segunda-feira, 2 de junho de 2014

liberdade de escolha, de participação e de pensamento

uma das minhas entradas mais lidas e vistas nos últimos tempos é claramente política e destaca a minha opção de apoio a António Costa, é o futuro que se define, chamei-lhe eu;
por altura em que há manchetes com a crise do ps, a dança das cadeiras ou a guerra dos tronos (gosto particularmente desta última) talvez seja interessante dizer porque estou com a. costa - sem ser em tons de justificação;
como militante do partido socialista tenho tido, desde os idos anos 90 do século passado, uma assumida liberdade de estar, pensar e agir; vai daí e já fui conotado com muitos, chamado e apelidado de outros tantos e considerado no binómio bestial e besta;
obviamente que percebo a posição daqueles que são e pertencem a outros partidos, para esses sou bestial, mais não seja por que digo o que penso, critico internamente os meus e sirvo, nessa perspetiva, como argumento justificativo para muito;
como percebo a posição dos socialistas do distrito onde, relativamente à minha pessoa, oscilam entre algum reconhecimento com outro tanto constrangimento, ou simplesmente por me tolerarem sem me suportarem; vai daí e assumi lugares que alguém considerou que não ficaria mal, como também me dispensaram sem mais, apenas porque penso por mim e me atrevo a dizê-lo; e há quem pura e simplesmente não me suporte, dentro do ps, exatamente porque não controla a minha pessoa, não sabe com o que pode contar comigo;
e aqui há uma grande, mas mesmo muito grande questão da qual não abdico, mais não seja por uma mera questão de coluna, a de pensar por mim, a de me orientar por princípios, valores, ideias e convicções que há muito aprendi, adquiri e interiorizei;
lá por militar e pertencer a um partido não tenho de ser carneirista (apesar de sério admirador de Sá Carneiro), lá por ser militante, não procuro tacho nem protagonismos e menos ainda qualquer forma de poder que não passe por dar cumprimento ao que penso, ao que defendo a uma ideia de sociedade;
vai daí e estive com antónio josé seguro aquando da sua primeira eleição; pessoa que conheço (mas ele dificilmente me conhecerá) desde os inícios dos anos 90, considerei que podia e seria ou deveria ser uma lufada de ar fresco no descomprometimento ao aparelho e na assunção dos princípios socialistas; enganei-me, reconheço e assisti a um claro reforço do aparelho do partido socialista com o argumento de abertura; enganei-me pois assisti a um engajamento partidário em compromissos e acordo por debaixo da mesa em nome da transparência e da clareza;
não sou ingénuo e sei que que as lideranças se constroem por entre contratos ou simples compromissos; sei o que a casa gasta apesar de a minha fidelidade, o meu contrato e o meu compromisso ser comigo e com os meus princípios;
mas estou com a. costa por reconhecer nele, pelo menos neste momento e neste tempo, as condições para abrir o ps ao eleitorado socialista e social democrata, fazer do ps um espaço de confluência, encontro e determinação, mais que um ps de aparelho, de negócios feitos;
posso estar enganado, é verdade, mas sinto toda a liberdade por poder optar e redefinir o meu caminho;
coisa que com a. seguro não tem sido nem possível nem viável;
e não é nem de crise, nem de guerra e menos ainda de tronos que se deve falar, mas sim de democracia de abertura e pluralismo; como muitos outros defendem a realização de eleições antecipadas, apesar da pretensa legitimidade do governo, também defendo pelo menos a clarificação das ondas e das situações internas;
e nada melhor que a clarificação para se saber com o que contamos para o futuro; se a. costa perder fico na minha, à espera de outros modos e de outros tempos, com a mesma disposição e a mesma disponibilidade de hoje, completa, total - e há muitos que não podem dizer o mesmo, mesmo aqueles que são pretensamente grandes ou pretensamente maiores...

Sem comentários: