domingo, 28 de fevereiro de 2010

velhão

o meu pai, o meu velhão, faz mais um aniversário;
cá chega, de mansinho, com dúvidas e todas as certezas do aproximar de um fim...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

assembleia

ontem foi noite de assembleia municipal do concelho de Arraiolos;
é impressionante como os elementos do PC se parecem com caixas de ressonância, trombones orientados por quem de direito; chegam a apresentar declarações, moções e outras que tais que chocam com os tempos, com o próprio discurso oficial do partido;
sentidos retrógados, passadistas, decrépitos, decadentes;
foi interessante ouvir o senhor presidente a gaguejar em face das perguntas colocadas;
um apoio à Trilho, uma associação local de interesses particulares, para desenvolver estudos e projectos que ninguém percebe, poucos entendem e é raro ver resultados, um valor de mais de 60 mil euros, para quêm com que objectivos, qual o interesse local e municipal, o que se pretende;
como a supresa que evidenciou por a marca tapetes de Arraiolos ter sido registada por outros, as dúvidas entre um centro interpretativo, que ninguém percebe o que interpreta, e um centro de reconhecimento qwue nada reconhece;
como foi interessante ouvir as ofensas pessoais que algumas k7 evidenciam na falta de argumentos...

trabalho

imprimo uma parte significativa do trabalho de tese que ando a desenvolver;
olho para ele - ocupa um largo dossiê;
alinhado, organizado, quantidade, resultado de praticamente 5 anos de trabalho persistente, hesitante, duvidoso e angustiante;
ainda tenho muito por fazer, há muito pela frente;
o que tenho diz respeito exclusivamente à primeira parte, falta-me iniciar a escrita da segunda parte, apesar de já estar na minha cabecita;
amanhã vou a oral, trocar ideias com o orientador, perceber dos sentidos, pertinência e adequação do que tenho feito; não tenho dúvidas que existirão acertos, comentários, observações algumas que me deixarão as orelhas a arder, um aperto no peito, outras talvez não;
ouviremos...

tapetes

vivo num concelho mundialmente conhecido pelos seus tapetes, os tapetes de Arraiolos;
há anos que se ouve dizer e se vê escrito que a câmara procura a sua certificação;
balelas;
esqueceram-se (?????) do mais simples e prosaico, registar a marca, agora registada por outros;

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

simples

sempre gostei de coisas simples, cada vez gosto mais de coisas simples;
depois de uma média por cada golo, apetece-me gritar pelo glorioso;
como me lembro de um senhor professor galês de dizer, num seminário do doutoramento, make it simple, make it easy; 
e não há meio de aprendermos a fazer isso mesmo, a fazer coisas simples, a deixar divagações de lado, teorias à parte, cosmogonias para quem de direito;
não gostamos de complicar o que é simples, de mostrar dificuldades como se fosse um arranjo sei lá do quê...

chuva

continua a chover como na rua;
tenho a quinta como nunca a vi nestes 12 anos em que aqui ando, alagada - há zonas que só de barco;
os humores ressentem-se, como se ressente a saudade das nesgas de sol, do abraço caloroso do astro rei;
mas é tempo disso mesmo, ou não...

glorioso

não tenho sport tv, o meu pai chama-lhe a televisão dos ricos;
para ver um ou outro jogo não compensa a mensalidade, claramente exagerada;
mas se vou ver o jogo ao café acabo por, num jogo, gastar mais que a mensalidade;
opto então por a ver via on-line, virtudes da banda larga, feitos daqueles que compreendem todos aqueles que gostam de desporto mas que não suportam as prestações;
hoje desfruto do glorioso e vale mesmo a pena...

responsabilidade

há sectores que, apesar de mexidos e remexidos, pouco têm adiantado à responsabilidade social da escola pública;
caso da gestão; alterado em 1998 e em 2008, para além de outras coisitas pontuais, a responsabilização de quem exerce funções de gestão permanece incólome;
o anterior processo de avaliação foi algo incipiente, para não dizer perfeitamente asséptico;
torna-se urgente repensar a avaliação e a consequente responsabilização da direcção de uma qualquer escola ou agrupamento;
sem esse instrumento corre-se o risco de se ficar no vazio da doce indiferença...

