quinta-feira, 28 de novembro de 2013

ausência da escrita mas atenção ao que sinto

não tenho escrito sobre évora, nem sobre a nova cor política das "gestões" das minhas próximidades;
primeiro, escrever para quê, não irei mudar nada nos próximos tempos e apenas acudir à manifesta falta de ideias - ou à predominância do cinzento - que carateriza a equipa de évora;
segundo, não posso comentar nem reforçar pois mal conhecço montemor e, pelo que oiço, as comparações são constantes, recorrentes e... "burrocidas", pois comparar uma cidade com... outra (será), enfim, enfim;
terceiro, a própria blogosfera local e alguma regional, calou-se, fala de banalidades e trivialidades, descansa sobre os louros conseguidos de destronar o ps e de dar (e receber, entenda-se) o lugar aos seus;
quarto, afinal escrever para quê, bastaria criar ligações a alguns posts não muito antigos do pessoal mais... mais vermelho para dar conta que nada se alterou .. errado, alterou-se a demagogia, aquela ideia do faz de conta, do parece que é mas não é;
finalmente, escrever para quê, se é certo que algumas vozes de burro até chegam aos céus, outras, como a minha, por exemplo, só alegram quem não sabe cantar...

de protesto em protesto até à derrocada final

sobre o protesto lá pelo burgo ocupacional nada de monta;
é certo que vi uns senhores de "cambra" em punho, outros, talvez dois, de lápis espetado com bola em cima, tipo microfone; uns quantos pais que não me apercebi se estavam a deixar os filhotes na escola se em protesto, uns quantos alunos, todos a chegar e esses sim a protestarem por estar na escola, que deviam estar na cama ou em casa, que a escola é porreira, as aulas é que são uma seca, nada de monta;
não vi o diretor a dar entrevistas nem sequer a acompanhar pais ou os senhores das "cambras", (é que eu estou lá e sou exemplo a não seguir - private joke, sorry);
de resto lá continuamos com uma gestão de funcionários que nem sequer é de merceeria, mas faz lembrar o gaspar; lá se ouviram comentários e informações que a delegada escolar está a par, mas a portaria (aquela que define o número de funcionários) dá muito jeito, dá um jeitão;
lá continuamos serenamente até que um dia aconteça uma das boas e o pessoal perceba que se devia ter mexido, mas não mexeu;

repetição dos complicómetros

tenho consciencia, apesar de, por vezes, não ter muitas certezas, que me repito; em ideias, em conceitos, em posturas, em opiniões;
esta blogosfera e o que ela pode representar, deixa-nos a ideia de quão somos, ou não, coerentes; coerentes no que defendemos, no que afirmamos, nas posições assumidas;
ora hoje fui à procura, neste meu cantinho, e só este, de uma ideia que sabia - ou desconfiava - que já tinha divagado sobre ela , a ideia do complicómetro, nem mais, cá está ela; e agora divago para repetir quase a mesma coisa;
que em vez de simplificar há quem goste de complicar, por questões de preceito, para se dar a ideia de trabalho, de conhecimento ou saberes, de organização; mas apenas para dar a ideia, pois as grelhas servem para quase tudo menos para isso que aparentam dar a ideia; complicam a vida, assumem-se como proformas burrocráticos, consideram as pessoas como acéfalas, etc, etc;
ontem foi mais do mesmo numa dita cuja reunião, um ptt (entenda-se plano de trabalho de turma) que era mais um plano de trabalho para esmifrar professores - em especial o diretor de turma; querem encaixotar a realidade, cada vez mais diversa, complexa e plural, numa matriz onde pedem tudo e nada encaixa; querem teorizar, sobre trabalho colaborativo, sobre criação de sentidos, mas não fazem a mínima ideia do que é isso e do que isso implica;
ora deixem-se estr sossegados, sff...

