sexta-feira, 30 de julho de 2010

dito

nos blogues, na comunicação social, nas páginas pessoais já foi quase tudo dito, algumas bem pertinentes;
tudo a propósito da morte de antónio feio;
mais do que qualquer referência apenas a indicação que a cultura portuguesa fica bem mais pobre...

turno

hoje foi dia de passagem de turno;
na próxima 2ª feira regresso à estrofeca normal e o pessoal estará, na sua totalidade, de férias;
em vez de me deixarem recados, optei por passar por lá, reconhecer o trabalho realizado e pegar nas pontas que terei de alinhavar;
nada de significativo, pois o pior está ultrapassado, turmas feitas, matrículas realizadas, condicionantes assumidas;
ao fim de um ano de estar na direcção regional é mais perceptível o trabalho que há para fazer, os objectivos alcançar;
vamos trabalhar por objectivos, seja isso o que for; para além de assumir o carácter manifestamente contingencial das solicitações...

mosquitos

comer fora, em tempo de calor e perto de muita água, é sinal de mosquitos;
hoje, ao jantarmos no meio do pátio, apesar da corrente de vento feita por duas casas, foi sinónimo disso mesmo, de mosquito;
tenho várias mordeduras, sinal que sou apetecível aos ditos cujos;
eu que me aguente, pois claro...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

oportunidade

as políticas nacionais têm sido um óptimo condão para que a câmara de arraiolos e a sua vereação tenham uma excelente oportunidade de disfarçar as suas incompetências, a sua falta de ideias, a sua inacção;
da câmara de arraiolos há muito, muito tempo que não se vê uma ideia, uma coisa nova, uma coisa diferente, uma aposta onde ou sobre o que quer que seja, nem laivos de uma qualquer tentativa de contrariar o marasmo, a apatia ou definhamento de um concelho;
temos uma mancha de água soberba, pelo divor e não só, aos deus dará;
temos caminhos e trilhos por entre planícies e serras inigualáveis, mas apenas de quando em quando animadas;
temos uma gastronomia polvilhada de coisas boas, típicas do concelho, regionais, mas esquecidas ou só lembradas nas semanas tradicionais e promovidas pela região de turismo;
temos hotéis rurais, pousadas em quintas, casas típicas capazes de fazer admirar o melhor turista, mas apenas a pousada é animada por si mesma;
temos freguesias em proximidade efectiva e afectiva à capital regional, mas esquecidas por infraestruturas caducas, uma urbanização que interessa apenas a alguns;
somos atravessados por um dos mais importantes eixos viários do sul do país, a estrada nacional 4, mas apenas como ponte;
mas as energias da câmara concentram-se no centro de saúde onde apenas os mais velhos recorrem para receituário, onde, de acordo com os técnicos de serviço, a maior parte evita ir ou espera pelo seu encerramento para poder ir a Évora; esquecem-se dos velhos que morrem com o calor, que definham em hall de espera pela morte lenta que tarda em chegar;
as energias da câmara concentram-se em manifestações, que mais não fazem que desviar a atenção do essencial, no encerramento de uma escola que se encontra na sede de freguesia a 5 minutos de um novo centro escolar e que apenas tem 9 alunos;
as políticas nacionais têm sido uma oportunidade para que a câmara de arraiolos assobie e olhe para o lado e procure disfarçar as suas incompetências e o seu atavio;
falta saber até quando...

pausa

uma pausa pedagógica de trazer por casa, são estas as minhas férias - e que tão bem me têm sabido;
uma pausa dedicada à escrita da tese, ao refazer de ideias e argumentos, à leitura e ao pensamento crítico sobre aquilo que tenho feito e escrito;
à minha esquerda uma pilha de livros, são aquelas referências incontornáveis no contexto da minha escrita, estão ali canguilhem, foucault, giddens, r. gomes, jorge do ó;
à minha direita praticamente duzentas páginas impressas, referentes aos dois primeiros capítulos; não estão terminados nem finalizados; tenho consciência que, sempre que me ponho a ler ou a reler, me surgem novas ideias, outros argumentos, mais pistas de escrita; mas quero perceber, em leitura lenta, o que dali pode sobressair;
é um trabalho em pausa pedagógica, sem horas nem compromissos, apenas com a vontade de me ir aproximando de um qualquer fim...