irritante

há um banner associado a este meu cantinho que é, no minímo, irritante;
já alterei o lay out por mais do que uma vez de modo a procurar evitar que salte a publicidade; já procurei pesquisar no fraco html que domino para ver se impeço a sua abertura;
qual quê o bicho persiste em abrir sem ter sido convidado;
irritante...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

exames

nada que não se esperasse - já se fala dos exames;
tenho-o dito em troca de conversa de sala de professores ou com colegas com quem partilho os discursos;
não sou apologista nem defensor dos exames; o seu sentido de regulação pelos resultados do trabalho desenvolvido (particularmente dos professores) deixa sempre alguma coisa a desejar, como é bem evidente nas análises efectuadas desde 2001;
mas é medida quase incontornável nas orientações europeias onde predominam as orientasções neoliberais;
mas podem também ser um elemento de reforço das autonomias profissionais desde que não existam receios...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

alinhamento

nunca percebi, sinceramente, as razões daqueles que afirmam não se tornar militantes por questões de alinhamento ou simples questões de afirmação e opinião - temos que pensar o mesmo, temos k7 alinhada;
mesmo antes de ser militante, já o era, defendia posições, assumia a minha opinião de militante;
depois de me tornar militante senti ainda mais e maiores responsabilidades em contribuir com a minha opinião;
se me a solicitam cá estou eu, sempre pronto, de opinião artilhada pronta a disparar, independentemente dos sentidos e dos alvos;
não é por ser militante que sinto cerceada a minha opinião; posso não ser alvo de méritos ou destaques, mas tal circunstância não me incomoda - gosto do faço, gosto do que sou;
não abdico é de pensar pela minha cabecita, ainda que pequenita e disforme, e de defender os princípios e valores daquilo que designo como socialismo social democrata;
há quem não goste, há quem se reveja apenas nas elites, na corrente dominante;
por mim só vou atrás de quem aprecio e valorizo; o resto são cantigas...

cheio

domingo cheio de trabalho;
felizmente o tempo não me dá tréguas e a chuva impede-me de andar de volta da courela;
sobra-me tempo para me dedicar a outras obrigações, à escrita, aos devaneios de uma masturbação intelectual de volta daquilo que designo como síntese entre processos de socialização e processos de subjectivação;
tenho um dossiê cheio de coisas, apenas escritas, apontamentos e algumas coisas oriundas do trabalho de campo;
algumas delas terão de ser refeitas, entre esta altura e a Páscoa, sintoma claro que há muitas rectificações a fazer e algumas reapropriações a efectuar;
nada de mais em face do que se pretende;
mas fico sempre admirado quando imprimo e organizo os documentos e sinto as suas dimensões;
exige, para o mínimo, conversa com o patrão de modo a saber - objectivamente - o que tenho e aquilo que me falta...

currículo

num jornal da terra há dias atrás dava-se conta do currículo de duas das nomeadas para importante decadente cargo da administração pública;
conheço ambas, de modo diferente; estimo ambas, por razões diferentes; não sou defensor de técnicos para cargos políticos; aos técnicos o que é técnico, aos políticos o que são opções e sentidos estruturais; uns e outros são precisos;
mas, pelo menos, seria de esperar algum nível de adequação do currículo às funções;
não existindo, desgasta-se a pessoa, desbarata-se capital partidário e diminuem-se as opções políticas;
vá lá a gente compreender a coisa...

