terça-feira, 17 de junho de 2014

coisas do digital

terminado o ano arrumo aquilo que antes designei de tralha digital
ao mesmo tempo aproveito para perceber o quão útil ou adequado foram algumas aplicações
quais as que se poderão e deverão manter
aquelas que podem ser repensadas (em função de estratégias, por exemplo)
outras que possam ser re equacionadas - de acordo com situações, objetivos ou metodologias de trabalho;
vai daí e começo desde já à procura de coisas que possam ser úteis, servir de referencial à avaliação da minha utilização;
dei com alguns sítios interessantes, nomeadamente para a crescente utilização android, isto é, por via de tablet ou do dito smartphone;
um deles, leva-me a pensar que estarei no bom caminho,
mas ainda há muito que aprender, treinar, experimentar

papéis + papéis + papéis

chegada esta altura, é tempo de arrumar papéis e papelada;
são o resultado do que se fez ao longo do ano;
habitualmente eram kilos, alguns bons kilos de papelada;
este ano nem por isso
tenho, em vez de papel, muita tralha digital para arrumar, de modo a não perder o tipo, nem o rasto;
é para mim e este ano, uma certa novidade, arrumar a produção digital, dar-lhe alguma organização e perceber que rasto deixam ou poderão deixar;
ele é por via da dropbox, google drive, evernote e mais uns quantos ainda em microsoft (já muito poucachinhos);
agora é de juntar por via de etiquetas ou de uma qualquer referência que me permita revisitas sem grande dor;

chamem-me nomes, mas...

não digam que estou de férias,
não estou,
por muito incrível que possa parecer a muitos;
ele há coisas que me irritam uma delas consiste em perguntarem-me, como sendo afirmação, então já de férias?
isto por que os alunos estão de férias;
se não há alunos, não há trabalho;
de quando em vez há exames, é certo, mas é só de quando em vez;
depois os diretores nunca inventam nada que não se torne necessário na ausência de alunos - turmas, relatórios, moengas, etc, etc;
é verdade que é o período em que menos gosto da escola, este sem alunos, apenas administrativo,
eu que não tenho paciência (nem jeito) para papéis;
mas há que aguentar, pois claro,
prefiro assim que me chamem nomes do que digam ou insinuem que ando de férias,

sexta-feira, 13 de junho de 2014

e pronto

mais um ano letivo que se termina;
gargalhadas, risos, sorrisos, expetativas, alguma ansiedade
cansaço, muito,
moengas, algumas
tropelias qb
e a coisa passou assim a modos que excessivamente rápido;
é agradável e interessante ver o pessoal a crescer
a criar as suas identidades,
a saberem criar opinião sem ser por que sim ou por que não
terminou e ficamos logo aqui, mais velhos,
as despedidas são até pró ano,
mas o pró ano é daqui a poucachinho

quarta-feira, 11 de junho de 2014

pontaria

entre pontaria e quase de certezinha muita desatenção será o prato forte do meu primeiro dia de reuniões, na próxima segunda feira;
causa
tenho reuniões a partir das 16h que certamente irão até às 20h ;
nada de mais não fosse coincidir com o primeiro jogo da seleção, logo contra a alemanha;
depois querem que o pib suba, tábém tá...

