas de política do tempo de Lurdes Rodrigues;
A. Costa, casado com uma educadora de infância, foi sempre um defensor de Lurdes Rodrigues e das suas políticas educativas - dfizeram parte de um mesmo governo; pessoalmente não lhe reconheço ideias sobre a escola e a educação, mas acredito que terá uma ideia mais social (e, digo eu, pedagógica) que o rival (este, por ventura inserir-se-á na corrente mais liberal com ligeiras alterações);
Se é certo que o espaço de manobra do governo, de qualquer governo, está condicionado pelas políticas educativas de âmbito europeu (aposta nas literacias e numeracias, orientação pelos resultados, aumento da escolaridade e dos níveis de escolarização, integração e inclusão de todos, ainda que por vias diferenciadas, dimensão instrumental, preparatória, da escola para o mercado económico), há alguns espaço de manobra nacional ou, direi eu, de contextualização de políticas;
Entre um e outro o que poderá mudar na ação de política educativa estará em redor de dois ou três aspetos:
Manutenção, ainda que com correções, de uma aposta liberal da escola e da educação; manutenção por via de exames, por via dos indicadores de medida, e de correção por via de acertos/alterações legislativas (gestão, componentes letivas e não letivas, dimensão social da educação);
Atores, protagonistas e gestores das politicas e aqui podem existir muitas e significativas diferenças entre um e outro dos lados da disputa; a escolha dos atores políticos será determinante para a gestão dos muitos interesses e interessados na coisa educativa, na negociação com sindicatos e, não menos importante, na organização dos serviços do ministérios com sérias implicações ou repercussões no regional;
Finalmente, prioridades; estas estarão, em meu entender, algo na articulação das duas anteriores, políticas e atores, mas serão um sinal claro das diferenças entre lideres e protagonistas;
Para terminar e apesar de semelhanças e das diferenças entre um e outro, o que quero mesmo, o que se precisa mesmo é que este governo e estas políticas educaticas vão embora, saiam de cena...
terça-feira, 3 de junho de 2014
moengas e gestão
é o desaguar de quase tudo, de expetativas, ansiedades, perspetivas, desejos e vontades;
mas é também o afluir do trabalho, do empenho, o reconhecimento do que se fez ou do que ficou por fazer;
vai daí e, na minha escolinha, noto o acréscimo de moengas, seja por via de disputas entre alunos, seja na postura algo reivindicativa de pais, seja na estratégia de gestão dos docentes; seja pela fartura de quase todos da coisa;
e ainda não terminou, para a semana ainda há mais do mesmo
produção e edição
sentado na sala de profes de uma das escolas que frequento, olho para o armário que tinha em frente;
para além das caixas postais de muitos profes e turmas, um conjunto significativo de dossiers de turma que os respetivo diretores ali deixam para que estejam à mão de semear;
reparo numa turma em particular; lombadas iguais com adizeres diferentes, respetivamente volume I e volume II;
conheço a turma (sou docente da turma);
inicialmente era uma mega turma, 32 alunos, por via da opção da língua estrangeira e do acolhimento de uns quantos alunos oriundos de outras paragens ao longo do primeiro período;
se tinha 32 aluno tem, garantidamente, quase 32 casos, cada qual com as suas particularidades e caraterísticas;
uma aluna que não se reconhece na escola e que dela diverge forte e feiamente;
uma aluna que, por problemas sociais e familiares, entra em plena disputa com docentes;
muitos alunos que não se revêem na escola e que, por isso mesmo, entram em conflito com docentes apenas por dois motivos, por tudo e por nada;
alunos que procuram formas alternativas de vida;
alunos que nem sequer procuram a vida;
outros tantos institucionalizados com quem já aprendi que cada dia é diferente do outro e que pode não ter sequência;
faltas, fugas, doenças, justificações e muita, mesmo muita burrocracia leva a que a diretora de turma se veja em palpos de aranha para dar conta do recado;
e já vai no segundo volume, bem recheado,
felizmente está quase a terminar
segunda-feira, 2 de junho de 2014
Das conversas
Numa sala de profes, qual sala de espera onde dominam e predominam ansiedades e algumas angústias, fala-se de quase tudo, há conversas sobre quase tudo;
Sobre o tempo, sobre os problemas do mundo e do país, sobre as disputas políticas e partidárias, sobre os pais de um ou de outro aluno, sobre um ou outro caso ou situação ocorrida, sobre a família ou sobre o fim de semana;
Contudo, habitualmente não me apercebo que se discutam as leituras e ou perspetivas sobre o 6/2014, sobre os pareceres do conselho geral; não é comum ouvir ideias sobre as estratégias de gestão de fim de ano, as perspetivas sobre a sequência de trabalhos;
Direi que, na sala de profes por onde ando, oiço muitas conversas mas poucas sobre escola e sobre o agrupamento; será que se fala de tudo para que não se fale da escola? Será mais fácil ter ideias sobre a crise no mundo do que sobre aquilo que nos diz diretamente respeito?
