quarta-feira, 29 de abril de 2009

criatividade

uma das marcas distintivas dos contextos sociais, em particular da escola e da educação, é a criatividade;
na escola, nos contextos sociais em geral, a criatividade é elemento essencial para resolver problemas, definir alternativas, apontar possibilidades, criar outros modos - há quem lhe chame desenrasque;
um dos problemas que aponto às políticas educativas presentes é a manifesta tentativa de cercear essa criatividade, restringindo e condicionando o espaço de possibilidades ao regulamentado, ao formal, ao instituínte;
como contraponto, surgem sempre formas ou modos de criar outros espaços de criatividade, sejam em sala de aula, sejam nas relações mais informais e instituintes da sala de professores;
o sério problema surge quando quem gere não sabe, não pode ou simplesmente não quer aproveitar esses espaços que, habitualmente, definem um clima e uma cultura de escola...

quantidade

na escolinha pretende-se criar uma folha de acta com carácter quantificado;
na apresentação, lembrei-me das actas do período Veiga Simão, onde se procuravam quantificar comportamentos, regras, aproveitamentos e de tudo um pouco, em espaços próprios, com indicações precisas;
é entendível esta preocupação, quer no passado quer no presente ,de reduzir ao quantitativo a diversidade social;
por um lado, o quantitativo procura padronizar, uniformizar e homogeneizar uma realidade, a social, que é por si diversa, heterogénea e poliforme;
por outro, é um instrumentos de governo que ao uniformizar e padronizar procura encontrar as regularidades necessárias à gestão (e governação) das pluralidades sociais;
o mais parecido nos tempos presentes refere-se ao conceito de políticas públicas, habitualmente traduzidas na quantificação, na criação de indicadores de desempenho, na monitorização dos sistemas;
considero inegável a pertinência da criação de indicadores de desempenho social que permitam aferir do funcionamento dos sistemas e das organizações, mas atirar isso para o corpo de actas onde a marca é a diferenciação é querer responsabilizar outros pelo seu desempenho...

terça-feira, 28 de abril de 2009

fartura

começo a sentir alguma fartura das coisas;
é hábito cansar-me, fartar-me quando as coisas ganham hábitos de previsibilidade e se instalam rotinas;
a minha escola ganha rotinas de procedimentos, destacam-se as certezas e convicções inabaláveis, como se não existissem outros modos ou formas ou, se simplesmente, as alternativas não fossem de equacionar;
tal situação faz com que não se pense o quotidiano e a acefalia ganhe espaço, qual vírus suíno...

conselho

o conselho geral transitório pode, face aos contextos, ser uma mais valia para o trabalho das escolas;
ontem, na reunião local, isso foi visível com a introdução de perspectivas de análise e consideração que não as exclusivas dos docentes, acrescentando ideias e um outro olhar às coisas da escola;
até onde pode ir este contributo, face ao que se encontra legislado, será o desafio, nomeadamente se se perspectivar enquanto elemento de avaliação ou como força do bloqueio...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

angustias

isto de se desenvolver um projecto de investigação fora da academia tem muito que se lhe diga;
mesmo na academia já não é um processo fácil, agora fora, quando se têm que gerir inúmeras solicitações, obrigações e afazeres então ganha uma dimensão muito próxima da angustia;
tenho um acervo significativo, que cresce quotidianamente, fruto de mais elementos que colho, as leituras pululam que nem cogumelos, as transcrições de entrevistas acumulam-se e sinto vontade de mandar tudo às urtigas e descansar, não fazer nada...
são momentos de ansiedade - e algum desespero - os que se atravessam...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

preocupações

ver onde recaem as preocupações do funcionamento diário da escola, oriundas do órgão de gestão, permite perceber a valorização das opções, o sentido definido ao quotidiano e entender o que se privilegia como o que se omite;
perceber que se preocupam com minudecências é perceber que se perdeu um sentido mais estratégico, que se valorizam rodriguinhos em detrimento de questões de fundo
mas tábém, quem manda pode e resta-me reclamar... não basta a política educativa, manifestamente sem bom senso, como falta algum nexo na escola situada...
é o que temos ou, como dizia ontem Ramalho Eanes, é o que merecemos...