avaliação antes da avaliação

à medida que a semana passa, termino os trabalhos com os grupos/turma com quem estive ao longo do ano letivo;
momento de praxe fazer-se a autoavaliação e a avaliação do profe;
a primeira tem por base o portefólio do aluno, onde se reúnem os seus trabalhos e se dá conta da dinâmica, do seu envolvimento com a disciplina e com a escola; neste a maior parte das vezes não registo divergências de juízos entre aquilo que eu formulei sobre o aluno e a opinião deste sobre o seu trabalho; estamos de acordo; torna-se mais fácil ajuizar e, essencialmente, evitar arbitrariedades que a avaliação sempre comporta, mesmo e particularmente quando assenta em médias aritméticas cuja descricionaridade fica a cargo do profe por intermédio de parâmetros pouco conhecidos, difíceis de indicar e quase impossíveis de provar;
mas faço também a avaliação do prof, mediante formulário que disponibilizo aos alunos; dinâmicas de trabalho, opções metodológicas e estratégias didáticas, feitio, personalidade, conteúdos, clareza de ideias são vários os parâmetros que coloco à avaliação;
primeira ideia, já mudei estratégias e opções por via do processo de avaliação do meu desempenho, quando sou só eu que considero estar correto é mais que certo que estou errado;
segunda, noto quase sempre ou sempre que tenho dois ciclos de escolaridade (o 3º e o secundário), divergência de opiniões quanto às opções e à estratégia de trabalho; habitualmente o aluno de 3º ciclo gosta mais do que o do secundário (questões etárias, formalidades e ideias pré-concebidas à qual se junta o desconhecimento e a baixa tolerância ao diferente);
este ano registei quase o mesmo e mais um pormenor que faz toda a diferença,
pessoal do secundário já deu conta de alguns níveis de hipocrisia aguda, sorrir e apoiar, avaliar e comentar negativamente;
faz parte

terça-feira, 10 de junho de 2014

a propósito da fuga

que foram fugas,
nas últimas duas semanas foram duas alunas que fugiram da instituição onde se encontravam e que frequentam a minha escola; não foram as primeiras, não serão as últimas;
fogem também da escola;
pergunto eu, que estratégias montar, que metodologias definir, que ações se poderão implementar para gerir estas situações, ajudar e apoiar estas alunas?
é certo que é uma situação algo particular de um contexto,
é também certo que existem casos destes um pouco por todas as nossas escolas;
não serão crianças institucionalizadas, serão apenas crianças que gostariam, terão a pretensão de querer fugir;
fugir à escola e à sala de aula em primeiro lugar, ao que ela significa de normalização e obediência, de uniformização e de regra;
fugir ao seu contexto que consideram, para o bem e para o mal, como o seu destino; como se estivesse definido, como se o recusassem na sua fuga, como se fugissem de si e ao seu destino, como se ele não fosse determinado ou determinante;
fugir a um espaço e a um território que é memória e futuro, que é tudo e não é nada para aquelas crianças; mas que, na sua simplicidade e ingenuidade de criança sente que as constrange, as prende e condiciona;
qual o papel da escola neste contexto?
de uniformização?
de regra e obediência?
de transtorno e fuga?
de construção e de discussão?
de submissão e missão?
de quê, afinal...

portugal e camões

dia instituído nos idos anos 40 do século passado por Salazar para comemorar aquilo que então se designava de portugalidade; 
hoje, comemora-se o quê, celebra-se o quê; 
o prémio camões sai ao lado deste dia, 
as comunidades continuam a sua senda contentes por não serem o país; 
e portugal (os portugueses) não tem muito para comemorar; 
o atual presidente da república conferiu-lhe, nos anos mais recentes, um cunho algo militar, de comemoração das forças castrenses, um dos poucos espaços onde continua a ter e a assumir algum poder e protagonismo; haverá algum sentido de, no dia de hoje, se comemorar a tropa ou condecorar pessoas, muitas das quais pouco ou nada conhecemos? 
enfim;

segunda-feira, 9 de junho de 2014

da fuga

escrevi ontem que preparo as coisas finais; que, por ser a última semana, não há quase nada que possa condicionar o trabalho dos finalmente, pelo menos nos seus preparativos;
há pois que não há;
no final da manhã dou com a fuga de uma aluna;
fuga da escola,
fuga da instituição à qual está vinculada
fuga de si e de um contexto que nunca reconheceu;
é a imprevisibilidade dos comportamentos, das relações e dos modos de ação de cada um de nós;
é o papel da escola enquanto instrumento de guarda de crianças institucionalizadas;
é o papel de gralhas, matrizes e papéis que tais que a nada conduzem, que nada asseguram
a não ser um pretenso alívio de consciência