mais

não sei se será mais do mesmo;
espero para ver e sentir quais as repercussões, a re-organização de dinâmicas e, acima de tudo, as flexibilidades prometidas;
mas não tenho dúvidas que o habitual coro, a favor e contra, se manifestará, qual ai Jesus de se mexer na estrutura da escola e da educação, no quase sacrossanto currículo;
a uns, bastará o nome de J. Formosinho, há muito que escreve, debate e pensa a escola básica; a outros, bastará a ousadia de mexer no currículo, pelo menos no expresso, deixando as margens necessárias e sempre insuficientes do currículo oculto;
para mim não discuto as mexidas, gostaria de perceber o que com elas se pretende, quais as intencionalidades, quais as margens das escolas e dos professores, quais as possibilidades de ajuste em face das aprendizagens, dos resultados, das práticas docentes;
mas haverá sempre quem clamará com os exames;
mais do mesmo? a ver vamos...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

triângulo

numa série televisiva passava, quase que de mansinho, uma referência à santíssima trindade dos poderes - sexo, política e religião;
em qualquer lado, um destes vértices expressa uma dimensão do poder, formas e modos de afirmação;
seja pelo lado do sexo, cada vez mais explicito e frontal, das relações mais ou menos explícitas ou simplesmente interesseiras, da política, sob o ponto de vista do protagonismo e mediatismo de alguma vanglória social, à religião, ainda que traduzida, em determinados contextos, por uma qualquer associação agnóstica,  são pontas onde os poderes se afirmam e se defendem;
e não há volta a dar, são eles os elementos estruturadores da nossa sociedade;
o problema é que sempre andaram subsumidos e os tempos os tornam visíveis, o problema é que se restringiam a alguns e hoje até mesmo o poder se tende a democratizar; o problema é que antes era apenas de alguns iniciáticos onde a pretensa democratização faz com que muitos o queiram ser;
e, corrijo, não é um problema, é uma inevitabilidade..

notícia

ontem fui apanhado perfeitamente desprevenido face à notícia da morte de um companheiro de tempos atrás;
um jovem, 43 anos, que depois de muitas e muitas vicissitudes deixou a vida e com ela as amizades de há muito;
pessoa pacata e de poucas cerimónias, apesar da ostentação do seu nome, convivemos em tempos, em amenas cavaqueiras e confraternizações;
apesar das muitas preocupações que o rodeavam e acompanhavam, a sua mais premente atenção ia quase sempre para o tempo, se chovia e quando chovia, se fazia sol ou se a terra secava;
lembro-me de uma passagem de ano colectiva, feita de muitas e diferentes amizades, onde, apesar da inexistência de neve, teimava em andar com os skis colocados, em chamar a tche e em desfrutar as amizades;
fico com saudades...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

pseudo

a pseudo crise institucional, da face oculta ao domínio dos media, apenas vem confirmar duas coisas, em minha opinião;
por um lado, que à justiça ainda não chegou Abril e persiste arreigada em processos algo kafkianos e enleada em interesses múltiplos;
por outro, que o coro de comentaristas e analistas que têm dissecado o domínio dos media mais parecem (desculpem lá qualquer coisinha) putas a fingir de virgens que fazedores de opinião que se dividem entre o pretenso assepticismo técnico e a crença da neutralidade informativa;
entre um ponto e outro o sentimento que se instala varia entre a indiferença e a crença que este é um país de loucos;
mas é o nosso...

soarismo

quem tinha pensado que a corrente soarista estaria adormecida no PS terá de rever algumas ideias;
a candidatura de Fernando Nobre, por muito que se queira afirmar o contrário, reafirma exactamente isso;
desculpem lá qualquer coisinha, mas nunca fui soarista e não consigo perceber o porquê de se pretenderem criar divisões em zona restrita, criar fracturas onde deviam existir pontes, quebrar lógicas onde devia existir coerência...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

maduro

o tempo passa; ganhamos experiência e cabelos brancos;
ultrapassamos ilusões e deixamos sonhos para trás;
amadurecemos, passamos a ver o mundo com uma perspectiva diferente;
a garrafa não está nem meio cheia nem meio vazia, está como está, ponto...
os prazeres têm um outro prazer, os sabores um gostinho diferente e até as teimosias ou as simples aleivosias ganham outras perspectivas, outras dimensões;
envelhecemos de maneira diferente dos velhos que conhecemos; vivemos um outro tempo, vimos outros mundos, ganhamos outras experiências;
de devagar, devagarinho aproximamo-nos do fim, mas com prazer...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

dúvidas


recebi a imagem à dias, via correio electrónico; elucidativa da necessidade de descanso aos meus amigos...

