sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

seguidores

tenho aqui ao lado o quadro de seguidores;
começou a Sofia, amiga desconhecida de longa data perante a qual sinto uma admiração ...
depois juntou-se o Luís, outro amigo, referenciado por mim nas esquinas da vida e da qual espero não perder o rumo, nem o sul - que nos une;
agora juntou-se uma conterrânea do hemisfério sul que, espero eu, tenha aqui reconhecido algum dos seus muitos e diferentes prazeres que existem nesta coisa que é ensinar, a escola, a educação e a vida do professor(ado);
bago a bago...

trabalho

há medida que avanço no trabalho da tese, tenho vontade de reconfigurar alguns procedimentos e algumas técnicas de recolha de dados;
tenho consciência do trabalho, da carga de trabalhos, que isso me acarretará;
não será para já mas tenho consciência que irei alterar o suporte que criei para os dados que tenho recolhidos, e são já muitos, muitas páginas, centenas...

aparências

este meu cantinho tem como predominância a escola e a educação, mas nunca resisto a passear por outros espaços de cidadania e participação;
em reunião realizada recentemente e na qual participei foi visível a ilusão dos poderes e a sofreguidão da governação;
há argumentos que são utilizados que não têm, nem se sente qualquer correspondência por quem os refere e utiliza;
ficamo-nos pelas aparências, sendo certo que novidades apenas no...

censura

por manifestas dificuldades em articular os diferentes afazeres e por uma censura instituída na escola, estive distante deste meu canto de escrita;
a censura decorreu de se ter instalado uma rede de permissões nos acessos à net na escola, de modo a que não se passeie por sítios pouco ou nada educativos;
só que os blogues caíram na malha apertada, esquecendo-se, quem configurou as permissões, que a escola tem um blogue;

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

currículo

os tempos que correm, marcados pela crise e pela incerteza, é uma óptima oportunidade em termos da análise do currículo da nossa escola;
nomeadamente no papel que a História poderia adquirir não tivesse sido, de há uns anos a esta parte, tão desvalorizado e tornado mesmo dispensável - caso do ensino secundário;
a crise que se vive tem contornos próprios e originais; mas perceber as consequências das dores de crescimento do final do século XIX, que deu origem à primeira guerra mundial, os arranjos e desacertos da regulação inexistente no pós guerra que conduziu à crise de 1929 e as consequências dessa crise que mais não fez que conduzir à segunda guerra mundial, seria essencial para que as pessoas entendessem as causas e as consequências (sendo minimalista e dicotómico);
a História, desvalorizada que está face ao imediatismo dos futuros, poderia dar o seu contributo e ajudar em perceber como poderíamos sair do buraco em que nos metemos - ou enfiaram;

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

observatório









assim vai a minha terra, atrasada, parada, suspensa por tempo intedeterminado;
o observatório do desenvolvimento do Alentejo, assente na Universidade de Évora teve a sua última actualização há 4 anos atrás;
ou não há desenvolvimento ou há desleixo; e não é de desleixo que se trata, na senhora...

conhecimento

não é de hoje nem de ontem, mas o conhecimento tem adquirido um protagonismo e um destaque que o colocam a par das ideologias;
hoje, por dá cá aquela palha, o conhecimento é factor de decisão, elemento de opção, argumento justificativo, legitimativo e fundador de uma qualquer política;
tanto o é na opção do aeroporto como no TGV, mas também na educação onde quer os pareceres quer as opções são justificadas por um dado conhecimento;
substituir a política pelo conhecimento mais não é que alterar os pressupostos da acção colectiva, uma vez que o conhecimento não é nem inocente, nem despido de valores ou interesses;

domingo, 25 de janeiro de 2009

enleios

as notícias dão conta do eventual envolvimento do nosso primeiro-ministro em negócios menos claros;
as notícias enleiam-se entre o mal-estar da crise e situações sectoriais, adensadas pela meteorologia;
os partidos políticos, pelo menos alguns, envolvem-se nas construções das muitas listas eleitorais que preenchem o ano, numa gestão (interesses, protagonismos, poderes, objectivos, lógicas) que vai muito para além do estrito interesse político e partidário;
nós por cá ficamos a ver a caravana passar; a militância está, pelo menos em alguns sectores, restringida à entrega do folheto ou da bandeirinha;
não se discute pois isso daria oportunidade a outras ideias; apenas em momentos previamente encenados, marcados pela aparência de formalização e pronto...
são enleios que uns tecem, que uns aproveitam e enquanto se discutem trocos, há quem sinta que o mundo foge para onde não deve...