terça-feira, 26 de novembro de 2013

de barriguinha em punho

as coisas não acontecem por dá cá aquela palha, por que se decreta, porque alguém determina que deve ser assim ou assado;
as coisas acontecem por que alguém faz com que elas acontençam; no meu entendimento quase tudo é uma construção social decorrente de interesses, objetivos, preocupações, conhecimentos que se cruzam num momento e a pretexto de um contexto;
isto a propósito da agregação da minha escola - e, se calhar, de muitas outras;
fazer esta ou qualquer outra agregação é juntar mundos e culturas diferentes e distantes; é colocar debaixo da mesma gestão processos e procedimentos habitualmente separados; é aumentar o número de variáveis e de vozes que se fazem ouvir, que se expressam por uma qualquer razão ou, mesmo, sem razão;
requer uma estratégia de ação, isto é, ações delliberadas e provocadas sobre o que se quer, como se quer e para que se quer essa agregação; o que fazer às variáveis acrescidas, como ouvir tanta gente no meio da cacofonia, como acertar pontos de vista, ideias ou meras opiniões; uma qualquer agregação requer saberes e competências, conhecimentos que vão além daquilo que era hábito, isto se quisermos fazer alguma coisa;
ora pelos lados desta santa terrinha implantada e encrustrada a sul o que se nota nas agregações é a barriguita a empurrar os problemas como se eles, por falta de insistência e ausência de persistência, se desvanecessem;
era bom era...

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Protesto

Na próxima quarta feira, dia 27, a associação de pais tem protesto marcado para a porta da escola sede do agrupamento;
reivindicam-se mais funcionários, uma outra gestão do pessoal auxiliar que permita chegar, com razoabilidade, a mais sitios e de forma mais adequada;
Preve-se boicote às aulas e entrega de moção;
Mais nada...

Construção de sentidos

Na análise do rendimento do aluno e do seu empenho e intereesse perante o processo de escolarização, um dos elementos que se destaca como mais comum a todos os alunos de menor rendimento (mais insucesso) passa pela ausência de uma perspetiva de futuro;
Um bom aluno pode não saber o que estará a fazer daqui a 4 ou 5 anos, mas sabe que a sua vida e esse seu futuro passa pela escola; um aluno marcado pelo insucesso, muitos descritos pelos docentes como desinteressados, alheados, indiferentes, não conta com a escola, independemente dos futuros;
Direi que um aluno marcado pelo insucesso, desinteressado e alheado do processo de escolarizaçãoo não tem nem sonhos, nem ambições, nem ajudas de quem o possa incentivar a construir castelos nas nuvens;
E a escola não tem sido grande ajuda...

domingo, 24 de novembro de 2013

apresentação e discussão

esta foi a apresentação que fiz no congresso internacional de políticas educativas e eficácia das escolas;
reonheço, depois da apresentação e depois dos comentários, que carece de muito, muito trabalho, para estar num ponto que me permita a ousadia de tentar ou de experimentar publicar;
escrever e trabalhar sozinho, no meio dos muitos afazeres que rodeiam as vidas, não é tarefa fácil; a única possibilidade de crescer e melhorar passa mesmo pela publicitação do trabalho, de modo a que possa perceber por onde ando e como vou;
aceitam-se comentários;

sábado, 23 de novembro de 2013

da imaginação e da emoção

vim à pouco do encontro com gonçalo m. tavares a pretexto do lançamento do seu último livro - atlas do corpo e da imaginação;
gosto do autor (pela escrita, direta, simples, escorreita), pelo pensamento (claro, entre o tradicional e o moederno, entre o coletivo individual ou o individual coletivo), fiquei a gostar pela pessoa (simples, clara, conversadoura, disponível); um espanto, tal como os géneos;
alguém lhe colocou a questão que em doze anos, mais coisa menos coisa, editou 35 livros como será o futuro; para surpresa dos presentes, afirmou que tem mais, muitos mais por publicar do que aqueles que estão publicados;
é obra

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Dos pulhas e da putice

Sessão de abertura do congresso de políticas educativas e eficacai das escolas, auditório da UÉvora; presente o pulha do secretario de estado dos ensinos básico e secundário;
O dito começa a falar e nada, ninguém se mexe, ninguém diz nem fdaz nada; não consigo, não resisto, levanto-me e saio, insurjo-me como posso; cá fora e sei que não era à minha espera, um trio de policias à paisana; infelizmente estão sozinhos, trocam conversas' nada os ocupa, nada os incomoda, é pena...

entre salva vidas e vida salva

as notícias de hoje dão conta do encontro de muitos, da esquerda à direita, passando, obviamente por todos os que estão no meio;
tenho pena de não poder estar presente, mas esta iniciativa, que alguns do meu lado teimam a sussurrar entre dentes, entre a desvalorização e as conivências baixas, é reveladora de um vazio à esquerda, demonstradora da dificuldade de o ps se constituir como alternativa, da inexistência de liderança à esquerda que seja aglutinadora e não que faça esmorecer ideias ou vontades;
é o que temos...

