sexta-feira, 19 de agosto de 2011

resistências

quanto à relação desencadeada pelo senhor ministro da educação e ciência com a proposta de um novo modelo de avaliação de desempenho docente (add), é engraçada uma qualquer análise dos discursos profissionais;
nem de pernas para o ar, nem a fazer o pino, nem assim nem assado, nem cozido nem frito, de molho de tomate deixa nódoa, de vinagrete azeda-me o estômago, afinal como ficamos; 
mais valia dizer que add não obrigado, desfazer-se-iam dúvidas, esclarecer-se-iam equívocos, clarificar-se-iam posições, pronto a coisa tornava-se mais clara; 
mas não; teóricos e práticos (e escuso-me de qualquer referência, de modo a evitar susceptibilidades) defendem a add, mas esta não;
qual esta? qualquer uma que se apresente, não importa o teor, o partido ou a política, as concepções ou os modelos, as ideias ou os valores; não, pronto; 
uma porque é burocratizante, outra porque é funcionalista, outra porque é mercantilista, outra porque é taylorista, outra porque é isto, outra porque é aquilo; 
logo os professores que passam os dias, junto dos alunos e dos pais, a defender a avaliação, a justificar a avaliação, os seus processos, os seus domínios, os seus instrumentos, os seus critérios; como forma de progressão (na escolaridade), na afirmação (escolar e social), como reflexo da motivação e do interesse que o aluno mostra, ou não;
a avaliação faz parte do eduquês, é um dos poucos domínios onde o docente se sente mais à-vontade para divagar, opinar, justificar posições e coisas que tais; 
não me imaginem a defender esta add e, menos ainda, este senhor ministro e, bem menos ainda, estas políticas; mas perceba-se que esta posição, do não porque não, não valoriza nada nem ninguém, descredibiliza uma profissão e desconsidera-se o papel que os docentes têm de assumir na sociedade; 
mas assim não e não porque não, pronto...

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