liberdade de escolha, de participação e de pensamento
por altura em que há manchetes com a crise do ps, a dança das cadeiras ou a guerra dos tronos (gosto particularmente desta última) talvez seja interessante dizer porque estou com a. costa - sem ser em tons de justificação;
como militante do partido socialista tenho tido, desde os idos anos 90 do século passado, uma assumida liberdade de estar, pensar e agir; vai daí e já fui conotado com muitos, chamado e apelidado de outros tantos e considerado no binómio bestial e besta;
obviamente que percebo a posição daqueles que são e pertencem a outros partidos, para esses sou bestial, mais não seja por que digo o que penso, critico internamente os meus e sirvo, nessa perspetiva, como argumento justificativo para muito;
como percebo a posição dos socialistas do distrito onde, relativamente à minha pessoa, oscilam entre algum reconhecimento com outro tanto constrangimento, ou simplesmente por me tolerarem sem me suportarem; vai daí e assumi lugares que alguém considerou que não ficaria mal, como também me dispensaram sem mais, apenas porque penso por mim e me atrevo a dizê-lo; e há quem pura e simplesmente não me suporte, dentro do ps, exatamente porque não controla a minha pessoa, não sabe com o que pode contar comigo;
e aqui há uma grande, mas mesmo muito grande questão da qual não abdico, mais não seja por uma mera questão de coluna, a de pensar por mim, a de me orientar por princípios, valores, ideias e convicções que há muito aprendi, adquiri e interiorizei;
lá por militar e pertencer a um partido não tenho de ser carneirista (apesar de sério admirador de Sá Carneiro), lá por ser militante, não procuro tacho nem protagonismos e menos ainda qualquer forma de poder que não passe por dar cumprimento ao que penso, ao que defendo a uma ideia de sociedade;
vai daí e estive com antónio josé seguro aquando da sua primeira eleição; pessoa que conheço (mas ele dificilmente me conhecerá) desde os inícios dos anos 90, considerei que podia e seria ou deveria ser uma lufada de ar fresco no descomprometimento ao aparelho e na assunção dos princípios socialistas; enganei-me, reconheço e assisti a um claro reforço do aparelho do partido socialista com o argumento de abertura; enganei-me pois assisti a um engajamento partidário em compromissos e acordo por debaixo da mesa em nome da transparência e da clareza;
não sou ingénuo e sei que que as lideranças se constroem por entre contratos ou simples compromissos; sei o que a casa gasta apesar de a minha fidelidade, o meu contrato e o meu compromisso ser comigo e com os meus princípios;
mas estou com a. costa por reconhecer nele, pelo menos neste momento e neste tempo, as condições para abrir o ps ao eleitorado socialista e social democrata, fazer do ps um espaço de confluência, encontro e determinação, mais que um ps de aparelho, de negócios feitos;
posso estar enganado, é verdade, mas sinto toda a liberdade por poder optar e redefinir o meu caminho;
coisa que com a. seguro não tem sido nem possível nem viável;
e não é nem de crise, nem de guerra e menos ainda de tronos que se deve falar, mas sim de democracia de abertura e pluralismo; como muitos outros defendem a realização de eleições antecipadas, apesar da pretensa legitimidade do governo, também defendo pelo menos a clarificação das ondas e das situações internas;
e nada melhor que a clarificação para se saber com o que contamos para o futuro; se a. costa perder fico na minha, à espera de outros modos e de outros tempos, com a mesma disposição e a mesma disponibilidade de hoje, completa, total - e há muitos que não podem dizer o mesmo, mesmo aqueles que são pretensamente grandes ou pretensamente maiores...