Do desenrasca à colaboração

Trabalhar na escola é um processo que tem sido muito marcado pelos desempenhos individuais; por muito incrível que possa parecer a muitos, ser professor é trabalhar sozinho - nas planificações, na organização pedagógica, na definição das dinâmicas de trabalho, ainda que no meio de muitos, nas correções de fichas e trabalhos; 
Ontem estive num encontro - que não designo como reunião - que foi exatamente o contrário do trabalho individual, do isolamento de cada um, do fechamento distante, da compartimentação estanque e continuaria pois gostei do que ontem 4 docentes fizeram;
Pensou-se a construção de um sentido coletivo ao que cada um faz, debateu-se o que podemos fazer juntos e não sozinhos, discutimos como partilhar ideias em vez de nos desenrascarmos cada um para seu lado, trocamos experiencias em vez de dissecaremos problemas, pensamos em soluções em vez de moer constrangimentos;
Para mim, ontem no meio daquelas colegas, estive num ponto alto da minha profissão; e gostei...

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Estupidez

Nos tempos que correm, entre politicas de merda e atitudes a descambar para o estúpido por parte de muita gente, considero assustador, no mínimo, recomendarem-me ter cuidado com o que escrevo, com o que digo, a quem digo e onde o digo (ou escrevo);
Muito provavelmente quem me aconselha não me conhece o suficiente, conhecerá de mim apenas o que resulta de dois dedos de conversa entre as correrias ou de um intervalo ou das muitas coisas que há para fazer; certamente quem me aconselha terá alguma consideração por mim, alertando-me, querendo-me prevenido; será também alguém conhecedor de eventuais ou prováveis consequências que possam decorrer daquilo que escrevo ou do que digo;
Mas que é estúpido, é;
Mas é também exemplo (infeliz, diga-se) dos tempos que correm, dos sentimentos de impunidade, do poder das arbitrariedades e descricionaridades que caraterizam algumas pessoas; do medo que emerge e ressurge, como forma de gestão dos ignorantes, é estúpido;

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Da imaginação

Não é nem desafio nem convite, talvez seja apenas uma tolice;
Como é que um professor, independentemente do seu nível de ensino, imagina a escola? Que espaços tem, que organização implica, que fluxos pressupõe, quais as suas funções e os seus objetivos, o papel de uns e de outros, quem são uns e outros;
Como é que um professor imagina o trabalho dos outros professores? Em sala de aula, em casa, no seu departamento; como imagina um professor que deve ser uma sala de aula? Qual a sua dinâmica, quais os intervenientes, como seleccionar os alunos, que conteúdos trabalhar, que relações se definem?
Já pensaram nisso? O que é que já fizeram para isso?

entreténs e qualificações

no final da semana, entre 5ª e sábado estarei pela minha cidade a ouvir - e a falar - sobre sucesso, formas de organização escolar, diferenciação educativa entre outros assuntos do mesmo tema, o sucesso; é o congresso internacional "políticas educativas, eficácia e melhoria das escolas";
as escolas têm, cada vez mais, mais docentes com mais qualificações; docentes que por uma qualquer razão aprofundaram conhecimentos e competências,obtiveram novas qualificações; para já e pelo lado que me toca, o do alentejo, não tenho muito conhecimento sobre o que faz e como faz este novo corpo docente (alguns já com alguns aninhos) para que seja aproveitado no sentido da melhoria dos desempenhos escolares e educativos, seja por via de propostas organizacionais, seja pelo debate ou formação que se promova, pela elaboração de relatórios críticos de atividade ou outra ação; na generalidade sobressai o bom ditado tuga que santos da casa não fazem milagres - no que me diz respeito é verdadinha mesmo;
só que, se as competências não são aproveitadas em prol do coletivo, não paro e continuo a tentar estudar, analisar e compreender como os professores se organizam, como se estruturam respostas educativas, como se gerem diferenças, como se lida com a diferença, que conhecimentos são mobilizados, como é visto o papel da escola e dos docentes, que parceiros e que parcerias se instituem, entre outras coisas; assim irei falar sobre o PCA que tenho o privilégio de acompanhar desde o ano passado; entre outras dimensões ando a construir um conceito, o de biopedagogia, no cruzamento de M. Foucaul, no que se refere à biopolítica, e de N. Rose, da bioeconomia; biopedagopgia no sentido de cruzar uma dimensão escolar (pedagógica) com uma dimensão social (de governo do próprio e para o outro, de sujeição às regras daqueles que delas fogem);
entretenho-me