domingo, 8 de junho de 2014

coisas do fim de semana

entretenho-me a preparar e organizar aqueles que designo como relatórios de avaliação final;
entro na última semana de aulas, o que falta são mesmo pormenores, alguns acertos, nada de monta que possa alterar ou condicionar seriamente o trabalho de fim de ano letivo;
os relatórios que preparo são constituídos por um conjunto de ideias onde destaco as dimensões e situações habitualmente solicitadas em sede de conselho de turma, comportamentos, aproveitamentos, situações globais e individuais; como tenho a mania que sou parvo, preparo um relatório circunstancial sobre a coisa; dou conta de opções metodológicas e didáticas, de estratégias de trabalho, de processos de avaliação e aferição de conhecimentos, de regulação das relações em sala de aula e com a disciplina; acrescento propostas, sugestões de trabalho para aqueles alunos que considero que se encontram, por algum motivo, em risco (escolar, pedagógico ou social);
o facto de trabalhar de forma diferenciada, em processo que designo de fusão entre lógicas de projeto, princípios de diferenciação pedagógico e pressupostos que enraizarão no movimento da escola moderna, a isso me obriga;
apesar de considerar que dá trabalho (o meu processo de avaliação faz-me lembrar em muito os dos colegas de primeiro ciclo, mediante avaliação descritiva, análise de situações individuais e particulares, eles têm na generalidade 25 alunos, eu tenho 122) também me facilita em muito; o aluno é geral e habitualmente justo e honesto no processo de auto avaliação e atribuiu-se aquilo que considera adequado; pelo que conheço e pelas dinâmicas desenvolvidas raramente senti divergências entre a minha ideia e a opinião do aluno - nem entro nos pressupostos idiotas e estúpidos da objetividade da avaliação;
mas cá vou, já tenho mais de metade feito, três turmas, faltam outras duas;

sexta-feira, 6 de junho de 2014

estupidez

e ele há coisas que me irritam, me incomodam
uma, de entre muitas, é mesmo a estupidez de certa gente
e esta é da escola e da minha filha
média a uma disciplina, 16.3
convencida que iria dobrar para 17, considerando "os outros parâmetros de avaliação" aparece-me chorosa
a professora diz-lhe que não, que não sobe a nota
argumentos?
não dá notas de borla, que teve comportamento que não foi exemplar, que não a deve estimular por aí e além?
desabafo da filha ao pai que é professor, entre vocês há com cada estúpido?
afirmação da mãe, casada com um profe, é pena o justo pagar pelo pecador, mas é pouco o que lhe têm feito (aos profes, pois claro);
mais desabafos (im)pertinentes da filha,
até parece que a senhora me dá nota e que elas não são o reflexo do meu trabalho;
até parece que sou aluna de pca, cef ou pief e que os meus pais não sabem, nunca trouxe recado nenhum para casa, nunca me mandaram sair da sala por estar a incomodar;
a um aluno que tem 9.2 dá dez, justo, mas assim existem dois pesos e duas medidas;
o que pode um pai dizer a uma filha
há quem, independentemente da coisa, tome partido pela profa;
não tomo, tomo partido pelos argumentos da minha filha,
a minha colega é uma má profissional, é injusta e incorreta;
e as escolas estão cheias de gente desta, que jogam com os alunos como quem joga aos sims
que utilizam a avaliação como elemento de gestão de comportamentos e não reflexo de um trabalho
onde a estupidez ganha pontos pois certamente dirá que a avaliação não decorre de simples média aritmética;
é pena, mas muitos, mas mesmo muitos profes consideram a atitude da senhora correta e adequada; e, mais ainda, consideram-se os melhores profes do mundo - talvez porque a minha filha não a irá esquecer tão depressa, por simples questão de justiça
é estúpido