desafios

o alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12º ano (18 anos) vai colocar, uma vez mais, um enorme desafio à escola pública portuguesa;
não é apenas o alargamento que está em causa, é a capacidade de enquadrar alunos que não se revêm na escola ou na escolaridade, que ali apenas encontram um ponto de convívio e pouco mais;
de acordo com diferentes estudos, o aumento das situações de indisciplina estiveram relacionadas de perto com o alargamento da escolaridade obrigatória e a inclusão de alunos com pouco, ou nenhum, interesse na escola;
não está em causa o interesse e a pertinência de uma medida que visa o prolongamento de algumas qualificações ou competências; está em causa a forma e os modos como a escola irá responder ao desafio;
não poderá passar por mais do mesmo, da mesma maneira a elementos diferentes; as respostas terão de ser diferenciadas e diversificadas; caso contrário o apertado sistema educativo português corre o sério risco de rebentar...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

desarrumação

esta minha secretária está pior que o dono;
ainda não se passaram duas semanas completas após o início do terceiro período e está de pantanas;
livros de um lado, papeis do outro, folhas soltas sobre isto e aquilo um pouco por todo o lado, a máquina fotográfica, uma lâmpada, o gravador áudio e respectivas cassetes, pilhas...
e não é lá muito grande (como gostaria)...

observação

no meio da observação de aulas, o avaliador dá com a manifesta preocupação de não ter como registar as suas referências;
as fichas criadas pelo conselho pedagógico não levam em consideração outros modos de leccionar, que não seja assente na exposição do professor e no carácter passivo do aluno, numa incoerente linearidade do programa, na sobreposição do papel do professor;
ainda a meio dos seus afazeres pergunta-me e o que fazer; recomendo que registe como entenda e utilize o espaço destinado às observações para justificar ou esclarecer o que considere necessário;

avaliação

hoje foi dia de aula assistida, no âmbito do processo de avaliação docente;
entreguei os meus objectivos e solicitei aulas assistidas; não que seja muito bom ou excelente, mas foi a forma que encontrei de mostrar a quem de direito que tal situação permitiria entupir o funcionamento de uma escola, caso todos o fizessem;
não foi uma aula normal; o avaliador e assistente, perguntou e voltou a perguntar, dada a curiosidade de uma forma diferente de se trabalhar em sala de aula;
viu cadernos e portefólios, perguntou e questionou os alunos, se gostavam, como tinha sido a reacção inicial, como se sentiam agora, como seria no próximo ano;
ouviu respostas que o deixaram ainda mais curioso e quase sempre com o espírito de dizer que faz quase o mesmo;
falta é o quase...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

liberdade


os alunos empenharam-se e, a partir dos livros de Jorge Letria, fizeram a sua recriação;
imagens e palavras que estão espalhadas pela escola;

diferente

dia diferente na escolinha, com a visita de Jorge Letria;
praticamente em cima dos 35 anos de Abril calhou bem, recordando frases feitas sobre a liberdade e a vontade de futuros;
consequência de muito trabalhinho e empenho por parte de alguns professores, mostra as potencialidades formativas da escola para além da sala de aula;

terça-feira, 21 de abril de 2009

considerações

a minha direcção de turma anda com alterações (comportamento e aproveitamento) que têm surpreendido professores e pais;
se, num primeiro momento, eram expectáveis essas alterações, fruto da mudança de ciclo, da apropriação de novos espaços e relações, do crescer, do desabrochar da adolescência, já, num segundo momento, não esperava que os reflexos e as suas mais directas consequências, fossem tão evidentes, quer no aproveitamento (abaixamento generalizado) e, acima de tudo, reconhecimento;
em conversa com o pessoal foi possível perceber, mediante as suas próprias palavras e considerações, que há consciência do que fazem, noção do comportamento;
os adjectivos utilizados por cada um na caracterização da situação, colocados no quadro, foram surpresa para todos;
resultados? não espero muitos, apenas a consciência dos factos pode já ser sinal de crescimento, mas não de correcção de procedimentos...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

