sexta-feira, 28 de maio de 2010

encerramento

as notícias dão conta do encerramento de escolas com menos de 20 alunos;
tenho dúvidas que, para além de quem assine o despacho, concorde com tal medida;
não há argumentos que, fora do contexto económico, consigam justificar a coisa, nem de sucesso nem de insucesso, nem de organização, nem pedagógico, menos ainda social ou de socialização;
...

pantano

que diria hoje a. guterres se regressasse a esta terra à beira mar "encrustada";
hoje, em que as dúvidas e incertezas são mais que muitas, em que não se vislumbra um pingo de tino (a não o ser o de rãs), em que à esquerda e à direita apenas se olha o décifit e o umbigo;
há, certamente, quem regozije com a coisa, como há aqueles que apenas se limitam a sobreviver;
e cada dia que passa é de sobrevivência que se trata...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

males

eu sei que com o mal dos outros podemos nós muito bem, muito obrigado;
mas agora é a vez da Grã-Bretanha assumir os cortes;
estou curioso como se conseguirão equilibrar o gato e o rato daquele governo, mas, para começo, aí está a educação como alvo dos cortes;
será um regresso ao techtarismo...

pachorra

tenho de reconhecer e assumir que a idade me tem tirado alguma da pachorra que me caracterizou enquanto mais novo;
já tive pachorra - leia-se paciência - para discutir isto e aquilo, com este e aquele, sobre tudo e, acima de tudo, para nada;
hoje não, não tenho pachorra para discutir o sexo dos anjos, não tenho pachorra para trocar ideias e menos argumentos com pessoas que têm a cabeça pré-formatada, cheias de banalidades, lugares comuns, vulgaridades daquelas que encheriam uma qualquer primeira página de um qualquer tablóide;
o defeito é meu e decorre da idade, mas não há pachorra...

do trabalho

foi fim-de-semana passado de volta da minha tese;
entre organização de dados e escrita foi um processo de análise interessante;
de volta daquilo que designo como cartografia da alteração dos comportamentos é interessante, mediante a organização dos dados recolhidos (perto de 200 referências bibliográficas), perceber como as situações de indisciplina lenta e paulatinamente saem porta fora da sala de aula, atravessa páteos e corredores da escola, se imiscui na sociedade e se transforma em texto político...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

dinâmicas

já aqui escrevi sobre a dinâmica da universidade do minho, na organização de aulas abertas, formação informal, conversas sobre isto e sobre aquilo;
é uma manifesta diferença com a universidade da minha santa terrinha, a de évora, da qual e não digo que não existam dinâmicas, acções, acontecimentos, não oiço falar, não conheço, não perspectivo nada de nada;
e assim se constituem as diferenças...

aposta

em face dos resultados que um projecto procura alcançar no contexto de diferentes escolas e considerando a diferença de valores entre o final do 2º período e o que se perspectiva para o final do ano, apostei com o meu chefe que a maioria das escolas cumprirá os objectivos, apesar dos receios dos resultados;
é uma clara diferença de perspectivas, uma mais académica, que procura analisar os números, isolar variáveis e analisar procedimentos, e uma perspectiva mais intuitiva, decorrente de conhecimento dado pelos contextos, pelas vivências escolares, pelo assumido carácter aleatório, mas perspectivável, do trabalho docente;
vamos ver quem ganha...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

elogio

é tão difícil fazer um elogio que raramente o fazemos, pelo menos cara-a-cara;
deixamos essa coisa para os comentários apreciativos perante terceiros;
no frente-a-frente, gostamos de ser hipócritas ou, quanto muito, silenciosos;
se elogiamos quem está acima de nós, damos graxa;
se elogiamos quem está a baixo de nós, somos cínicos ou hipócritas;
se elogiamos os nossos pares, alguém estará certo do interesse ou dos objectivos mais recônditos que move tal elogio - senão mesmo do assédio;
país este que não tem humildade para elogiar os pequenos, nem soberba suficiente para os grandes...

moral

como este país é ainda constituído pela moral e bons costumes, aquela mesma coisa pela qual o ministério da educação andou a pugnar durante todo o Estado Novo;
evidente nas notícias da docente que se apresenta na playboy, na discussão, dos prós e contras, que provoca na net, das atitudes, comentários e cartoons que se conseguem por aí vislumbrar;
as teias que a educação tece...

discursos

ando numa fase de procurar relacionar discursos e ideologias (e não me preocupo aqui por descrever um ou outro), pensamento e acção, lógicas de organização e modelos de relacionamento;
encontro coisas deveras interessantes, daquelas que me dizem que qualquer discurso traz consigo uma ideia do objecto que se discute ou do assunto que se trata, um conjunto de valores que unem o nosso pensamento e o fazem mais ou menos coerente;
estas coisas dizem-me que não há discursos inocentes, nem opiniões impertinentes, apenas pontos de vista que coincidem com determinadas ideias e ideologias sobre a coisa de que se fala;
assim sendo, que lógicas, modelos e ideologias dos discursos sobre a escola dizem-nos o quê, mostram-nos que ideias, revelam que ideologias;
e, dentro destas ideias, atenção às contradições daqueles que defendem uma escola pública com lógicas licealistas, a integração e inclusão com elementos meritocráticos, entre outros...

esperteza

quem ganha na administração pública, considerando também a escola como um dos elementos desta coisa, os espertos ou os inteligentes?
quem tem mais futuro, os que fazem sempre o mesmo ou os que inovam?
quem tem mais perspectivas de sucesso, seja ele qual for, os que rompem com a tradição ou os que asseguram a tradição?
quem tem mais possibilidades de uma boa avaliação, os que opinam e reflectem ou os calados e mudos?
este conjunto de questões daria uma boa oportunidade para um questionário de votação, contudo, como as passagens por este lado são curtas, deixo à consideração dos passantes, não sendo necessária resposta, apenas que pensem, para si, as respostas...