terça-feira, 27 de julho de 2010

parecenças

a câmara de arraiolos cada vez mais dá parecenças ao presidente do FCP;
todos estão contra eles, todos apontam armas e bagagens contra os seus interesses;
apenas para disfarçar as suas inépcias, as suas incapacidades de contrariar argumentos dos adversários mostrar alternativas, construir diferenças;
a câmara de arraiolos publicou uma posição contra o encerramento de uma escola; nem uma palavra sobre o facto de uma outra, ou outras, continuarem abertas;
a câmara de arraiolos constrói casas mortuárias mas desvia o olhar dos inúmeros milhares de euros que o estado português tem investido no concelho, em escolas, em centros de dia, de equipamentos sociais;
a câmara de arraiolos disfarça mal a sua incapacidade ou afirma bem a sua estratégia de isolamento...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

explicação

fico sempre contente quando, entre palavras e gestos, consigo explicar o que ando a fazer com uma tese de doutoramento às costas;
e explicar aquém nada percebe disto, disto de escola ou de investigação, quais os objectivos, a minha tese, os afazeres, o gosto e as angústias;
mais não fosse por isto e o fim-de-semana teria valido a pena...

cá dentro


em tempo de pausa pedagógica não há horas, nem tempo, agenda ou compromissos;
apetece e vamos;
o fim-de-semana foi uma escapadinha, fomos para fora cá dentro, para zonas mais frescas que este meu alentejo;
este é o casario e as gentes que ontem procuraram a praia da nazaré para fugir ao tempo quente;

sexta-feira, 23 de julho de 2010

política

e não resisto a trazer para estes apontamentos este concelho que me acolheu o de Arraiolos;
há quem destaque o trabalho já citado da Visão;
destaco, uma vez mais, a incapacidade de dar resposta aos desafios e à concorrência dos concelhos vizinhos;
neste fim-de-semana decorre um festival na praia fluvial de Mora, Montemor-o-Novo anunciou novos investimentos; no final do mês é Évora que se procura afirmar nos festivais de verão, para além de Estremoz ter assumido uma dinâmica deveras interessante;
Arraiolos fica no meio, sem nada, sem instrumentos nem mecanismos de afirmação ou de concorrência, limita-se a definhar, a atirar a culpa para os outros, enredado que se encontra na teia dos interesses de alguns, de algumas famílias;
por opção democrática, é certo...

noite

as férias, a pausa pedagógica, leva-me a desfrutar daquilo que sempre gostei, de que me está no sangue, a noite;
seja para as companhias e amenas cavaqueiras, seja para o trabalho, a noite é uma findável companhia;
e os filhos, que não saem às pedras da calçada, vão atrás, particularmente ele que passa noites inteiras de volta disto e daquilo, prolonga o dia pela noite, estende a noite pelo dia;
se saísse ao leiteiro é que me admiraria, avô, pai e filho...

livros

mas não são apenas as melomanias a fazer os meus dias;
a filhota, que partiu hoje para o Açores, levou-me a uma livraria e, quase sem querer, dei de frente com um título de um filósofo vasco, D. Innerarity do qual gosto particularmente;
escreve entre o ensaio e a crítica, o argumento opinativo e a tese fundamentada, sempre assente noutros autores, não fosse ele filósofo, com a particularidade de ter uma perspectiva direi muito latina;

sons

entre melomanias e coisas musicais hoje, quando circulava pela A6 pensava para os meus botões que a minha tese tresanda a cerveja, jameson e a jazz;
são companhias inseparáveis da escrita, de pensar o meu trabalho e de afogar as mágoas do cansaço desta coisa;
uma das companhias assenta nos diversos álbuns deste Pat Matheney group; som diferente, entre o jazz e qualquer outra coisa, que descobri, por intermédio de um amigo que não vejo à anos, mas do qual não esqueço;

opções

entre uma pausa pedagógica e trabalho de casa, a opção tem sido a de estar ausente deste meu cantinho;
procuro dar descanso aos amigos bem como aos poucos leitores que, em tempos de seally season bem podem prescindir de outras banalidades, coisas de nada ou simples diatribes;

sexta-feira, 9 de julho de 2010

dúvidas

as dúvidas, em tempo de cansaço e de saturação, assolam-me quais mosquitos sem vento de roda da transpiração do pessoal;
o ME, vulgarmente designado por o polvo, parece sem rumo, uns dias é assim, outros assado e outros ainda cozido;
diz uma coisa aos directores, outra à comunicação social e outras ainda aos parceiros;
quem se amola é quem está no meio e não consegue perceber qual o rumo ou o sentido das políticas educativas;
e eu estou no meio, entalado, entaladinho... e que me aguente, pois claro...