opções

as coisas, pelo lado da escola, não estão fáceis; mas algumas são fáceis;
contudo, há sempre gente que gosta de complicar, talvez para dar a ideia da sua importância, do seu papel e da sua capacidade de resolver, de forma complicada, aquilo que é simples;
é um tique de pretensiosismo e de desconsideração pelos outros; mas é coisa que abunda... pelo menos pela minha esclinha...

domingo, 19 de abril de 2009

perdidamente

uma amiga recordou-me o quanto eu gosto de Florbela Espanca;
poetisa maldita, pois não era hábito a mulher participar nestas andanças, deixou um legado que, ainda que não esquecido, não foi/é valorizado o suficiente, quer enquanto poesia, quer enquanto mulher;


sábado, 18 de abril de 2009

geração

em conversas mais ou menos orientadas sobre a história recente da escola portuguesa, há um dado que ressalta com alguma inquietação;
diz-me uma técnica de uma escola que chegam ali, cada vez mais, os filhos da geração de Abril; pergunto o que isso significa e que implicações tem;
várias e diversificadas; os filhos de Abril foram formados no princípio de serem os melhores amigos dos filhos, seus confidentes e apoiantes, não gostam de contrariar os filhos não fiquem eles com traumas ou se quebre a amizade, gostam de os manter ocupados de modo a que não se desviem para aquilo por onde os pais passaram (ou ficaram), são motoristas de táxi na recolha e distribuição dos filhos, próprios e alheios, valorizam uma aparência de cultura em detrimento de um debate de ideias diferentes e diferenciadoras, facilitam sem razão e contrariam sem explicação;
a consequência na escola diz respeito ao facto de serem mais reivindicativos, exigirem apenas, esquecendo o dever, confiam em excesso na escola, não a complementando nem ajudando, distanciam-se dos filhos, por receio, não questionam o quotidiano, mas exigem atenção...
em palavras próprias é uma forma que transborda e deforma e não sabemos qual a alternativa...

descrédito

ele há coisas que quase não seriam necessárias de lembrar;
contudo, o fórum Portugal de Verdade, promovido em período de pré-campanha pelo PSD, lembrou-se, obviamente, de abordar as questões em torno da educação;
o óbvio é a referência ao descrédito da educação, como se fosse possível passar uma esponja por cima da História e fazer com que exista apenas o que queremos (ver, ler, ouvir) e não o que efectivamente aconteceu (políticas, opções, governos);
outra é a referência fácil ao que designo como ingovernabilidade do sistema e apelar a que deixem as escolas funcionar; opção válida, não fosse estar enformada de uma lógica de mercado perto do salve-se quem puder e como puder, como se o mercado educativo, só por si, não estivesse marcado pelas mesmas características daquele outro que ditou a crise instalada;
em contraponto, nota-se a clara ausência do governo da educação e das opções de governação educativa ditadas pelo partido que apoia e suporta o governo;
será para manter a mesma linha? quais as prioridades (alargamento da escolaridade, ensino técnico-profissional, alargamento dos exames de 9º ano...)? qual o espaço para os contratos de autonomia? isto é, depois de um período marcado por alguma (re)organização do sistema (ainda assim ainda com muito espaço de manobra), qual a futura aposta - formação, currículos, avaliação, carreiras...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

comentários


depois de um rápido zapping pela blogosfera, fico ainda mais ciente, que boa parte da campanha eleitoral irá passar por este espaço - exemplo 1 e 2 e apenas local;
valha ele o que valer, seja lido, considerado ou apenas desprezado, a blogosfera é uma espaço cada vez mais incontornável de passagem - pela participação, veiculação ou apenas pelo comentário;
permite-se quase tudo, desde a exposição de ideias e situações ou, a coberto do anonimado, as maiores e mais levianas e descomprometidas maledicências; mas também há espaço para o contraditório, para a posição e para a oposição;
é claro que esta plataforma (apesar de não ser propriamente nova) irá ser palco privilegiado de qualquer passante e veículo para quase tudo;
resta saber qual o seu real significado ou a sua efectiva contribuição para o debate (se é que por este espaço, há debate) e qual a sua capacidade de influência nos resultados finais...