dúvidas

o problema de se querer conhecer, são as dúvidas que se nos colocam;
gostava de perceber por que é que a minha santa terrinha não ata nem desata;
já culpei um dinossauro do poder local; já responsabilizei quadros ideológicos; já apontei o dedo aos interesses mais individuais, como já culpabilizei as incompetências e os desleixos institucionais;
contudo, cada vez mais me apercebo que não será nada disto, mas uma concertação estratégica;
não explico, mas adianto, aparentemente há partidos que mais não são que a boca de cena de representações encapotadas, palcos públicos de interesses privados, exibições abertas de enredos cobertos; assume-se, aparentemente, uma formalização de algo decidido noutros palcos, institucionaliza-se aquilo que é apenas de alguns;
incompetência? longe disso; interesses isso sim, e não são mesquinhos, mas de agremiações que não prestam contas a nada nem a ninguém e que utilizam os outros em seu belo proveito;
nada de mal viria ao mundo se estas agremiações se limitassem a afirmar os seus valores e as suas ideias; o problema é que se instituem como claras forças do bloqueio; bloqueio de ideias, de participação, de discussão; arrogam-se no direito de serem eles, apenas e somente, a terem direito;

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

livros

há livros e livros;
aqueles que nos ajudam a compreender as coisas, o mundo, os sentimentos e os afectos;
há outros que apenas nos ajudam a pensar, sobre tudo e sobre nós;
há outros que apenas nos colocam interrogações, nos questionam, inquirem sobre o que somos e o que fazemos;
tive oportunidade, ao fim de algum tempo e com o beneplácito do meu orientador, de ter acesso a um livro que é tudo isso e muito mais;
um autêntico desafio sob todos os aspectos; um livro que, em tempos mais à frente, poderá ser um marco sobre o que é a escola e o que tem sido a educação;
maravilhoso...

escola

as coisas pela escola vão de mal a pior;
ele há coisas que não lembram nem ao Diabo - com letra maiúscula não vá ele tecê-las;
então não houve quem procurasse convencer colegas a não entregar os objectivos quando já os tinha entregue?

reconhecimento

na generalidade dos casos os elementos da agremiação de balcão não se reconhecem, pelo menos publicamente, enquanto tal;
mas sempre há uns quantos que, fruto de alguma exibição mais ou menos narcísica, se assumem;
não é bom nem mau, é péssimo;

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

dias

os dias passam-se, com a particularidade deste mês de Janeiro estar a ser marcado pelo cinzento da chuva, dos rostos encolhidos e dos espíritos constritos;
nesta minha escola é último dia para entrega de objectivos individuais; a sala de professores está que na se pode;
assumo, entreguei os meus objectivos, apesar de tudo e para além de tudo;

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Janeiro

não gosto deste mês, pronto;
o meu biorritmo manifesta-se no negativo;
impaciência, irritabilidade... desejo de apenas chegar ao fim;
uma colega diz-me que é o síndroma das segundas-feiras adaptado ao calendário do ano;

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

apetite

não me apetece escrever;
prefiro o silêncio aos ruídos;
mas não há silêncio sem ruídos...

domingo, 18 de janeiro de 2009

separação

a situação vivida na escola e na educação, o confronto e a radicalização de situações leva-me a temer que se promova a separação de professores;
mais que titulares e os outros, poderá ser uma separação de amizades e cumplicidades de quem está comigo ou contra mim;

outros modos

penso que seja possível equacionar outras dimensões e outros processos inerentes à avaliação de desempenho;
a situação hoje enleia-se na intransigência de quem não quer ser avaliado, nas posições políticas e partidárias face às políticas educativas, na incapacidade de pensar outros modos ou formas de viver e construir as dimensões profissionais ou na simplificação de processos que mais não fazem que conduzir ao seu próprio esboroamento;
é possível e desejável, em meu entendimento, pensarmos outros modos de fazer, determinar outros processos, equacionar realidades contextuais e situadas e mostrar que é possível outra forma de desenvolver o processo de avaliação;
há muito que opto por estar do lado de quem procura soluções, negando-me a estar do lado daqueles que mais não fazem que moer a moenga já moída;