vida

somos feitos com ideias simples, que complicamos;
gostamos das coisas a preto e branco, de distinguir o certo do errado, o bom do mau;
há um conjunto de ideias feitas, de k7 criadas relativas ao encerramento das escolas; reproduzem-se como se de grandes afirmações se tratassem, fosse a única verdade, sem pinga de reflexão e menos ainda de qualquer espírito crítico;
a afirmação que reproduzo, oriunda da revista visão de 8 de Julho é um claro sentido de demarcação às ideias feitas, aos pré-conceitos; pelo contrário, é uma afirmação clara do falhanço de muita das políticas municipais;
os jovens, os mais pequenos não votam, os adolescentes geralmente abstém-se e os mais crescidos andam para fora ou têm outras ideias; em Arraiolos, nunca houve uma afirmação da vida...

devia

devia estar, mas não estou, em Lisboa a ouvir E. Mangez;
pelo contrário estou pelo meu cantinho, sem vontade de nada e a sentir o peso de uma semana atribulada, mais uma;

estranho

entre notícias disto e daquilo, comentários de um amigo ou de simples conhecidos, observações sobre qualquer coisa ou coisa nenhuma, parece-me que vivemos tempos estranhos;
tempos em que as análises não batem umas com as outras, os diagnósticos são cinzentos e obscuros, as medidas incertas e periclitantes, as opções inconstantes;
os tempos são de incerteza, há muito que se sabe isso, mas da incerteza à dúvida e desta à estranheza, são passos curtos nos dias que correm...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

contra-ciclo

para além das notas de exame não terem sido grande charuto, ao olhar as notas de transição, desde o 2º ano de escolaridade até ao 11º, há uma nota que parece ir em contra-ciclo;
ou seja, os alunos, este ano e apenas num conjunto de escolas, não devo generalizar, ficou retido preponderantemente nos inícios de cada ciclo, isto é, 2º ano, 5º e 7º;
ao invés, as taxas de transição em final de cada ciclo até foram bastante razoáveis;
das duas uma, ou há efectivamente um contra-ciclo em que o aluno fica retido quando não deve - no meu entender, pois claro - ou, em face das taxas de transição em final de ciclo, alguém pensará que outros poderão resolver aquele problema...

impaciência

o calor, o cansaço, as moengas de um fim de ano lectivo, a saturação de um projecto de investigação sem fim, tudo se acumla e se junta para que me sinta impaciente;
disso dão conta por casa, a família, e no local de trabalho, os mais próximos que se apercebem que, por dá cá aquela palha, revelo os contornos da minha impaciência;
são os dias…

agonia

a visão de hoje traz um apontamento sobre a lenta morte do concelho de Arraiolos, assente na desertificação, na incapacidade de responder à dinâmica dos concelhos limitrofes como Montemor, Estremoz, Mora ou Évora;
é certo que existirão aqueles que remeterão as culpas e a responsabilidade para outros, para o governo, para as políticas nacionais, para os deuses do céu e da terra esquecendo-se propositada e deliberadamente da sua própria culpa, da incapacidade daqueles que há mais de trinta anos gerem - e mal - os destinos do concelho em agonia;
os modelos em que têm assentado as opções políticas de Arraiolos estão caducos, desfazados, gastos, todos os diagnósticos, pagos pela autarquia, demonstram isso mesmo, afirmam-no à exaustão, mostram factos que vão para além da mera opinião;
mas há alternativas...

surpresa

tenho de confessar alguma surpresa em face do resultado de Espanha ir à final do mundial;
contava mais com a Alemanha, mas esta jogou qual Portugal, na retranca, com pézinhos de lã, com receio;
deu-se mal, pois claro, há que ousar, arriscar, obrigar o adversário a cometer erros e, no meio das alturas, um golo fez toda a diferença...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

água

não resisto e tenho de dar conta, uma vez mais, da falta de água na minha aldeia de igrejinha;
chega-se a casa e a torneira nem pinga;
certamente que a desculpa, sempre esfarrapada e por demais esgotada, será uma qualquer avaria numa qualquer conduta;
mas é evidente que quem foi mandatado para resolver os problemas colectivos não resolve nada e nesta altura cria mais problemas que soluções...

raposas

olhar o sistema a partir de patamares diferentes confere-nos outras perspectivas;
este ano e apesar dos programas de apoio ao sucesso, as taxas de retenção em anos de início de ciclo foram disparatadas;
disparatadas pois em alguns casos apresentam valores na casa dos 10% e 20%, valores algo incompreensíveis quando existem tantos programas, apoios, projectos e estratégias orientadas para o sucesso;
já tinha sentido isso em face dos comentários da filha onde, numa turma que fruto de diferentes processos ficou pequena e onde quase metade ficou retida no 7º ano;
razões para isso é elemento a identificar...