saudade

há poucos que, tal como eu e na casa dos 40, não tenha sido indelevelmente marcado pelo som (e pelas letras) de Os Trovantes;
em dia cinzento e de chuva, inevitavelmente há coisas que regressam à memória, nos percorrem o espírito e nos fazem sentir aquela coisa tão portuguesa (não sei se patriota se nacionalista) que é a saudade;
de quando em vez, nestes dias, sinto saudades de tudo, até de mim mesmo, mas, como dizia um poeta e está presente na canção, saudades só do futuro;

futuros

conversa entre dois miúdos, 11 ou 12 anos;
- quando for grande vou ser futebolista, se não conseguir jogador de pingue-pongue e se não for nem nem outro não faço nada;
- olha eu gostava era de não fazer nada;

conversa

finalmente iniciei as entrevistas inerentes ao meu projecto de investigação;
ontem uma, hoje outra e só não são mais porque esta última me atrasou para outra conversa;
ricas pela diversidade de perspectivas sobre o mesmo assunto, sobre o mesmo tema - os instrumentos de regulação dos comportamentos dos alunos;
em ambas as entrevistas e sem carácter consolidado ainda, há um evidente traço comum entre elas e o meu objecto de trabalho, refiro-me ao clima e cultura de escola;
não é novidade para ninguém, mas, a manter-se, certamente aumentará o espaço de destaque na economia da tese;

quinta-feira, 16 de abril de 2009

músicas

um dos meus favoritos, de um barroco que foge ao tradicional e que incorpora sons bem diferentes do tradicional e dito estilo barroco;
com formação austro-hungara e vivência inglesa J. Haydn consegue transpor para a sua música as diferenças de contexto e de formação, influência e gostos;
particularidade neste compositor é que não deixa de reflectir o deslumbramento de uma época, seja pelo fausto, seja pela irreverência melódica;

professores

face a esta notícia e a quase tudo o que a antecedeu, nomeadamente à retórica da qualificação e das competências, não seria também interessante permitir o acesso ao grau de titular a quem obtivesse um doutoramento e se encontrasse posicionado em determinado patamar da carreira?
eu sei que sou parte interessada no caso, mas as qualificações, competências e a formação poderiam ser também um dos instrumentos de acesso a este patamar;
ou não?

frente-a-frente

mas nas eleições autárquicas irão estar presentes, para além das ideologias, lógicas e possibilidades, modos diferentes de ver o mundo e a cidade, de situar nela as pessoas e a sua relação com a paisagem urbana, experiências diferentes, formações diferentes, gerações diferentes;
hoje e agora mais do que antes, será um frente-a-frente de ideologias que assentam em gerações diferentes, em percursos geracionais marcadamente diferentes;
será a geração de 60 que finalmente lhe é concedido espaço?
que diferenças se poderão perspectivar face à diferença de geração, nas propostas e nas ideias, nos modos de fazer política? será que existirão diferenças?

arrumações

afinal elas mexem, faz-se sentir o terpôr das movimentações, e as candidaturas, cá pela terra, arrumam-se;
em ano de quase todas as eleições e indo do mais afastado, as europeias, às mais próximas, as autárquicas, claramente que as que mais mexerão com todos nós serão as autárquicas;
pela próximidade, mais pelos afectos e por um sentido perceptível de muito maior pragmatismo as eleições autárquicas irão permitir discutir sentidos e opções, lógicas e ideologias, mas também oportunidades e possibilidades;
cá pela santa terrinha hoje apresenta-se aquele que é o meu candidato, José Ernesto, no domingo o mal menor por parte do PC numa encenação de renovação só possível na estrutura comunista;
mas que mexe lá isso mexe...