apenas por duas razões

e são elas (as duas razões), por tudo e por nada
digo que as coisas são simples
que a vida é simples
que a escola é coisa simples
as relações humanas, de amizade e companheirismo, são coisa simples
também reconheço que por razões várias, não duas mas muitas, gostamos de complicar aquilo que é simples;
seja por protagonismos individuais e parvos
porque alguém gosta de destacar o problema quando se procuram soluções
porque alguém gosta de encher o papo qual sapo até rebentar com a paciência dos outros;
ou de se colocar em bicos de pés, de modo a que os outros reparem na sua pequenez
ou porque simplesmente somos pacóvios, provincianos, poucachinhos
agora, cada vez mais me apercebo que as coisas são e devem ser simples
mas há sempre alguém que gosta de complicar

tábém

A. Seguro marcou a coisa para finais de setembro;
a coisa passa pela clarificação de posições e de escolhas, por militantes e simpatizantes, daquele que será o principal protagonista do ps;
argumentos que iremos de férias em breve, aqueles que as terão;
argumento pífio, como os resultados das últimas eleições,
pífio como o lider que temos tido,
gostava e preferiria que fosse mais cedo e mais rápido,
mas tábém, espera-se até lá

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Mudanças n(d)a educação

Em tempos de contagem de espingardas, isto é, de discussão tão interna quanto aberta no ps, talvez seja curioso equacionar e o que poderá mudar na educação, nas propostas de política educatica entre um e outro dos ainda não, mas já candidatos à liderança do ps?
A. Seguro foi, durante vários anos, presidente da comissão parlamentar de educação e ciência, será, de algum modo, conhecedor da dinâmica; as iniciativas do novo rumo neste campo permitiram também recolher opiniões e contributos, alguns interessantes outros pertinentes outros ainda necessários; contudo, A. Seguro nunca mostrou possuir ideias próprias sobre o tema, mas e diga-se em abono da verdade, mostrou sempre algum descontentamento (senão desacordo) relativamente às medidas de política do tempo de Lurdes Rodrigues;
A. Costa, casado com uma educadora de infância, foi sempre um defensor de Lurdes Rodrigues e das suas políticas educativas - dfizeram parte de um mesmo governo; pessoalmente não lhe reconheço ideias sobre a escola e a educação, mas acredito que terá uma ideia mais social (e, digo eu, pedagógica) que o rival (este, por ventura inserir-se-á na corrente mais liberal com ligeiras alterações);
Se é certo que o espaço de manobra do governo, de qualquer governo, está condicionado pelas políticas educativas de âmbito europeu (aposta nas literacias e numeracias, orientação pelos resultados, aumento da escolaridade e dos níveis de escolarização, integração e inclusão de todos, ainda que por vias diferenciadas, dimensão instrumental, preparatória, da escola para o mercado económico), há alguns espaço de manobra nacional ou, direi eu, de contextualização de políticas;
Entre um e outro o que poderá mudar na ação de política educativa estará em redor de dois ou três aspetos:
Manutenção, ainda que com correções, de uma aposta liberal da escola e da educação; manutenção por via de exames, por via dos indicadores de medida, e de correção por via de acertos/alterações legislativas (gestão, componentes letivas e não letivas, dimensão social da educação);
Atores, protagonistas e gestores das politicas e aqui podem existir muitas e significativas diferenças entre um e outro dos lados da disputa; a escolha dos atores políticos será determinante para a gestão dos muitos interesses e interessados na coisa educativa, na negociação com sindicatos e, não menos importante, na organização dos serviços do ministérios com sérias implicações ou repercussões no regional;
Finalmente, prioridades; estas estarão, em meu entender, algo na articulação das duas anteriores, políticas e atores, mas serão um sinal claro das diferenças entre lideres e protagonistas;
Para terminar e apesar de semelhanças e das diferenças entre um e outro, o que quero mesmo, o que se precisa mesmo é que este governo e estas políticas educaticas vão embora, saiam de cena...