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

falta

na próxima segunda-feira não farei greve;
falto à manifestação, saturado que estou de um claro impasse e pela impaciência que tem marcados os últimos anos lectivos;
demarco-me de todo um processo que, em meu entender, está esgotado;
apesar de ter plena consciência da dimensão política de que se reveste todo este processo, de parte a parte, o meu voto fica restringido à escola e ao normal dia de trabalho - leia-se como se entender;
em todo este processo, desde a revisão do estatuto à avaliação de desempenho, há, como em tudo, coisas erradas, muitas, como há outras acertadas, poucas, perante as quais o interesse profissional deverá passar pela adequação, contextualização e apropriação - desde que se saiba, possa ou simplesmente queira;

progressos

à medida que os dias e os tempos decorrem, cada vez mais me apercebo dos progressos dos alunos, adaptando-se a uma metodologia de trabalho, compreendendo as regras de trabalho e sabendo utilizar as diferentes ferramentas;
por cada período há um conjunto específico de estratégias e de opções de trabalho; como em cada ano lectivo há um conjunto diferenciado de conceitos;
há quem diga que os miúdos não estão preparados; lérias, quem não está preparado são aqueles que têm todas as certezas deste mundo;

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

stress

nota-se, por estas bandas, o agudizar dos níveis de stress, de pressão, de uma clara dificuldade de gerir situações;
mas há, mesmo neste contexto, coisas boas; uma professora que se abre, que aproveita para conversar e falar; desabafar;
por mim opto por um xanax made in Irland; é um descanso, não há stresse que me entre;

autoridade

não sei como será nas restantes escolas, falo da que conheço;
por aqui as disputas de autoridade, os desafios negociais entre alunos e docente é uma constante;
há um permanente desafio, uma procura de estabelecer limites, campos de possibilidade, uma divisão de fronteiras e uma persistente tentativa de as galgar, de se saber até onde se vai, até onde se pode ir;
situação acrescida na lógica da ocupação plena dos tempos lectivos, em que o desconhecimento relacional, entre aquela turma e o docente que se apresenta, leva a uma negociação assente num delicado desequilíbrio entre o atrito e a tensão, entre a negociação e os afectos;
o papel do professor altera-se, reconfigura-se e, necessariamente, tem de deixar de ser impositivo para ser persuasivo, vertical para ser negocial;

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

espanto

não tenho, neste sítio, um contador ou qualquer outro mecanismo que me permita perceber quem por aqui passa, com que hábitos e frequência;
escrevo mais a pensar nos meus botões do que para os outros; a escrita, para mim, sempre foi uma forma de racionalizar e pensar os meus dias, o meu trabalho, daí a imensa influência que os contextos (de espaço e tempo) exercem nesta escrita, nas ideias, na opinião que aqui expresso;
mas não deixo de sentir algum espanto, quando não mesmo surpresa quando me apercebo que sou lido, que há comentários à minha escrita;
afinal, estar aqui é estar no mundo... o que não deixa de ser um espanto, apreciador que sou da escrita de Manuel da Fonseca...

absorvido

sinto-me neste início de ano, como me devia ter sentido há um ano atrás, face ao trabalho de investigação;
claramente orientado, objectivamente argumentado e com um sustentação de trabalho que me absorve o quotidiano e as demais preocupações;
sinto, ao fim de quase três anos de trabalho de investigação - leituras, análises, quadros de análise e perspectivas metodológicas, alguma escrita e muitapreocupação - que começam a surgir os frutos de um empenho e de muita, mas mesmo muita teimosia;
já fiz muito, muito me falta ainda fazer e o ano é bem curto face aos objectivos;

retóricas

ontem, em amena cavaqueira virtual com um amigo, acabei por escrever que os discursos

ou um conjunto de retóricas acabaram por estruturar as práticas profissionais e as lógicas pedagógicas; é engraçado quando ouvimos os professores a dizerem que são práticos e pragmáticos, afinal não foram as práticas a definir a profissionalidade, mas os discursos que delimitaram as lógicas de acção
os discursos, as retóricas de racionalização da acção, acabaram por configurar e moldar os conceitos, conferindo às práticas profissionais um dado sentido e conferir-lhe uma força prática que marca indelevelmente a profissão docente e a prática pedagógica;
isto com base na análise de actas suporte ao meu projecto de tese;