terça-feira, 18 de maio de 2010

perguntas

ao fim de quase um ano de andar pelos corredores de um dos braços do polvo tentacular que é o ministério da educação, de cruzar conhecimentos e conversas com tanta gente e de alguns já reconhecerem em mim o gosto e o interesse pela escola e pela gestão, houve quem se tirasse de poeiras e me questionasse directamente sobre o facto de não ter concorrido a uma direcção de escola;
uma boa questão, foi opção pessoal e voluntária por mim assumida na altura; não concorri nem à minha escola - apesar de tudo apoiei quem lá está, por muito que muitos me queiram bater por causa disso - nem a nenhuma outra;
porquê? pois, penso que pouco tenho a acrescentar à coisa e que é difícil juntar pessoas que partilhem a mesma ideia de escola que eu e vejam, na gestão, uma das formas de a implementar;
por isso fiquei parado e estou quieto...

encerramento

hoje andei a participar em conversas sobre o encerramento de escolas de 1º ciclo;
já foi pretexto que deu mais confusão e levantou mais pó do que aquele que hoje se pode pressupor;
há aqueles municípios que, quando confrontados com a situação de encerramento de escolas, afirmam o reconhecimento da sua inevitabilidade e porventura algumas das mais valias inerentes à concentração de alunos em espaços novos, com outros equipamentos e outras condições;
mas depois, no escurinho dos seus gabinetes, levantam todo o pó possível e imaginável, tecem cobras e lagartos e se esquecem das posições assumidas - é o confronto entre lógicas e pretextos, ideologias e interesses;
hoje as conversas foram pacíficas, houve o claro entendimento das razões e das vantagens, como se souberam contrapor às desvantagens iniciativas que apenas valorizam as freguesias;
vamos ver os próximos desenvolvimentos...

pirraça

no ano passado, inscrevi-me numa acção realizada na universidade do minho;
desde essa altura que os senhores mais não fazem que provocar pirraça na minha pessoa;
ele são aulas abertas, sessões sobre isto e sobre aquilo e, ainda por cima e para agravar o figurino, a maior parte delas com claro interesse meu;
é o caso destes círculos de saberes onde vão debater, nem mais nem menos que aquilo que mais me apaixona de momento, democracia, liberdade e disciplina na escola pública;
e eu cá tão em baixo, mas, só para chatear, o mais certo é inscrever-me...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

opinião

e não resisto em opinar sobre os constrangimentos, orçamentais e outros que tais, que nos são impostos, seja pelo plano inclinado das finanças públicas, seja por meras questões de protagonismos financeiro da união europeia;
não percebo porque é que este governo não aproveita esta desculpa em forma de crise e corta na despesa pública, mediante a fusão de serviços, a extinção de outros, o emagrecimento de sectores que, pelo menos aparentemente, mais não fazem que justificar a sua existência e pouco mais, por que é não se reorganizam serviços, de acordo com lógicas de rede e não apenas pelas quantidades;
o que é feito de um tal prace, um tal programa de reestruturação da administração central do estado; será que foi chão que deu uvas e tudo mudou para que tudo ficasse na mesma;
já estou como o tal grupo, se o dinheiro fala, então o meu diz sempre adeus...

níveis

em qualquer serviço da administração pública, como funcionalista que é, para não dizer militar, existem diferentes níveis de protagonismo; desde o general ao praça de castigo, é toda uma linha hierárquica por onde todos, ou quase todos, nos movimentamos;
há quem procure passar por entre as gretas da chuva, como há aqueles que enchem o papo e se mostrem pavões sem penas; como há os outros que, de fininho, fazem trabalho, mostram empenho e competência e isto sem depender de hierarquias ou níveis;
o problema surge quando os praças são mais competentes que muitos dos oficiais, aí é que é o diabo...

autonomias

esta semana, mais que outras, discute-se a autonomia pelo meu estraminé;
entre conversas a pergunta que coloco é para que quer aquela escola e aquela direcção a autonomia;
até ao momento e ainda não consegui perceber as respostas, mas percebo as opiniões...

depois

depois de uma pausa, que me apetecia prolongar, reconheço, regresso para mais algumas escritas, divagações e demais banalidades;
sinceramente ninguém terá sentido a ausência da minha pessoa, mas a curiosidade move muita gente e houve quem perguntasse por onde andava;
como disse o outro senhor, tenho andado por aí, sem vontade de escrever, é verdade...

sábado, 1 de maio de 2010

susto

hoje apanhei um susto, pequenino, é certo, mas um susto;
tenho as minhas coisas importantes instaladas num qualquer servidor do planeta terra, pretensamente na terra do tio sam;
hoje, quando lhes acedi a máquina dizia-me que não encontrava nada, que a pasta estava vazia;
não imaginam o susto;
controlei a coisa pois imagino que o material não desapareceria assim às boas;
lá reorganizei a coisa e lá estava o material;
apenas um aviso para a necessidade de condições de segurança...

vontade

ando sem vontade de escrever, pelo menos neste lado;
sinto que as minhas energias se canalizam para a escrita mais obrigatória e mais académica;
por aqui, a vontade de escrever sobre certas diatribes colide com o pretenso sossego que procuro e por vezes a vontade de escrever é sobre o tempo;
lá vou escrevendo, mais aos soluções, compassado com ausências;
e os silêncios valem tanto quanto alguma escrita...