terça-feira, 3 de junho de 2014

moengas e gestão

em final de ano nota-se o confluir de muitas situações do ano escolar;
é o desaguar de quase tudo, de expetativas, ansiedades, perspetivas, desejos e vontades;
mas é também o afluir do trabalho, do empenho, o reconhecimento do que se fez ou do que ficou por fazer;
vai daí e, na minha escolinha, noto o acréscimo de moengas, seja por via de disputas entre alunos, seja na postura algo reivindicativa de pais, seja na estratégia de gestão dos docentes; seja pela fartura de quase todos da coisa;
e ainda não terminou, para a semana ainda há mais do mesmo

produção e edição

não há apenas mega agrupamentos; também há mega turmas;
sentado na sala de profes de uma das escolas que frequento, olho para o armário que tinha em frente;
para além das caixas postais de muitos profes e turmas, um conjunto significativo de dossiers de turma que os respetivo diretores ali deixam para que estejam à mão de semear;
reparo numa turma em particular; lombadas iguais com adizeres diferentes, respetivamente volume I e volume II;
conheço a turma (sou docente da turma);
inicialmente era uma mega turma, 32 alunos, por via da opção da língua estrangeira e do acolhimento de uns quantos alunos oriundos de outras paragens ao longo do primeiro período;
se tinha 32 aluno tem, garantidamente, quase 32 casos, cada qual com as suas particularidades e caraterísticas;
uma aluna que não se reconhece na escola e que dela diverge forte e feiamente;
uma aluna que, por problemas sociais e familiares, entra em plena disputa com docentes;
muitos alunos que não se revêem na escola e que, por isso mesmo, entram em conflito com docentes apenas por dois motivos, por tudo e por nada;
alunos que procuram formas alternativas de vida;
alunos que nem sequer procuram a vida;
outros tantos institucionalizados com quem já aprendi que cada dia é diferente do outro e que pode não ter sequência;
faltas, fugas, doenças, justificações e muita, mesmo muita burrocracia leva a que a diretora de turma se veja em palpos de aranha para dar conta do recado;
e já vai no segundo volume, bem recheado,
felizmente está quase a terminar

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Das conversas

Numa sala de profes, qual sala de espera onde dominam e predominam ansiedades e algumas angústias, fala-se de quase tudo, há conversas sobre quase tudo;
Sobre o tempo, sobre os problemas do mundo e do país, sobre as disputas políticas e partidárias, sobre os pais de um ou de outro aluno, sobre um ou outro caso ou situação ocorrida, sobre a família ou sobre o fim de semana;
Contudo, habitualmente não me apercebo que se discutam as leituras e ou perspetivas sobre o 6/2014, sobre os pareceres do conselho geral; não é comum ouvir ideias sobre as estratégias de gestão de fim de ano, as perspetivas sobre a sequência de trabalhos;
Direi que, na sala de profes por onde ando, oiço muitas conversas mas poucas sobre escola e sobre o agrupamento; será que se fala de tudo para que não se fale da escola? Será mais fácil ter ideias sobre a crise no mundo do que sobre aquilo que nos diz diretamente respeito?