acesso

ontem, ao longo de todo o dia e ainda por razões por mim desconhecidas, estive impedido ou com claras dificuldades de acesso às contas google;
daí a ausência;
mas alguém estranhou alguma coisa?!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

período

no último período estou certo que muita tinta irá correr por entre pastas e papeis, sumários e relatórios pedagógicos;
tinta sobre a política educativa, sobre as opções de governo de um sistema que, no meu entendimento, teima num excessivo centralismo e numa inépcia das suas estruturas desconcentradas; tinta sobre as provas de aferição, primeiro, depois sobre os exames, depois ainda mais do mesmo sobre a avaliação de desempenho que, apesar de alguma aparente acalmia, não está, nem de perto nem de longe, ultrapassada;
o período, apesar de curto, irá ser longo nas páginas escritas, nas ideias trocadas, nas opiniões criadas...
a ver vamos como acaba este ano...

regresso

a escola é um eterno retorno, um voltar sempre ao princípio, um fim do qual se conhece e sabe qual a sua continuidade;
terminada a pausa da Páscoa é o regresso para o terceiro e último período; curto, curtinho...
período que, cá para os lados do ge, vai ser apertadinho, atarefado e certamente com inúmeras peripécias de permeio;
serão, como coordenador local, as provas de aferição, os exames nacionais de 9º ano; depois a eleição do/a director/a do agrupamento enquanto se conclui a apreciação na especialidade do regulamento interno;
nos entretantos disto a continuação de uma tese que tarda em ganhar asas e há que acabar actas, realizar entrevistas e fazer a sua respectiva transcrição (mas, se me for possível, vou dá-las para transcrição) e assegurar aquelas leituras mais que obrigatórias que se amontoam aqui em cima da secretária;
entre uns e outros certamente se colocarão outros desafios e novas oportunidades;
e não há que esquecer nem a família, nem os amigos, essenciais para manter a cabecinha sã em corpo que rapidamente se degrada...

novas

a curiosidade matou o gato, mas não resisto à tentação de ver e perceber quem por aqui passa;
agora dei de frente com dois passantes das Índias;
a que virão eles?...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

do mesmo

não é só por cá que a participação dos pais é requerida, que as situações de indisciplina ou de comportamentos não adequados se faz sentir;
também por terras brasileiras as situações se repetem, se fazem sentir os mesmos sentimentos de incapacidade, impotência;
ora pela via do diálogo ora pela via da punição, ora apelando aos pais ora exigindo mais legislação a situação não deixa de ter os mesmos contornos ainda que com protagonistas do outro lado do Atlântico;

listas

o PS aprovou a lista de candidatos ao parlamento europeu;
surpresas? se o elenco de nomes obedecer à ordem da lista, então tenho de reconhecer o grande pulo do alentejano Capoulas Santos;

regresso

procuro, paulatinamente, regressar ao meu trabalho de investigação, parado que tem estado, fruto de cansaços vários, da fartura e enjoo que já sinto, do peso da obrigação;
em pausa pedagógica, procuro recuperar forças e ânimo e em vésperas de animação familiar cá por casa, pode não ser o melhor timming para regressar a este trabalho que requer atenção, concentração e muita persistência;
mas preciso de o retomar; a pausa tem sido excessivamente longa e começo a sentir os prazos comprometidos;

fundações

isto das fundações tem que se lhe diga;
praticamente sem controlo, têm um conjunto de vantagens deveras significativas, nomeadamente no âmbito da fiscalidade;
elas são sobre quase tudo, dos interesses sociais à solidariedade, passando pela juventude, cultura, educação estão um pouco por todo o lado, proliferam que nem cogumelos;
hoje, em diário da República, são mais umas quantas; já lá vai o tempo em que apenas conheciamos a Gulbenkian;