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

instântaneo

por muito incrível que possa parecer aos mais novos, habituados que estão aos sms's, ao msn e coisas que tais, ao simples clique no pc, ao botão das aparelhagens, que até podem pensar que é tudo assim, mesmo a vida de todos os dias;
explico aos meus filhos, ansiosos que estão pela vinda de um cão oferecido, que a vida não se faz de mensagens instantâneos e os cliques ficam muito àquem dos desejos e possibilidades;
à que esperar, suster a ansiedade e pensar que a vida tem coisas que não são propriamente compatíveis com o clique ou a mensagem mais instantânea;

novidades

a "guerra" instalada na escola e na educação, relativa à avaliação de desempenho, leva ao surgimento de algumas novidades;
esta, que dá conta de uma greve de avaliadores, deverá ser uma delas, em que os interessados são os primeiros prejudicados;
não devem ter sido muitas as greves em que tal situação se passou...

evangelização

Foucault defendia que uma das primeiras formas de exercício do poder e da governamentalidade assentava no poder pastoral que as igrejas, primeiro, e o Estado depois, utilizavam para o domínio das almas, para a regulação das condutas;
obviamente que outros sectores sociais acabaram por replicar esse poder e utilizar as suas próprias ferramentas para a sua pastoralidade, de acordo com os seus interesses e objectivos;
hoje, na minha escola, decorreu uma reunião sindical; o objectivo era efectuar uma "jornada de reflexão e luta", como muito provavelmente terá acontecido por muitas escolas deste país;
digam-me lá se este não é um exercício pastoral ou de simples evangelização? pode não ser de convencimento, mas será certamente para evitar a dispersão do rebanho...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

comentários

se, numa análise de situação e de compreensão, levarmos em linha de conta os comentários feitos aqui e ali, poder-se-á ficar com uma de muitas sensações;
a mensagem não passa e os professores têm dificuldade em "explicar" a matéria que os rodeia;
que a luta contra a avaliação de desempenho se tornou sócio-profissional, demasiadamente fechada e demasiadamente circunscrita;
que as pontas se afastam, a tensão cresce e que as saídas são cada vez mais improváveis;
no final, entre jornadas de luta e greves intermináveis, onde estará o bom senso que permita ultrapassar um manifesto impasse?

debates

chego à escola e o tema é a avaliação;
afixado no quadro de informações, mais uma circular interna referente ao simplex da avaliação de desempenho docente;
em cima da mesa um cartaz a anunciar a greve de professores para dia 19;
inevitavelmente é o debate, de dúvidas persistentes e insistentes entre uma e outra das informações;

contrastes

na minha escola pedem-me explicações sobre o que faço, as minhas opções de trabalho em sala de aula;
na escola do vizinho, aqui mesmo ao lado, pedem-me para falar sobre o que faço, género de amena cavaqueira de formação e informação;
constrastes...

domingo, 11 de janeiro de 2009

local

cá pelo burgo discutem-se e formam-se (ou procuram-se formar) as diferentes listas de candidatos em ano de quase todas as eleições;
é um equilíbrio delicado que leva em consideração muitas outras questões para além das estritamente partidárias; são interesses de agremiações escondidas que procuram as suas zonas de influência e preponderância, são lógicas locais a debaterem-se no protagonismo regional e nacional;
as discussões das listas de candidatos nunca foram feitas na praça pública, como também não o foram em sede partidária;
restas apenas a alguns, muito poucos, eleitos o dom de poderem assumir esta luta; depois chamam os outros, os bate-portas, os palma ruas e mercados, para a entrega da bandeirinha ou do adereço e dar a ideia e se sentirem que participam;
mas não participam; a participação política e partidária, cá pelos burgos a que pertenço, está cada vez mais afastada das pessoas, isolada da sociedade, enquistada nas agremiações sombrias e ocultas;
a política cada vez mais se parece com o paranormal...

questionamento

a minha forma de trabalhar em sala de aula, os métodos pelos quais opto e defino dinâmicas são, para muitos esquisitos; circunstância que me acarreta a necessidade de explicar, informar e esclarecer sobre as minhas opções e sobre os meus métodos de trabalho, nomeadamente e em primeiro lugar, aos alunos, e, depois, também aos pais/encarregados de educação e também e não poucas vezes, aos meus colegas docentes;
já aqui escrevi (e noutros locais também) que cruzo diferentes opções, entre lógicas da escola moderna e cultural (enormemente defendida pelo M. Pinto e aqui com um texto seu), princípios da pedagogia diferenciada (com predominância para os escritos de P. Perrenoud) e lógicas de trabalho de projecto;
alterar ou mesmo modificar o tradicional ensino expositivo, assente nos conhecimento e numa relação vertical entre aluno e professor, considerando o aluno como um objecto e não como um sujeito da aprendizagem, acarreta, no mínimo, desconfianças e estranheza; se aliarmos a esta alteração, a avaliação por portefólio, onde se procuram as evidências dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos, os modos e formas de resolverem os problemas, ultrapassarem as dificuldades, então teremos reunidas quase todas as condições para que, aqueles que não conhecem e têm dificuldades de entendimento, se questionem métodos, se interroguem as opções, se duvidem das certezas inabaláveis deste mundo;
é o que me acontece sempre que inicio este trabalho com turmas novas; no início do ano procuro explicar as coisas, entrego documentação, redijo apontamentos, troco ideias; mesmo em conselhos de turma deixo a indicação que se irá estranhar e porventura questionar das opções e métodos de trabalho; mas é sempre insuficiente;
aceito e assumo que há quem perceba muito mais disto que eu, não sendo sequer a minha área de trabalho e de investigação - apesar de andar lá por perto;
agora e uma vez mais (não é a primeira vez) são os pais/encarregados de educação de uma das minhas turmas, que me exigem esclarecimentos sobre o que faço e as suas implicações na relação, aproveitamento e rendimento dos alunos; é certo que olham ao mais imediato e mais próximo, não conseguindo, muita das vezes, nem perspectivar as características do trabalho que se faz (é minha obrigação esclarecer) nem ver as consequências da educação em termos futuros ou, pelo menos, de médio prazo (é trabalho meu também informar);
lá estarei um dia destes a trocar ideias com os pais/encarregados de educação sobre as minhas opções, a tentar convencer que é uma opção que não prejudica nada nem ninguém, apesar das suas diferenças com os métodos ditos mais tradicionais - exposição da matéria, realização de testes, avaliação - e a procurar aprender um pouco mais sobre as formas em que poderei informar e esclarecer os pais/encarregados de educação sobre um outro método de se trabalhar em sala de aula;
obviamente que estou disponível para trocar ideias, não sabendo se adiantará muito, mas lá estarei...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

encontros

os encontros entre directores de turma e pais/encarregados de educação são, nos tempos que correm, uma rotina que varia entre o banal e a catarse psicológica;
banal pois as relações estão instituídas e os pais/encarregados de educação que encontramos já estão escolarizados, informados e são curiosos e interessados na vida dos filhos (na grande maioria dos casos);
catarse pois é uma oportunidade de muitos pais deitarem cá para fora um conjunto de preocupações que muito provavelmente só com o professor o farão; a conversa com o professor dos nossos filhos permite uma outra perspectiva sobre os filhos, os seus comportamentos, hábitos e atitudes e acrescentar um conhecimento que, muita das vezes, é distante, muito distante da consciência dos pais;

frio

não é novidade que nesta época do ano faz frio;
não é novidade que as escolas na sua generalidade e com particular destaque para as da zona sul, não estão minimamente preparadas nem apetrechadas para os rigores do Inverno;
temos na cabeça muitas certezas que desde sempre estiveram erradas; que vivemos num clima ameno, que os Invernos são simpáticos (e são se comparadas com os muitos graus negativos do norte da Europa), que as nossas casas estão adequadas à geografia do clima (estiveram quando o conhecimento decorria da experiência e não se especulava com a construção);
entrar em algumas salas da minha escola é quase como entrar no frigorífico, um gelo; há alunos que comentam que talvez lá fora esteja menos frio que na sala de aula;
ninguém tira gorros, luvas e menos ainda os casacos;
é o frio...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