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Refúgio

Uma das muitas particularidades das politicas e da muita falta de tato que se regista por algumas escolas, diz respeito à circunstância de ter isolado o professor;
Perante as inúmeras solicitações de que o docente é alvo (desde as sexualidades ao novel empreendedorismo, há de tudo, como na farmácia), passando pelo acréscimo de tempos letivos, das dimensões da turma, dos trabalhos a que está sujeito, o docente, por estes lados, tem optado pela pior solução, resguardar-se na sala de aula, fugir para esse espaço de aparentes acalmias ou de, pelo menos, pretenso maior controlo;
Ali, pretensamente, o docente fica com alguma aparência de acalmia, de controlo, de sossego, de domínio das inúmeras variáveis que o rodeiam;
Mas é pura ilusão e as dinâmicas, os estados de espírito o cansaço manifestam-se ainda mais; sozinhos não somos nada nem ninguém e estamos muito mais vulneráveis às incidências alheias;
Mas é o que temos...

Dos conselhos

Sejam o que os conselhos sejam podem ser bons ou maus em função daquilo que deles fizermos;
Isto a propósito de o dia de hoje, pela escola ajuntada, ser dedicado à eleição para o conselho geral;
Tal como há sensivelmente um ano atrás, aquando da eleição do conselho geral transitório, também desta vez não houve conversas, apresentação de ideias ou de quais as razões (se é que têm de existir) ou orientações ( se é que se definem) que estarão na base de uma lista que tem lá quase tudo, o cão, o gato, o tareco e o piu-piu;
Assim sendo, este conselho será como os outros quase todos, será aquilo que dele fizerem, caso saibam para que é que lá estão ou porque la estão; mas isso são outras coisas....

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

do desnecessário ao rídiculo

ontem, no final de uma reunião intercalar, escrevi assim:
Na generalidade é mais uma como muitas outras; diz-se mal dos alunos, a culpa é dos alunos ou, quanto muito, dos pais, que não são obedientes, não são submissos, que são faladores essas coisas mais ou menos habituais; A DT ainda insinuou uma perspetiva de soluções, mas rapidamente se desvaneceu na mera retórica circunstancial e opinativa;esquecem-se, não sei se deliberadamente se por mera incompetência, que não há soluções individuais para grupos; vamos sair daqui cada qual com a sua, ligeiramente mais leves apenas pelo desabafo e sem soluções;
esta é uma das grandes moengas da escola e dos professores, caír-se com alguma facilidade na opinião, no lugar comum, esquecerem-se que as soluções têm de ser, cada vez mais, partilhadas, coletivas, de todos, ser-se conhecedor do que compete a cada um, de qual o papel de cada um, de quais os objetivos de cada um e de todos e não meros remendos individuais, sejam eles decorrentes da personalidade, por opção, determinação ou o que seja do docente;
no contexto da reunião a grande moenga passou também por se identificarem soluções (propostas disso) para problemas que são sociais mas que se repercutem e refletem na sala de aula; como? com que capacidade da escola e dos professores? com que envolvimentos? com que parceiros ou com que parcerias? 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Opções e as ditas duras