quarta-feira, 8 de abril de 2009

melomanias

J. S. Bach é uma referência incontornável na minha melomania;
depois de descobrir e venerar o Barroco, primeiro a partir de Mozart (a minha referência), passando por Hayden (pela acústica e pelas combinações conseguidas), Bach é referência mística;
não inaugura mas acentua um virtuosismo individualista que só terá comparação nos solos da música contemporânea;

infeliz

a democracia tem destas coisas; a todos é permitido o acesso aos mais altos cargos de uma nação;
se, por cá, temos senhores que parecem não estar talhados para a vestimenta que usam, outros, como S. Berlusconi, são infelizes nas afirmações que fazem, muito infelizes;

responsabilização

enquanto professor e director de turma, não quero acreditar que os pais, na sua generalidade, não se responsabilizam ou preocupem pela vida escolar dos seus filhos;
daí considerar esta petição e a sua respectiva notícia como algo caricato;
mais, habitualmente são sempre os mesmos pais e encarregados de educação que não comparecem à escola, pais daqueles alunos ditos ou considerados problemáticos, absentistas ou outras situações;
e não querem, a experiência me o ensinou, basicamente por duas razões, por que têm vergonha de ouvir o que ouvem dos seus filhos, fazendo com que um pai ou uma mãe se sinta culpado(a) pela educação do seu/sua filho(a); ou porque não sabem o que fazer, como agir, que atitudes tomar perante o desinteresse ou insucesso do(a) filho(a);
por outro lado, enquanto a escola pública mantiver a organização que tem, poucas são as alternativas de um professor ou director de turma contrariar esta situação;
e não é pelo acréscimo de legislação que ela se resolve;

terça-feira, 7 de abril de 2009

mudanças

mais uma mudança, agora de visual, mais branco, a ver se consigo agradar a alguém, pelo menos na estética, que a escrita deixa sempre muito a desejar;
tudo o mais se mantém, os temas sobre quase tudo e para coisa nenhuma, a escola e a educação como grande mancha por trás de mim mesmo, os meus contextos (de espaço e tempo), bem como e acima de tudo as inevitáveis divagações;
espero que agrade um pouco mais, daí a experimentação do questionário...

culto

há coisas que, para mim pelo menos, são objectos de culto, tão intemporais quando o desejo;
este é um deles;
quando adolescente, Ian Curtis significava quase tudo para mim, quase todo o mundo; pela música, pelas letras, pela atitude, pela morte prematura, em suicídio tão despropositado quando impertinente;
agora recuperado...

instrumentos

saiu hoje, publicada em diário da república, a portaria 365 que regulamenta o processo concursal para escolas em zonas prioritárias;
duas notas;
o primeiro parágrafo do preâmbulo vai directamente ao encontro do que procuro estudar, quando afirma que a escola é um instrumento central na construção de uma sociedade
justa, solidária e democrática; muito para além da mera situação de uma socialização ou do escrever, ler e contar;
por outro lado, é a assunção que existem ritmos diferentes e diferenciados na rede, que há escolas que assumem prioridades diferentes, neste caso fruto de contextos; mas não será apenas por isso;
assumir estas diferenças será um passo essencial para que a escola pública se possa afirmar;

segunda-feira, 6 de abril de 2009

destino

estarão os pequenos concelhos do interior do país condenados à desertificação de gentes e oportunidades?
estarão os pequenos concelhos do interior reservados a um destino de fim-de-semana de comes e bebes?
que oportunidades existirão para o destino nem sempre inevitável dos pequenos concelhos do interior?
a ideia que geralmente ainda temos é a de culpabilizar o Estado central pela desertificação do interior, e qual o papel do estado local na construção destas políticas, de contrariar as suas inevitabilidades?
a cultura judaico-cristã, da inevitabilidade, do nada há a fazer, também se faz sentir na política e o interior merece mais... e melhor...

