terça-feira, 30 de agosto de 2011

comentário

afastado deste espaço, por opção (não quero nem pretendo ser comentador profissional de blogues e fazedor de opinião local), não resisto em regressar para um breve comentário à novel directora regional de educação do alentejo;
primeiríssima referência, nota-se, faz-se sentir o peso que a estrutura do pp tem regionalmente na educação; 
em tempos não designou uma directora regional, foi directo a uma secretária de estado; agora, dizem, que a secretária de estado também tem o dedo do pp regional e, ainda mais evidente, segundo as crónicas, a designação da senhora directora regional; 
segunda nota, afinal a estratégia preparada e montada pela estrutura do psd local (évora, pois claro) dá conta dos inúmeros buracos, pelos quais escoa a areia por entre os dedos; ostracismo ou simplesmente o reconhecimento do seu estatuto, talvez da sua menoridade; 
última referência, alteração de lógicas, princípios e sentidos da administração regional; nada melhor para contrapor a um universitário que uma docente do local, nada melhor para contrariar uma economia da educação, que um elemento das ciências sociais e humanas, nada melhor para contrabalançar rácios e relações que a crença e a fé; 
nem mais, cá estaremos para comentar e opinar, quando oportuno...

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

resistências

quanto à relação desencadeada pelo senhor ministro da educação e ciência com a proposta de um novo modelo de avaliação de desempenho docente (add), é engraçada uma qualquer análise dos discursos profissionais;
nem de pernas para o ar, nem a fazer o pino, nem assim nem assado, nem cozido nem frito, de molho de tomate deixa nódoa, de vinagrete azeda-me o estômago, afinal como ficamos; 
mais valia dizer que add não obrigado, desfazer-se-iam dúvidas, esclarecer-se-iam equívocos, clarificar-se-iam posições, pronto a coisa tornava-se mais clara; 
mas não; teóricos e práticos (e escuso-me de qualquer referência, de modo a evitar susceptibilidades) defendem a add, mas esta não;
qual esta? qualquer uma que se apresente, não importa o teor, o partido ou a política, as concepções ou os modelos, as ideias ou os valores; não, pronto; 
uma porque é burocratizante, outra porque é funcionalista, outra porque é mercantilista, outra porque é taylorista, outra porque é isto, outra porque é aquilo; 
logo os professores que passam os dias, junto dos alunos e dos pais, a defender a avaliação, a justificar a avaliação, os seus processos, os seus domínios, os seus instrumentos, os seus critérios; como forma de progressão (na escolaridade), na afirmação (escolar e social), como reflexo da motivação e do interesse que o aluno mostra, ou não;
a avaliação faz parte do eduquês, é um dos poucos domínios onde o docente se sente mais à-vontade para divagar, opinar, justificar posições e coisas que tais; 
não me imaginem a defender esta add e, menos ainda, este senhor ministro e, bem menos ainda, estas políticas; mas perceba-se que esta posição, do não porque não, não valoriza nada nem ninguém, descredibiliza uma profissão e desconsidera-se o papel que os docentes têm de assumir na sociedade; 
mas assim não e não porque não, pronto...

poleiros

um dos motivos de conversa, entre um café e dois dedos de debate, é ver como o poder condiciona opiniões e re-define estratégias; 
os do psd estão cada vez mais brutos com o seu partido, não há meio de acederem aos corredores do poder, receiam que antes desse acesso, o governo possa cair;
os do meu ps podem até não mudar de opinião, mas trocam argumentos como quem troca camisa no verão, estação amiga dos pobres até; 
em certos sectores há quem defenda hoje precisamente o contrário do afirmado ainda há pouco tempo; noutros, nota-se um afirmar de posições como que a defender o futuro, mais do que o presente - o seu pois claro;
entre uns e outros, ps e psd, fazem-se sentir as rivalidades de lojistas e beatos, como se notam as suas complementaridades e interesses; 
entre uns e outros notam-se aqueles que antes defendiam posições técnicas e hoje se afirmam políticos e o seu inverso;
o regional dava um filme, de quem não sei, mas seria certamente dentro da corrente do surrealismo... 

intermitências

apesar de não estar de férias, tenho andado arredio deste meu cantinho;
há pretextos para a escrita mais que suficientes, falta é a vontade que a desencadeia;
tenho andado entretido a conhecer os cantos a uma nova casa, como está organizada, como se arrumam e aconchegam interesses e objectivos, conhecer algumas coisas, ainda muito superficiais, como tenho andado entretido na minha escrita, onde sinto que o tempo encolhe enquanto os objectivos e as preocupações parece que se mantêm inalteráveis; 
sabia de antemão qual o desafio e ainda o considero muito escasso perante o que se perspectiva, mas lá vou conhecendo, por intermédio do que posso e como posso, tomando conhecimento de dinâmicas, orientações, sentidos colectivos, estratégias individuais ou particulares e têm sido interessante estes dias; 
são intermitências de escrita que ditam o distanciamento a este meu cantinho...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

encerramentos

nota-se na acção da política educativa, um qualquer sentimento que me apetece nomear mas deixo ao critério da imaginação de uns e de outros;
o encerramento das escolas é disso exemplo; encerram aquelas que têm a concordância dos municípios; se assim se mantiver a política, seria interessante implementar uma nova avaliação de desempenho docente com a concordância de, pelo menos, um dos sindicatos;
as escolas a encerrar, pelo menos na região do Alentejo, mostram os sentimentos que expresso por escrita ínvia,  qualquer coisa que se parece com a bonança antes da tempestade; coisas mais ou menos óbvias que, de tão óbvias até podem parecer mal, permanecem escolas com 5, 6,7 alunos, outras a meia dúzia de passos (literalmente) de centros escolares inaugurados há pouco tempo;
não é política, é cosmética, aguardam-se desenvolvimentos...

moderação

ao fim de quase uma semana de novo posto de trabalho, é engraçado perspectivar o balanço necessário entre moderação e bom senso, desafios e continuidades;
não é ideia nova, apenas confirmação empírica direi, que a escola permanece organizada em lógicas dos idos anos 80 e 90; nota-se, melhor, sente-se a lógica gestionária de um conselho directivo que, fruto de imposições, se tornou executivo, mas permaneceu em conselho;
os desafios, mais académicos que práticos ou mais quotidianos que estratégicos, consistem em equilibrar a necessidade, dita e defendida por quase todos, de repensar a organização da escola à luz dos desafios colocados à juventude e ao trabalho docente e as ideias, modelos e valores algo conservadores do trabalho docente;
conservadores mais por sentimentos de segurança do que que por ousadia, que existe mas se dilui em práticas individuais;
é de moderação, organizacional, mas pessoal e profissional de que se tratam os desafios; 
interessante e desafiante...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

regresso

regresso ao princípio do mesmo de sempre, à escola, porto de abrigo, cais de sossego e desafios;
depois de dois anos na direcção regional, naquele braço do polvo, regresso à escola, não é a minha, é emprestada, para desafio sempre interessante e desafiante;
procuro retomar dinâmicas, conhecer pessoas e interesses, perspectivar desafios e gerir situações;
a gestão escolar é um manifesto desafio, mais por aquilo que de diferente apresenta e exige do que por aquilo que aparentemente parece ser; 
este é o desafio, não o de implementar uma ideia de escola, não há oportunidade nem tempo para isso, apenas para procurar gerir desafios e desafiar o diferente;
vamos ver como corre...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

em pausa pedagógica com pc que falha em teclas e assentos; é uma pausa de reconforto e simultaneamente de recuperação para os muitos afazeres que me esperam e votos de não confundir legislação da saúde com educação, por muitas relações que possam ter;