sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

balanço1

em termos de balanço do ano há duas ou três áreas que considero cruciais no decorrer do presente ano e que se irão repercutir mais além; são áreas que condicionam e estruturam a ação escolar, os desempenhos educativos; são elas, a área legislativa (continua-se a olhar o sistema educativo como uma enorme estrutura político administrativa), a organização e funcionamento da escola (não há cão nem gato que não lhe queira mexer), a estrutura docente (sorvedouro de recursos e muita ineficácia), os impactos nos resultados e nos processos decorrentes de lógicas de eficácia e eficiência (ou seja, a mudança de uma lógica de afetos para uma lógica de mercado);
para este primeiro apontamento de balanço, a estrutura política e administrativa;
no decorrer do presente ano não houve ponta por onde o atual ministério não tivesse pegado e deixado a sua marca administrativa, foi a revisão da avaliação de desempenho, a gestão e administração, o currículo, a avaliação, entre outras; são medidas que irão condicionar a estrutura e funcionamento da escola nos próximos anos, seja por efeitos das medidas de política, seja pela tentativa de adequação dessas propostas, seja na sua implementação; 
por via administrativa, quase sempre área privilegiada da atuação política e ministerial, o sistema muda lentamente de lógicas de funcionamento e organização; mas ao se pretender mudar o sistema não implica necessariamente que a escola mude, e essa não muda, tende à resistência, a conformar-se nas suas zonas de conforto e segurança, dadas por anos de experimentação; resgista-se assim alguma tensão, senão mesmo contradição, entre a estrutura política e administrativa e o funcionamento da escola; não será de escolas de cosmética que falo, mas de desadequação entre estruturas de organização e funcionamento onde se criam tensões e contradições; tensões que irão durar e perdurar por muito mais tempo; 

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