limpezas

a visita da inspecção tem destas coisas, aproveita-se, quais visitas importantes, para limpar, arrumar e arranjar a casa, isto é, pôr a escrita em ordem, dar uma limpeza e porventura uma outra organização aos dossiers e à escrita, formalizar (escrever) coisas que se disseram, que aconteceram mas que não se registaram (por falta de hábito, por falta de tempo ou por simples desleixo);
talvez fosse boa ideia a possibilidade de aproveitar estas limpezas para imprimir um outro ritmo e criar outras dinâmicas de trabalho; sempre era uma boa desculpa;
já agora, sabem a quem calhou a conversa que os senhores inspectores querem ter com um director de Turma? exactamente, nem mais...

saudades

há tempos foi publicado um estudo em que se afirmava que muitos professores, se pudessem, deixariam a profissão;
mas também há aqueles que deixaram a profissão, por idade e obrigação, mas que a ela continuam ligados, que não se conseguem desligar das pequenas e das grandes vicissitudes do quotidiano profissional, escolar e educativo;
é o caso de uma amiga, que, atingido o limite de idade, se reformou no início deste ano lectivo mas que não deixa de me questionar de como vão as coisas, de quais as novidades, de saber o que se passa e como se passa na sala de professores, na sala de aula, nas reuniões;
como em todas as profissões e como em tudo na vida, há uns e outros; esta minha colega é claramente fora deste jogo, uma Senhora, onde predomina o bom senso e o saber de longa experiência feito e prova provada que só não aprende quem é burro e limitado na sua visão;
e deixou-me saudades...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

lideranças

o simplex da avaliação, ao remeter todo o protagonismo (será poder?) para as mãos do director irá destacar os processos de liderança que existem ou não nas nossas escolas;
não é de imposição que se trata; nem sequer de negociação do processo, que está seriamente condicionado pelo disposto na legislação;
será, acima de tudo, uma capacidade de gestão, de gerir interesses, de encontrar zonas de consenso, criar pontes, unir e não dividir os elementos que fazem parte da escola e assumir o colectivo por intermédio da acção individualizada do director;
e não será nada fácil...

posição

face à publicação do simplex da avaliação, muita água irá ainda correr; desde a discussão minimamente orientada, à desorientação pessoal, estou certo que um pouco de tudo se registará;
os sindicatos tentarão conduzir as hostes, os animadores de conversa e os fazedores de opinião ditarão as suas orientações, sejam locais seja por esta via (a net), os comentadores continuarão a comentar;
no meio de tudo, a posição de cada professor irá valer, faltar-me-á perceber qual o resultado desta soma, se maior que as suas partes ou se a dividir as partes;
será uma questão de posição...

regresso

hoje sim, é o regresso à plena normalidade do meu quotidiano;
o Benfica perdeu, os clube da terra não ganharam; a escola continua no seu alvoroço normal; temos a visita da inspecção, discute-se a avaliação simplex, cruzam-se ainda festejos e as aulas decorrem dentro do alvoroço típico do regresso...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

apertadinho

depois do almoço de ano novo, passado em família, procuro retomar a rotina e organizar o trabalho;
os objectivos, para este ano, são deveras apertadinhos, deixar-me-ão uma margem de manobra muito estreita; tenho definido período de controlo e verificação;
na abertura de um novo caderno, o 4º na geração dos molesquines, as primeiras folhas foram exactamente para objectivos e prazos e condições de verificação;
falta saber se consigo e como consigo cumprir; tenho consciência que são mundos algo paralelos, aqueles que me preenchem o quotidiano (escola, tese, casa e família) e que o cumprimento de uns, poderá ser interferências no cumprimento de outros;
a ver vamos... dizia o cego da minha terra...

retorno

é o mito do eterno retorno; um eterno regresso ao princípio de quase tudo, é um retorno às possibilidades, à plena consideração que se não foi antes talvez possa ser desta;
e cá estou eu para uma nova saga de ideias, opiniões e escritas;
muda o ano, permaneço com a vontade de escrever...