liberdade de escolha, de participação e de pensamento

uma das minhas entradas mais lidas e vistas nos últimos tempos é claramente política e destaca a minha opção de apoio a António Costa, é o futuro que se define, chamei-lhe eu;
por altura em que há manchetes com a crise do ps, a dança das cadeiras ou a guerra dos tronos (gosto particularmente desta última) talvez seja interessante dizer porque estou com a. costa - sem ser em tons de justificação;
como militante do partido socialista tenho tido, desde os idos anos 90 do século passado, uma assumida liberdade de estar, pensar e agir; vai daí e já fui conotado com muitos, chamado e apelidado de outros tantos e considerado no binómio bestial e besta;
obviamente que percebo a posição daqueles que são e pertencem a outros partidos, para esses sou bestial, mais não seja por que digo o que penso, critico internamente os meus e sirvo, nessa perspetiva, como argumento justificativo para muito;
como percebo a posição dos socialistas do distrito onde, relativamente à minha pessoa, oscilam entre algum reconhecimento com outro tanto constrangimento, ou simplesmente por me tolerarem sem me suportarem; vai daí e assumi lugares que alguém considerou que não ficaria mal, como também me dispensaram sem mais, apenas porque penso por mim e me atrevo a dizê-lo; e há quem pura e simplesmente não me suporte, dentro do ps, exatamente porque não controla a minha pessoa, não sabe com o que pode contar comigo;
e aqui há uma grande, mas mesmo muito grande questão da qual não abdico, mais não seja por uma mera questão de coluna, a de pensar por mim, a de me orientar por princípios, valores, ideias e convicções que há muito aprendi, adquiri e interiorizei;
lá por militar e pertencer a um partido não tenho de ser carneirista (apesar de sério admirador de Sá Carneiro), lá por ser militante, não procuro tacho nem protagonismos e menos ainda qualquer forma de poder que não passe por dar cumprimento ao que penso, ao que defendo a uma ideia de sociedade;
vai daí e estive com antónio josé seguro aquando da sua primeira eleição; pessoa que conheço (mas ele dificilmente me conhecerá) desde os inícios dos anos 90, considerei que podia e seria ou deveria ser uma lufada de ar fresco no descomprometimento ao aparelho e na assunção dos princípios socialistas; enganei-me, reconheço e assisti a um claro reforço do aparelho do partido socialista com o argumento de abertura; enganei-me pois assisti a um engajamento partidário em compromissos e acordo por debaixo da mesa em nome da transparência e da clareza;
não sou ingénuo e sei que que as lideranças se constroem por entre contratos ou simples compromissos; sei o que a casa gasta apesar de a minha fidelidade, o meu contrato e o meu compromisso ser comigo e com os meus princípios;
mas estou com a. costa por reconhecer nele, pelo menos neste momento e neste tempo, as condições para abrir o ps ao eleitorado socialista e social democrata, fazer do ps um espaço de confluência, encontro e determinação, mais que um ps de aparelho, de negócios feitos;
posso estar enganado, é verdade, mas sinto toda a liberdade por poder optar e redefinir o meu caminho;
coisa que com a. seguro não tem sido nem possível nem viável;
e não é nem de crise, nem de guerra e menos ainda de tronos que se deve falar, mas sim de democracia de abertura e pluralismo; como muitos outros defendem a realização de eleições antecipadas, apesar da pretensa legitimidade do governo, também defendo pelo menos a clarificação das ondas e das situações internas;
e nada melhor que a clarificação para se saber com o que contamos para o futuro; se a. costa perder fico na minha, à espera de outros modos e de outros tempos, com a mesma disposição e a mesma disponibilidade de hoje, completa, total - e há muitos que não podem dizer o mesmo, mesmo aqueles que são pretensamente grandes ou pretensamente maiores...

domingo, 1 de junho de 2014

da da (di) gestão

a propósito agora das eleições para alguns dos agrupamentos das proximidades, nomeadamente aqueles que decorrem do fim de comissões administrativas provisórias, uma nota sobre as dificuldades de (di)gestão que garantidamente se irão colocar;
o processo de agregação veio colocar em evidência alguns elementos que se reúnem em torno da gestão, nomeadamente (mas não exclusivamente):
a dimensão como factor de gestão;
os processo de decisão e organização das escolas
a dimensão política da gestão por via dos inúmeros interesses, objetivos e preocupações que se cruzam nas escolas;
as lógicas, princípios e ideias sobre escola e os diferentes modelos de gestão;
as zonas de conforto da qual todos nos munimos;
ora esta evidência vem, no meu entender, colocar um enorme desafio senão mesmo alguns problemas de (di)gestão;
isto é, alguns agrupamentos, em particular os de maiores dimensões, têm de assumir a separação entre uma gestão administrativa e uma gestão pedagógica; a primeira será possível e será viável, mais não seja em determinadas rubricas orçamentais; a segunda e de acordo com a dimensão, tornar-se-á ingerível ou, pelo menos, de dificuldade acrescida; seja por via das lógicas de cultura organizacional, seja pela não partilha de ideias ou de ações, seja por que requer tempo e alguma orientação para que se consiga alguma coerência de procedimentos pedagógicos, pelo menos estes; e o que vejo é uma desarmonização de procedimentos, é o cada um faz com oque sabe ou como sempre fez;
é o pior que pode acontecer