Quino tem uma tira, entre muuiiitas, onde a Mafalda fala das ditas duras;
Isto a propósito das opções de política educativa deste governo;
Relembrem-se aqueles que, por uma qualquer razão, se terão esquecido que as ditaduras sempre se apoiaram em duas dimensões incontornáveis: controlo da comunicação social, domínio da escola e dos valores que ela transmite;
O regime de Salazar percebeu-o desde muito cedo, criando desde a mocidade aos eventos escolares e definindo o papel da escola nacional, como o dos professores;
Relembrem-se que muitos do nossos valores, daquilo que consideramos "natural" e "normal" nunca deixou de ser uma construção política de um regime, desde o dia de Portugal, passando pelo respeito aos mais velhos ou às instituições, à subserviência e à ignorância planeada;
E o que se vê fazer a este governo? Qual a ideia que perpassa pelas medidas de política educativa deste governo? Qual o papel da escola e dos professores para este governo? Comecem a responder e verão que nada têm de natural, nem de normal, mas são uma deveras recambolescas construção política e ideológica deste governo;

Coisas do futuro

O correio da manhã de hoje titula na primeira página, ainda que num canto, que há ordem para despedir professores; direi que há ordens para comprometer o futuro, mas eles é que sabem, e sabem o que fazem, porque o fazem;
Não se caia na ideia que a coisa não é pensada e deliberada; estes senhores não estão grandemente preocupados com o presente mas sim com o futuro... Só que não é o nosso futuro, é o deles;
E nós cá vamos...

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

sou o que escrevo ou escrevo o que sou - não me interessa nem quero saber

não me sinto zangado, mas sinto-me um pouco impaciente;
não estou lixado, mas sinto-me um bom bocado assim a modos que ... sem palavras;
ando azedo, é verdade, mas não é do prazo de validade (pelo menos assim espero eu) mas da vida que enfim, enfim;
a amargura que me pode caraterizar num contexto ou momento refere-se (ou pode-se referir) tão só a algumas expetativas furadas, guradas, escafedidas;
isto para anunciar, a plena escrita daqui figurada, que sou o que escrevo ou escrevo o que sou; sou o meu contexto, o meu espaço e o meu tempo, o meu saber e a minha incapacidade e ignorância de me escrever para além do que escrevo;
não sou poeta, mas divago entre linhas;
não sou escritor, mas escrevo o que penso;
sou eu, apenas eu, um homem de meia idade, farto de ignorantes sabedores, conhecedores cheio da estupidez alheia que preenchem discursos de frases feitas e lugares comuns, da hipócrisia de cada um da qual se reveste o sorriso eivado de fel, preenchido de banalidades diárias, vulgaridades, feitas letra de lei;
ou apenas da puta que os pariu,
sinceramente, sinceramente, não tenho é mesmo paciência

Coisas soltas

Depois do ajuntamento círculo rapidamente entre as duas salas de profes; por enquanto tenho essa possibilidade, a distância entre uma e outra permite-me apanhar ar, desanuviar, espairecer e preparar-me para a próxima aula;
As salas de profs destas duas escolas estão carregadas de silêncios ruidosos, sorrisos sociais, acenos de adeus, cumprimentos de obrigação; sinto a falta de afetos, de discussões e de comentários vazios; o pessoal, por estas escolas, refugia-se ou na sala de aula, no exterior da escola entre dois dedos de fumo ou circulando, pois circular é viver;
Nestas escolas sobrevive-see não é apenas profissionalmente...

terça-feira, 12 de novembro de 2013

entre o idiota e o erro - ou apenas a tentativa de salvação do professor

como idiota que sou procuro, na medida das minhas próprias incapacidades e limitações, identificar estratégias que me permitam gerir a dinâmica de sala de aula; não direi, mas também não recuso, a associação desta dinâmica a processos ligados às didáticas ou ao currículo; mas isso serão coisas para outra escrita;
gerir turmas com 25 ou 30 elementos, de origens muito diferentes, com objetivos que, a existirem, serão tão diferenciados quanto as suas origens, onde a maior parte do pessoal não percebe o que anda ali a fazer, qual a relação que a restauração, por exemplo, ou a arte grega, outro exemplo, pode ter para a sua vida mais imediata, é deveras complicado, coloca desafios e obriga-me a pensar;
a estratégia já passou por trabalhos de âmbito mais prático, assente no cruzamento entre uma lógica de projeto e uma outra de diferenciação (fosse de produtos, processo ou calendário); não sei se por questões de dimensão das turmas este ano a coisa não estava a resultar tão bem, sentia que falhava uma maior ligação do aluno ao trabalho mais quotidiano, registava um encosto de dinâmicas, algo que não percebia o quê ou do porquê;
vai daí e defini uma dupla estratégia: por um lado, avaliação do produto que se apresenta, por outro avaliação do processo, portanto, das etapas que conduzem ao produto; uma e outra é clarificada logo à partida, quais os critérios, quais os indicadores de análise e avaliação, quais os procedimentos a desenvolver;
para já está a resultar, falta saber se por enquanto se durante quanto tempo...