enleio

o partido socialista criou o seu próprio enleio, a trama onde agora se debate;
face à situação fico entre o surpreendido e o entediado;
se não consigo perceber o porquê da história se repetir nas suas linhas mais comuns, desde sempre os governos tentaram recriar a comunicação social, desde sempre se deram mal, não deixo de ficar também de olhos arregalados quando dou pela manifestação da necessidade de abanar as bases, logo estas que têm estado esquecidas e votadas a si mesmas, numa qualquer espécie de morna de banho-maria;
não recrimino as estratégias nacionais, são o que são e valem o que valem; mas não deixo de apontar a escrita a quem, pelas minhas bandas deveria saber um pouco mais de história, ser mais politizado e não tão partidarizado;
aguardam-se desenvolvimentos...

após

depois da pausa, em que nada fiz de útil, regressa-se ao quotidiano;
o pensamento recai na tese, preocupação central deste meu ano de vida e na análise de conteúdo onde ando empancado;
há que ultrapassar esta fase, que é crucial para toda a segunda parte da escrita;
e há muitas dúvidas...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

love

all we need is love;
isn´t it...

crise

crise, mas qual crise?
reconheço que não consigo perceber os contornos daquilo que todos afirmam ser uma crise política e institucional;
apenas as segundas figuras, ou nem isso, dos diferentes partidos políticos se afirmam; apenas aqueles que querem ser lideres do PSD se chegam à frente, em declarações de circunstâncias, com palavras de momento;
no PS, entre pequenas notícias onde se dá conta do pensar o após este líder e rechaços mal entendidos, tudo é excessivamente cinzento, duvidoso para que qualquer crise tenha sentido...

valentim

dia de s. valentim, tal como o natal, é sempre que os namorados quiserem;
basta querer, basta sentir aquele sentimento que nos compromete e obriga sem obrigação;
lembramos-nos disso mas o dia passou, de mansinho, por entre os dedos e os sentimentos...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

fantasmas

com a idade conquistam-se sentimentos, ganham-se afectos;
progressivamente tudo muda, até a nossa apreciação do mundo e dos afectos, dos sentimentos e do sexo;
mas os fantasmas podem condicionar as vivências e os ganhos podem-se desvanecer como areia presa na mão;
o que fazer...

autonomia

a autonomia é um bico d'obra inquestionável; falo de autonomia das escolas;
primeiro, há autonomia das pessoas que se reflecte, face ao seu pensamento e à sua acção, numa dada autonomia organizacional;
não se delega a autonomia, exerce-se, fruto da capacidade de acção e da definição de um rumo;
autonomia implica responsabilidade, individual e colectiva e é contrária à desculpabilização, ao sacudir a água do capote, a apontar o outro como responsável;
isto porque a autonomia das escolas é uma claríssima contrariedade; quanto mais clara e objectivas forem as orientações menor autonomia, mas quanto maior a margem de acção considerada, maiores as dúvidas e os receios, os pedidos de ajuda e colaboração;
se isto não é contraditório...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

tradição

aparentemente não há volta a dar e por muitas políticas educativas que se promovam o fim é quase sempre o mesmo, o eterno retorno à ideia de uma escola de características liceais, sequenciais, homogéneas e lineares;
quase ninguém concorda com a escola tradicional, a maior parte facilmente afirmam que a escola é muito diferente;
tudo retórica, a prática manda que a trandição educativa ainda é o que é...
as notícias assim o dizem - e existirão muitos que se congratularão com tal...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

incorrecto

politicamente incorrecto, mas não resisto à tentação que hoje utilizei em diversas situações;
Jesus é mesmo judeu, não é!!!???....

