terça-feira, 26 de abril de 2011

passado

depois da páscoa, depois das comemorações de abril, uma divagação;
a História, com letra maiúscula, encarregar-se-á de definir o que foi ou não o 25 de abril de 74; estamos ainda demasiado perto para perceber todos os contornos que fizeram abril, desde o descontentamento popular, ao descontentamento daqueles que combatiam em áfrica, à crise petrolífera que acelerou o curso da história;
no entanto, há uma coisa evidente, nesta e em quase todas as revoluções, foi uma claríssima manifestação colectiva de descontentamento, uma voz popular que em uníssono gritou basta, uma vontade colectiva de trocar as voltas ao destino;
nesta altura, sem apelar a abril, há um sentimento que se junta em torno deste descontentamento, desta vontade de dizer basta; como iremos reagir no dia 5 de junho é o que veremos e como esta mentalidade colectiva, sempre muito superior a qualquer fazedor de opinião, se manifestará é a expectativa;
mas uma coisa é certa, uma vez mais teremos de trocar as voltas ao destino...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

propostas

entre balanços algumas propostas cá do ge no campo educativo:
reforçar a autonomia das escolas - alargando o campo de contratação de docentes, contratualizando com  as escolas metas de gestão e resultados; configurando um plafond de crédito horário a gerir pela escola...
gestão local do currículo - definição de metas de aprendizagem gerais, adequação local do currículo mediante contextualização; criação, mediante reforço, da oferta própria de escola, criação de cursos e áreas específicas de acordo com critérios locais...
reforço do papel docente - definição geral dos critérios de ADD, criação local de objectivos, instrumentos e metodologias; criação local de bolsa de docentes; possibilidade de gestão dos recursos docentes adequando-os a funções e/ou objectivos de acordo com idade, experiência, competência, disponibilidade; possibilidade de mobilidade interna entre grupos de recrutamento; reconhecimento da formação individual e local como factor de progressão;
não docentes - contratualização de objectivos e funções; possibilidade de gestão partilhada de não docentes entre diferentes escolas; reforço da formação;
ensino especial - possibilidade de institucionalização de parcerias; criação de crédito horário a gerir pela escola de acordo com necessidades educativas; mobilidade entre grupos de recrutamento;
e ainda, integração das AEC's na estrutura da escola/agrupamento; contratualização de projectos/programas visando resultados; criação local de estruturas de apoio educativo; alargamento das competências dos conselhos municipais de educação; acentuar papel regulador das direcções regionais de educação...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

processos

há dias houve quem me dissesse que sou pessoa de processos e não de resultados;
revelou um profundo desconhecimento daquilo que sou senão mesmo uma vã tentativa de desvalorização (ou menorização) dos resultados que tenho obtido;
reconheço, contudo, que valorizo mais os processos que os resultados, nem todos os meios justificam um qualquer fim, há que saber adequar interesses e competências, conciliar oportunidades e objectivos, gerir recursos e meios, depois surgirão os resultados e, se não forem consentâneos, também há processos de avaliação que indicarão onde, como e quem falhou e não descarto culpas, qual tuga em que a culpa é sempre dos outros ou que morre solteira, assumo a minha parte,
os outros que assumam a deles...

caça

as espingardas alentejanas estão contadas e arrumadinhas - perspectiva-se a caça ao voto de onde surgirão tiros de todo o lado, até dos mais inesperados;
já por diversas vezes me perguntaram se faço campanha, tenho respondido sempre da mesma maneira, talvez, tudo depende da organização, das ideias e dos valores que se andarem a apregoar;
nesta altura, em que sondagens e barómetros são confundidos com termómetros, é de caça que se trata...