estranho

a alguns pode parecer estranho, para muitos é mesmo estranho;
um casal amigo, com três filhos pequenos, resolveu ir celebrar o aniversário de um deles fora, sem filhos nem cadilhos;
estranharam de tal modo que acabaram o fim-de-semana mais cedo e acompanhados, pois estranhavam a ausência de reboliço;
vá lá uma pessoa entender estas coisas da parentalidade...

domingo, 5 de abril de 2009

actualizações

apesar de algumas peripécias e hesitações este espaço será para manter enquanto durar;
por isso uma actualização das lista de sítios por onde costumo passar, de uns sou seguidor atento de outros apenas passante esporádico;

tempestade

em pausa pedagógica, em dia quente e solarengo, uma recordação de calmas passadas em tempos de turbulência - difícil de perceber, provavelmente, mas reflecte um estado de espírito de, pelo menos, inquietação;

sexta-feira, 3 de abril de 2009

diferenças

o ano de quase todas as eleições irá mostrar, uma vez mais, as diferenças que existem entre elas;
como, estou certo, mostrará a maturidade política que o eleitorado tem dado mostras desde praticamente os anos 80 - sabendo destinguir o trigo do joio;
se, nas legislativas, se discutem ideias, sentidos políticos (aquilo que os anglo-saxónicos destinguem entre policy e politics, sendo a primeira reservada às opções e sentidos e a segunda aos partidos), nas autárquicas discutem-se as pessoas, os seus feitios e modos, a sua personalidade e a sua disponibilidade; já nas europeias ainda estou para descortinar o que se discute, se apenas servem como sondagem se abordam uma ideia de Europa;
mas uma coisa será certa, estarão em campo diferentes modos de ver e agir, de pensar e executar as políticas locais;
há quem persista na defesa da obra feita, do betão, do alcatrão, vazios que podem estar de outras alternativas direi sociais; há quem defenda - e eu defendo - que há mais política do que aquela que se restringe ao betão e ao cimento, na valorização de contextos, no apoio às pessoas, no desenvolvimento social, no apoio às dinâmicas locais de associações, na descentralização de acções, na assunção das parcerias e da colaboração;
a ver vamos onde nos conduzem as eleições...

distancias

uma das coisas que descobri, ao colocar um contador de passantes, foi o número de parceiros do outro lado do atlântico, concretamente do Brasil, por aqui passam - e alguns deixam a sua marca enquanto seguidores;
as realidades, apesar das proximidades de uma cultura e de uma história, são tão distantes quanto o tamanho do oceano que nos separa; mas, já lá dizia um senhor, que das distâncias faz-se próximo e no conhecimento do outro nos conhecemos a nós mesmos;
tenho tido, fruto do projecto de tese, frequentes contactos com diferentes universidades brasileiras; mesmo aí, os quadro de análise e as opções de trabalho são manifestamente diferentes e não deixam de reflectir não apenas um "estado da arte" de investigação como as próprias preocupações sociais e educacionais que se destacam no quotidiano brasileiro;
têm, no meu ponto de vista, uma claríssima vantagem sobre nós, que assenta na ainda curta mas proveitosa história da municipalização da educação - coisa que por cá faria correr rios de tinta...

pausa

em pausa pedagógica estou, fruto de obrigações, com um olho no burro e outro no cigano;
isto é, organizo (procuro, tento organizar) os próximos tempos que vão ser mexidos, atribulados e recheados; este é claramente o burro, pois o trabalho escolar podia esperar, mas opto por ver se deixo as coisas minimamente adiantadas para o 3º período;
por outro lado, procuro descansar, refazer os índices de paciência que há muito se haviam esgotado;
opto por descarregar o corpinho nos afazeres da horta - quem me diria que me interessaria por esta arte;
entre um e outro, uma navegação por aqui e por ali, apenas para me inteirar do que se passa no mundo - e não tem nada de interessante, para já e para mim...