domingo, 1 de junho de 2014
da da (di) gestão
o processo de agregação veio colocar em evidência alguns elementos que se reúnem em torno da gestão, nomeadamente (mas não exclusivamente):
a dimensão como factor de gestão;
os processo de decisão e organização das escolas
a dimensão política da gestão por via dos inúmeros interesses, objetivos e preocupações que se cruzam nas escolas;
as lógicas, princípios e ideias sobre escola e os diferentes modelos de gestão;
as zonas de conforto da qual todos nos munimos;
ora esta evidência vem, no meu entender, colocar um enorme desafio senão mesmo alguns problemas de (di)gestão;
isto é, alguns agrupamentos, em particular os de maiores dimensões, têm de assumir a separação entre uma gestão administrativa e uma gestão pedagógica; a primeira será possível e será viável, mais não seja em determinadas rubricas orçamentais; a segunda e de acordo com a dimensão, tornar-se-á ingerível ou, pelo menos, de dificuldade acrescida; seja por via das lógicas de cultura organizacional, seja pela não partilha de ideias ou de ações, seja por que requer tempo e alguma orientação para que se consiga alguma coerência de procedimentos pedagógicos, pelo menos estes; e o que vejo é uma desarmonização de procedimentos, é o cada um faz com oque sabe ou como sempre fez;
é o pior que pode acontecer
organização - círculos - processos
habitual e tradicionalmente o processo de decisão era mais ou menos claro e mais ou menos transparente;
a decisão era, na generalidade das situações, casuística, fruto da situação, de um contexto (espaço, tempo e saberes) e das circunstâncias (quem coloca o problema, quem se assume na sua ação, que variáveis existem e pronto);
há assim dois tipos de decisão; uma imediata de gestão de situações ou de resolução de pequenos problemas; outra de médio longo prazo, de gestão de recursos, organização da escola, orientação da ação coletiva;
qualquer uma delas assentava na pessoa do presidente/diretor;
nas mais imediatas, decidia fruto da sua experiência, do conhecimento (factual ou empírico), de uma ou outra ideia que tinha ou detinha sobre o funcionamento da escola ou por orientação meramente administrativa;
noutras, naquelas de médio longo prazo, ouvia os mais próximos e/ou - direi que talvez na sua maioria - preparava um documento que apresentava em conselho pedagógico e que, na generalidade das situações, era aprovado;
é aqui que se começam a notar algumas alterações;
a decisão assumida raramente era contrariada, contraproposta, discutida; só por por vezes e de acordo com as dimensões da escola (dimensão essencial para a definição e constituição de massa crítica) podia existir um ou outro alinhavo, mas nada de significativo (inclusivamente para aqueles diretores mais batidos, eram introduzidos pontos para discussão e negociação, dando assim ideia de cedência);
com o crescer das escolas na sua dimensão, em particular naquelas que foram sujeitas a agregação, o número de variáveis cresceu significativamente e, entre elas, os princípios e as lógicas a que cada qual estava habituado e pelas quais se regia e orientava;
fruto das agregações, do crescer da dimensão de variáveis envolvidas, da sua manifesta dificuldade de controlo, o processo de decisão, que o diretor pretende manter, sofre abalos e é sujeito fortes pressões externas;
por um lado, as situações de contestação saem da gaveta e assumem o seu protagonismo no confronto de órgãos (em particular entre conselho geral e conselho pedagógico); neste confronto assumem-se (?) princípios diferentes, lógicas de ação distintas, opções manifestamente divergentes;
por outro, os níveis de questionamento, interrogação e de confronto sobem inevitavelmente fruto do crescimento do número de elementos envolvidos na decisão, mas também e por isso mesmo, porque o controlo sobre as variáveis da decisão passa a ser muito mais débil, senão mesmo inexistente;
nesta perspetiva há que alterar, em alguns contextos com algum radicalismo, os circuitos e os processos de decisão; experimentar a elaborar documentos postos à discussão, que sejam feitos, acrescentados bottom to top, debaixo para cima, envolvendo e implicando o maior número de elementos possíveis; com clareza de procedimentos e com regras de trabalho; talvez resulte
inexorável
estamos num novo mês que começa quase a brincar, com o dia da criança;