vontade

falta-me vontade onde sobram oportunidades de escrita;
há tanta coisa para escrever, tanta coisa que se pode e deve comentar a partir deste meu cantinho; mas a vontade, reconheço, é quase nula;
não me apetece entrar em diatribes, leituras analíticas ou psicoanalíticas da minha escrita, das minhas ideias;
vai daí e coibo-me de escrever, remetendo para uma aparente e inexistente pausa pedagógica de páscoa...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

afinal

afinal as maiores surpresas das listas de candidatos a deputados pelo circulo de évora, vieram mesmo do psd;
atestado de menorização, passado por lisboa àqueles que por aqui dão o corpo ao manifesto;
assim sendo, o circulo de évora, já de si esvaziado, perde mais um deputado;
ou talvez não, saibam os alentejanos deste distrito assumir posições;

quinta-feira, 14 de abril de 2011

listas

pelo que parece as listas a candidatos estão arranjadinhas;
notam-se, aqui e ali, mexidas e algumas reconfigurações;
no distrito de portalegre elas são significativas, deixando no ar muitas interrogações, questões de dúvida e de médio prazo;
aqui por évora, o próprio psd se encarrega de as criar, deixando espaço para que aquelas que virão a ser as propostas pelo ps se possam, antecipadamente, questionar e interrogar;
já há quem saiba como estão, por mim aguardo...

mau feitio

há quem  diga e defenda, que tenho mau feitio;
acima de tudo por defender ideias e afirmar opiniões que não as concensuais, as dominantes, as que vão na corrente;
tenho mau feitio por não gostar (dizem) de brincar ao faz de conta, de olhar para o lado e fingir que não vejo, não oiço, não sinto o que se passa à minha frente;
tenho mau feitio por considerar essencial o sentimento de justiça, de equidade, de bom senso à decisão;
e não é que o pessoal tem razão, tenho mesmo mau feitio e já não tenho idade, nem feitio, para mudar...

terça-feira, 12 de abril de 2011

imaginação

há dias o presidente de todos [!] pedia imaginação à UE, um senhor respondeu que imaginação não falta e que as conversas públicas deviam ser privadas;
mas concordo com o presidente, falta imaginação para que se pense uma outra economia, que se questionem as acções e o papel do Estado, com letra maiuscula, o funcionamento da sociedade, o papel dos diferentes sectores públicos e privados, as formas de complementaridade entre uns e outros, os processos de organização;
o que se vê, um pouco por todo o lado, são coisas que considero desfazadas, ultrapassadas, de outros tempos e de outros modos do agir colectivo que nada se relacionam com um presente;
a administração pública e mesmo alguns privados, continuam a olhar e a considerar o seu utente/cliente/freguês como se fosemos todos parvos, desprovidos de inteligência, desconfiando de tudo e de todos, são eles os inteligentes, os providos de cérebro;
até quando e nisto concordo com todos, pois desconfio bastante tanto do fmi como do feef...

visita

abriu mais um espaço comercial na cidade de évora;
lá fui conhecer o espaço;
arrumadinho, branco q.b., iluminado;
de novo não traz nada a não ser mais um espaço, pronto;
engraçado é que há uns anos atrás se dizia que não havia espaço para tantos, mas tantos têm tanta gente que ou o pessoal se reproduz com rapidez frenética ou simplesmente havia espaço para aqueles que se instalaram;
o eterno problema é que não trazem nada de novo, cada espaço que se apresenta cria lógicas de bairro, de proximidade e pouco mais;
diferenciação não existe, segmentação também não;
mas pronto é mais um a iluminar a noite, agora que estão tão boas...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

figuras

esta entrada, de antónio barreto, traz-me à memória memórias da minha cidade;
de um tempo em que predominavam aquelas que durante muito tempo foram figuras típicas da cidade, imagens da própria cidade que qualquer eborense facilmente identificada e referenciava;
eles eram a vendedora de castanhas, o lisboa ou o farracha engraxador, o 53 bombeiro que com o seu bafo atiçava as chamas, o vendedor de panos - que regressou, talvez pela crise ou pela simples necessidade - os eternos cauteleiros que, de chapéu estrelado e braço estendido, referenciavam mais uma cautela, impunham a sua compra;
era um tempo em que o tempo da cidade se circunscrevia quase que exclusivamente ao seu centro histórico, onde ainda não se dizia que se ia à cidade mas lá acima;  
foram figuras que me marcaram, cada uma pelas suas características e por aquilo que significavam, primeiro a uma criança, depois a um adolescente...