surpresas

há surpresas e surpresas;
há dia dei com uma destas surpresas que me deixou perfeitamente surpreendido;
uma antiga chefe, daquelas que me pôs no lugar e me mostrou, sem palavras nem ditos, que quem mandava era a senhora, telefonou-me a solicitar colaboração em iniciativa a desenvolver pelas minhas bandas;
fiquei, entre o surpreendido e o estupefacto, deveras admirado, mas disponível, pois o feitio é aquilo que dele fazemos e não tenho por hábito guardar rancor de ninguém;
mas que foi surpresa, lá isso foi, não apenas o contacto mas até a simples referência de ter guardado o meu número de telefone, depois de alguns anos passados...

buzz

ora aí está mais um artefacto para a minha googlemania, o google buzz;
se é certo que se procura imiscuir num vasto mundo de redes sociais, tem a particularidade de, para quem é adepto do mundo google, como eu, não se dispersar, não obrigar a entrar e sair, a utilizar mais esta ou aquela palavra passe;
vamos ver o que dá...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

companhia

os filhos crescem e ganham asas;
a diferença etária, três anos entre eles, faz com que uns voem e outros fiquem;
o filho, do qual já esperava que a passagem para o secundário viesse a dar em descobertas e novas conquistas, quer outras companhias e um outro envolvimento;
resta-me, por enquanto, a filha, que aqui fica, na amena companhia do pai;
fins-de-semana entre a companhia e a vontade de ganhar asas;
tempos, filhos, idade...

escrita

escrever uma tese de doutoramento tem sido para mim uma dupla experiência;
por um lado, confirmar que cada vez percebo menos da coisa, a escrita da tese, as leituras obrigatórias são excessivamente limitativas, condicionam-me a determinadas áreas e perco o sentido global que sempre gostei de ter relativamente à escola e à educação;
por outro, dê-lhe por onde der, a escrita vai sempre, ou quase sempre, no mesmo sentido, perde-se a criatividade e ganham-se argumentos, perde-se oportunidade, mas ganha-se coerência;
mas é um processo de conquista e reconquista, de ganhos lentos e progressivos...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

brancos

de manhã, frente ao espelho da casa de banho, apercebo-me que cada vez tenho mais cabelos brancos;
dá um toque distintivo, é certo, mas é também uma clara evidência do passar dos tempos, do amadurecimento, do enfrentar a idade;
tem-me dado oportunidade de descansar sobre as minhas próprias diatribes pessoais, de boca grande, de irreflectido e emotivo; como me tem dado oportunidade de descansar sobre a minha própria experiência de vida;
mas que cá estão, lá isso estão, para o bom e para o der e vier...

história

MMCarrilho tem uma peça no DN que, devidamente descontextualizada, fará todo o sentido na crise que se vive hoje no país e nos tempos que se sentem pela nossa terra;
era hábito equacionarmos problemas para os quais tinhamos solução, era hábito a lineraridade de pensamento, alguma racionalidade funcional entre a acção e reacção, problema resposta, questão solução;
o carácter aleatório da informação, a conjuntura marcadamente contingencial faz com que hoje não consigamos pensar de modo linear e funcional, racional e lógico, por muita lógica que queiramos impor ao que fazemos ou pensamos;
não é de crise, ou pelo menos eu não lhe chamo crise, mas de perfeita alteração das lógicas de significação e relacionamento social e profissional, económico e político, que significativas implicações nos modos de nos pensarmos e organizarmos, agirmos e estruturarmos; é a clara contradição (quase existencial) entre os princípios de autonomia e dependência funcional, da capacidade de acção individual mas com pedido de autorização, é a reacção dentro do controlo, seja ele qual for;
onde é que isto nos levará é a grande questão, à qual não é isenta a procura incessante de lideres (nacionais ou locais, partidários ou organizacionais) que já não existem, de figuras que se desvaneceram com a própria história; 
é maravilhoso, quanto angustiante, viver estes tempos...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

manifestação

os alunos do básico e secundário fazem hoje manifestação nacional, contra o estatuto do aluno, a favor da educação sexual;
por estas bandas as coisas seguem entre a normalidade e o dia de folga que se aproveita em dia de chuva...