boas

felizmente também há coisas boas nos dias agrestes que correm por todo o lado;
finalmente, em face da publicação do novo estatuto da carreira docente, vou mudar de escalão;
faço parte daqueles que há praticamente seis anos estão congelados, mortificados, estagnados no índice 245;
agora basta-me respirar a 1 de setembro, cumpridos que se encontram os requisitos, para poder transitar de escalão;
já não era sem tempo... espero eu...

domingo, 4 de julho de 2010

inveja

repito, inveja, pura, crua, dura quanto objectiva;
inveja é aquilo que sinto de uma colega ter entregue a tese, toda em papel, ao chefe, para confirmação e verificação;
e eu por aqui ando, entre soluços e manifesta falta de vontade;
até quando...

inverdades

os espaços sociais, do qual prescindo de chamar redes, são o que são e valem o que valem - ou aquilo que queremos que possam valer;
há dias tive oportunidade de ler, num dos espaços mais consultados quanto reputados, aquilo que são barbaridades;
é certo que o texto não era do editor, que já limpou e retirou, tratava-se de um pretenso mail que, sem ponta de reflexão ou perspectiva crítica, afirmava que as escolas de santana e sabugueiro também já tinham sido fundidas, ambas no concelho de arronches; santana e sabugueiro são escolas de 1º ciclo do concelho de arraiolos;
felizmente, para o insigne editor, a afirmação foi retirada - nem corrigida;
fica apenas a consciência que estes espaços devem ser lidos com parcimónia e alguma desconfiança, pelo menos que se procurem cruzar as informações;
talvez assim se acerte um pouco mais e o espaço da blogosfera ganhe mais credibilidade...

festas

um pouco por todo o interior, de norte a sul, de leste a oeste, os tempos de verão são de feiras e festas, romarias e arraiais;
um pouco por todo o lado o povo se junta para beber e confraternizar;
um colega que progressivamente se torna amigo, está de volta das festas de lavre;
talvez, dirá ele, as melhores de quase sempre...

feira

apresta-se a terminar a feira de s. joão e e s. pedro ou, mais recentemente, as festas populares da cidade de évora;
na feira, entre quinquilharias e sons estridentes, encontramos quase tudo e quase todos;
encontramos quem não vimos há anos ou quem simplesmente perdemos de vista;
a feira, à falta de melhor, é um espaço de passeio e reencontros, até com nós mesmos;
as mesmas conversas, os mesmos ambientes em tempos que estão diferentes e em que somos diferentes;
para um eborense a feira é a feira, o resto são conversas...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

água

chegou o Verão e os problemas da água na minha aldeia de Igrejinha voltam a marcar presença;
não são apenas os problemas da qualidade, são também os problemas da quantidade - há dias em que o chuveiro mais parece nos mijar para cima;
em Setembro passado, obviamente antes das eleições, ainda se iniciaram as obras de reforço, até hoje, sem fim à vista;
até quando... e depois dizem que é o encerramento das escolas que desertifica o mundo rural, não é, é a ausência de condições de qualidade de vida...

assembleia

ontem foi noite de assembleia municipal;
permanecem os mesmos erros e vicíos de quase sempre, uma montra que alguns aparentam ser perfeitamente desnecessária quando não mesmo um entrave a alguns e não um espaço de exercício da democracia;
um espaço que uns procuram condicionar e limitar para além do seu próprio regimento, e não um espaço de debate de ideias;
foi interessante ver o senhor presidente da câmara a reconhecer que o concelho está mais sujo, senão mesmo imundo, que há problemas de higiene e limpeza pelas aldeias, que o lixo se acumula um pouco por todo o lado;
como foi interessante perceber, face às propostas apresentadas, que as freguesias são verbo de encher na máquina partidária, pouco contam, para quase nada valem, a não ser fixar votos, coisa que algumas já não estão a conseguir;

exausto

estou perfeitamente exausto, extenuado, carente de pausa pedagógica, impaciente por um momento de descanso;
a escrita ressente-se, tal como o trabalho em que me envolvo;
ontem foi uma reunião de manhã, duas à tarde e uma à noite;
hoje tou que na posso, mas volto à escrita, como forma de descanso e pensamento reflexivo que os dias exigem...