depois

depois de um fim-de-semana que se não foi hilariante andou lá por perto que dizer;
depois de se saber do regresso de ferro rodrigues à política activa, do congresso do ps ser de manifestação de amizades, de fernando nobre dar sinais mais que evidentes da sua incoerência ou simplesmente da sua estratégia, do psd cá pela terra se reorganizar, esperemos para perceber com que sentidos, das graças de uns e das desgraças de outros, que fazer ou que sentir;
os tempos são de manifesta profusão, há mais poeira no ar que ideias...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

stand by

pelo que parece todo um conjunto de medidas de política ficam em stand by, à espera de outros modos ou simplesmente de outras opções;
reorganização da rede escolar, currículo, gestão, e coisas que tal;
qual será o futuro da educação, por onde poderão passar as opções educativas, qual o papel reservado à escola pública, aos docentes, à gestão educativa, à formação, inicial e contínua, qual a dimensão do currículo, como se processará a articulação entre ciclos, quais as perspectivas em termos de concursos e mobilidades docentes, qual o papel do ministério e das suas sucursais, entenda-se direcções regionais, na gestão educativa, quais as dimensões da avaliação docente;
são perguntas a mais, é certo, para as quais urgem apontamentos...

galos

as listas a deputado começam a ser desenhadas;
de acordo com as notícias parece que a luta de galos, pelo menos pela terrinha, está instalada;
sacodem-se as águas...

terça-feira, 5 de abril de 2011

diferenças

aqui pela terra justifica-se a inexistência de um director regional do ipj pela crise;
até se justificaria, se o lugar não estivesse vago desde dezembro passado;
até se justificaria se noutros lados não existissem nomeações em tempo de crise, invocando a importância dos serviços; exemplo, a nomeação da directora regional do norte do idp, com data de março e a renovação do vice-presidente do ipj;
somos todos parvos ou quê...

yes

agora que o presidente dos states se apresta para a sua recandidatura, há que perguntar o que mudou, depois das esperanças e expectativas, desde que chegou à casa branca lá do sítio;
internamente, lá pela casa, não faço ideia, não sei como se implementou a reforma da saúde, como se instalam as questões ambientais, como se esbatem as diferenças económicas, como se equilibram interesses estaduais;
do ponto de vista internacional tudo mudou para que continuasse na mesma; mantém-se as guerras - iraque, afeganistão - começaram outras, envolvimento directo na líbia, assentuaram-se as crises, económicas, sociais, políticas;
o mundo não está mais seguro e as crises sentem-se um pouco por todo o lado;
maior consequência talvez a utilização das redes sociais, hoje não há cão nem gato que as utilize, ainda que estratégias não existam...

testes


há muito que defendo uma escola com outros testes que não aqueles em que todos se enganam mutuamente; por muito incrível que pareça e que muitos possam estranhar, há outros processos de avaliação que permitem envolver alunos e docentes, colegas e família, respeitar procedimentos;
outras formas que respeitem o trabalho de uns e de outros, que permitem aferir, efectivamente, dos desempenhos e não apenas quantidades percentuais sempre mexidas e remexidas;

segunda-feira, 4 de abril de 2011

já passou

pronto, depois de um fim de semana bem passado, entre afazeres da horta e escrita da tese, um e outro renderam bem e esperemos que venham a dar frutos, regresso;
já me passou aquela terrífica vontade de vir por aqui desabafar sobre as coisas mais patéticas do meu quotidiano, que a ninguém interessam e que apenas serviriam para mais umas quantas chuveiradas em cima do meu lombo;
afastado que estive sintetizo:
parabéns ao FCP, é certo que me custa, mas os devaneios de jesus levam o glorioso à cruxificação;
1 de abril passou e poucos notamos aquelas que seriam pretensas mentiras;
cá continuo, entre o levemente pendurado e o progressivamente esvaziado em funções e objectivos, nada que se estranhe, pois claro;
o país continua adiado entre conversas e trocas de argumentos que apenas servem para alimentar jornais;
a política ganha contornos de tabloide, frases curtas, sound bites para manchete e rápida referência na tv, que é de ideias e de propostas para nos tirarem do buraco, seria isso que se esperaria dos políticos;