confiança

quem a tem chama-lhe sua;
quem a teve sente-a como uma mão cheia de areia, algo que por aqui passou e que não conseguimos segurar, sabemos que aqui esteve, deixou vestígios mas torna-se difícil saber o que temos...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

credo

poucos acreditam que gosto da escola e das aulas como poucas coisas na vida;
é certo que ao longo dos meus mais de vinte anos de carreira docente tenho andado pé dentro e pé fora, mas o gosto, o sentimento, o prazer do confronto de uma sala de aula é insubstituível e muitos pensam que ando fora por desprazer, falta de convicção ou qualquer outra coisa; nem de perto nem de longe acertam;
como gosto de conhecer pessoas, ideias, professores, e práticas que me enriquecem e fortalecem na convicção que a escola é um mundo;
não sei se regresso no próximo ano, mas que sinto saudades, lá isso sinto...

amizade

o que me vale, dentro do meu feitio, são as amizades, os amigos que fiz e que, de quando em quando, se lembram cá do ge;
amigos da escola, com peso essencial, mas amigos acima de tudo;
vale a pena ler um mail de um amigo que, vá lá saber-se do porquê, se lembra que existo, que me faz sentir importante, que dá notícias;
há amigos, que não são meros companheiros nem conhecidos, de quem gosto, que me lembro e de quem tenho saudades...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

mundos

quem anda pelas escolas - e não apenas aqueles que por cá passaram em tempos - reconhecerão com facilidade que cada escola é um mundo;
mundo de desafios, oportunidades e de tudo o que um e outro implicam, de anseios a dúvidas;
ontem, depois do jornal nacional da tvi um excelente apontamento sobre uma escola tolerante e integradora, hoje uma notícia sobre os desafios de alunos do secundário;
excelentes exemplos para dizer que nem tudo vai mal neste reino da educação;

refém

a alteração da conjuntura política, governativa e partidária saída das últimas eleições legislativas trouxe consigo o verso e o reverso de si mesmo;
se, por um lado, serviu para serenar ânimos e estabilizar as expectativas, pelo menos as dos professores, por outro, o mesmo ministério corre o risco de ficar refém das suas próprias posições e medidas, correndo o risco de tudo e todos exigirem este e o outro mundo, por muita razão e pertinência que possam ter as medidas...

bio

tenho a certeza que já aqui escrevi o que vou escrever;
os primeiros meses do ano, são um contraciclo no meu bio ritmo, uma tendência claramente negativa;
ando cansado, durmo mal porque ando cansado, sinto alguma impaciência, uma irascibilidade mais sensível que o usual;
o problema é que faltam apenas duas semanas para um dos prazos de trabalho expirar e ainda me falta um capítulo;
há que aguentar, pelo menos até dar...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Estatuto

o regime disciplinar dos alunos do ensino não superior esteve em banho maria durante praticamente 20 anos, entre o primeiro diploma, datado de 1977, e o segundo, de 1998, foi um longo período de pausa;
posterior a este último as propostas e as revisões têm-se sucedido de forma mais ou menos continua - 2002 e 2008;
agora há nova proposta para rever o estatuto há luz da autoridade e do poder que uns têm e outros não;
a focalização dos interesses no regime disciplinar do aluno é apenas um pretexto para não perceber que tudo mudou na escola portuguesa, menos a escola...

calma

aparentemente, pelas bandas da minha região, da minha cidade e do meu serviço há aquilo que designarei por um caos calmo;
uma aparente serenidade que pode indiciar apenas a existência de um profundo caos, um desnorte de sentidos e de opções, uma atabalhoada confusão que em tudo cria inércia;
mas deve ser só impressão minha...