organização - círculos - processos

na sequência da escrita extensa de ontem, sobre a reconfiguração dos poderes nas escolas e o destapar da dimensão política da ação escolar, destaco, ainda com o mesmo espírito de fim de semana, a alteração e reconfiguração dos circuitos de decisão na escola;
habitual e tradicionalmente o processo de decisão era mais ou menos claro e mais ou menos transparente;
a decisão era, na generalidade das situações, casuística, fruto da situação, de um contexto (espaço, tempo e saberes) e das circunstâncias (quem coloca o problema, quem se assume na sua ação, que variáveis existem e pronto);
há assim dois tipos de decisão; uma imediata de gestão de situações ou de resolução de pequenos problemas; outra de médio longo prazo, de gestão de recursos, organização da escola, orientação da ação coletiva;
qualquer uma delas assentava na pessoa do presidente/diretor;
nas mais imediatas, decidia fruto da sua experiência, do conhecimento (factual ou empírico), de uma ou outra ideia que tinha ou detinha sobre o funcionamento da escola ou por orientação meramente administrativa;
noutras, naquelas de médio longo prazo, ouvia os mais próximos e/ou - direi que talvez na sua maioria - preparava um documento que apresentava em conselho pedagógico e que, na generalidade das situações, era aprovado;
é aqui que se começam a notar algumas alterações;
a decisão assumida raramente era contrariada, contraproposta, discutida; só por por vezes e de acordo com as dimensões da escola (dimensão essencial para a definição e constituição de massa crítica) podia existir um ou outro alinhavo, mas nada de significativo (inclusivamente para aqueles diretores mais batidos, eram introduzidos pontos para discussão e negociação, dando assim ideia de cedência);
com o crescer das escolas na sua dimensão, em particular naquelas que foram sujeitas a agregação, o número de variáveis cresceu significativamente e, entre elas, os princípios e as lógicas a que cada qual estava habituado e pelas quais se regia e orientava;
fruto das agregações, do crescer da dimensão de variáveis envolvidas, da sua manifesta dificuldade de controlo, o processo de decisão, que o diretor pretende manter, sofre abalos e é sujeito  fortes pressões externas;
por um lado, as situações de contestação saem da gaveta e assumem o seu protagonismo no confronto de órgãos (em particular entre conselho geral e conselho pedagógico); neste confronto assumem-se (?) princípios diferentes, lógicas de ação distintas, opções manifestamente divergentes;
por outro, os níveis de questionamento, interrogação e de confronto sobem inevitavelmente fruto do crescimento do número de elementos envolvidos na decisão, mas também e por isso mesmo, porque o controlo sobre as variáveis da decisão passa a ser muito mais débil, senão mesmo inexistente;
nesta perspetiva há que alterar, em alguns contextos com algum radicalismo, os circuitos e os processos de decisão; experimentar a elaborar documentos postos à discussão, que sejam feitos, acrescentados bottom to top, debaixo para cima, envolvendo e implicando o maior número de elementos possíveis; com clareza de procedimentos e com regras de trabalho; talvez resulte

inexorável

ainda em fim de semana e agora com menos afazeres de fim de semana (é quando organizo a semana, preparo as dinâmicas, defino estratégias e organizo a minha metodologia de trabalho), dá para sentir a inexorabilidade do tempo, o seu avanço insistente e persistente para o dia de amanhã;
estamos num novo mês que começa quase a brincar, com o dia da criança;