medidas políticas

as políticas educativas, deste e de outros governos, são o que são;
umas para cumprir outras para admirar e outras para fingir que se cumprem; outras ainda apenas para chatear e outras como medidas de regulação quer das práticas profissionais (docentes ou gestionárias) quer das relações entre escola e outra coisa qualquer (pais, comunidade, município, and so on);
agora se as políticas são o que são, compete às pessoas que delas são alvo, não criar nem complicações, nem complicometros; seja por via do diálogo e da criação de um qualquer entendimento, seja por via de um qualquer processo de adaptação e contextualização;
o problema é quando a legislação, essas mesmas medidas de política, tanto servem para justificar procedimentos, como argumentar sobre opiniões, para que uns obedeçam ou para que outros as considerem como ponto de fuga - em função de objetivos, interesses mais ou menos particulares, ou incompetências próprias;
se há conhecimento, decorra ele da experiência ou de formação, do mal o menos; o problema é quando utilizamos a experiência adquirida num contexto e ela não se adapta áquela realidade que tanto desejamos que existisse, mas não existe; aí, surge aquela afirmação muito tuga e de todo em todo adequada, quando um tipo não sabe até os tomates incomodam...

domingo, 10 de novembro de 2013

blablablabla

tenho consciência que as conversas deste fim de semana rodam em torno de dois eixos, o benfca-sporting de ontem (grande jogo) e dos rankings escolares;
nada digo quanto ao jogo; já quanto aos rankigs nmão me estico, mas aproveito esta entrada que diz muito sobre a coisa e me reconheço quase que integralmente na sua escrita;
a grande questão não são os rankings, os culpados, as escolas, o sistema ou o que seja, a grande questão é mesmo política e educativa; onde nos conduzem as políticas, que fazemos nós (professores e pais) para obviar, minimizar, mitigar processos e resultados, qual o papel do local na construção da escola?
há dias, num desabafo comigo mesmo escrevi numa turma:
Na apresentação e reorganização dos grupos ponho-me a pensar nos desafios desta profissão, o que é tentar trabalhar com 31 pessoa numa sala de aula, onde se pulverizam interesses, onde se dispersam objetivos, onde convivem muitos e muitas coisas que em nada se relacionam com este mundo; dá para pensar o que será lidar e trabalhar com um t. que mais parece da raia que da cidade, a J que se descobre, nuns e noutros que nem se perguntam do porque nem para o que; com matérias algo descontextualizadas e, ainda que interessantes, desgarradas umas das outras, excessivamente individualizadas e atomizadas onde nem mesmo a maior partes dos profes consegue dar ou criar sentido; como envolver um conjunto tão díspar de alunos, onde confluem tantos interesses, ou que apenas não se perspetivam objetivos, nem sentidos; como trabalhar com alunos que não se reconhecem na ação educativa, que se dispersam por tudo e por nada; o que fazer e como fazer sozinhos que estamos, os profes, isolados de qualquer mundo, a partir pedra por nós mesmos, como se fossemos pedreiros, mas com ferramentas de alfaiate, a tentar mover montanhas, as mesmas que são estes alunos, como se fossemos Moisés e nem isso somos; é um mundo de desafios, de tentativas, de esforços, quase sempre solitários;


Regresso regressado

Não consigo resistir à tentação da escrita - nem de outras tentações, diga-se;
Regresso com os mesmos temas e a vontade de sempre, de escrever sobre o meu contexto, ou seja, educação, escola e coisas várias que por aí possam andar a pulular;
com a quase garantia que este blogar será muito parecido com twits, mas já tinha vontade e afinal vou ao encontro de novos leitores, alguns dos meus alunos ...