terça-feira, 10 de junho de 2014

a propósito da fuga

que foram fugas,
nas últimas duas semanas foram duas alunas que fugiram da instituição onde se encontravam e que frequentam a minha escola; não foram as primeiras, não serão as últimas;
fogem também da escola;
pergunto eu, que estratégias montar, que metodologias definir, que ações se poderão implementar para gerir estas situações, ajudar e apoiar estas alunas?
é certo que é uma situação algo particular de um contexto,
é também certo que existem casos destes um pouco por todas as nossas escolas;
não serão crianças institucionalizadas, serão apenas crianças que gostariam, terão a pretensão de querer fugir;
fugir à escola e à sala de aula em primeiro lugar, ao que ela significa de normalização e obediência, de uniformização e de regra;
fugir ao seu contexto que consideram, para o bem e para o mal, como o seu destino; como se estivesse definido, como se o recusassem na sua fuga, como se fugissem de si e ao seu destino, como se ele não fosse determinado ou determinante;
fugir a um espaço e a um território que é memória e futuro, que é tudo e não é nada para aquelas crianças; mas que, na sua simplicidade e ingenuidade de criança sente que as constrange, as prende e condiciona;
qual o papel da escola neste contexto?
de uniformização?
de regra e obediência?
de transtorno e fuga?
de construção e de discussão?
de submissão e missão?
de quê, afinal...

Sem comentários: