quinta-feira, 29 de agosto de 2013

o tempo

acrescento, com toda a impertinência que me pode caraterizar, que o tempo é também um grande professor; 
o tempo molda, esculpe, gasta e desgasta consoante o vento, o sol, as correntes de calor, as estações do ano, o uso que fazemos e que damos às coisas; 
o tempo escolhe, seleciona, divide, separa o trigo do joio; com o tempo apercebemo-nos das coisas de forma diferente, parece que muda o nosso olhar, mas apenas o valor que damos a esse olhar ou ao que olhamos; 
o tempo, entre arquiteto e professor, define espaços de ação e pensamento, condiciona quem somos e o que fazemos, o que queremos e o que desejamos; o tempo faz-nos, como um qualquer arquiteto que define fluxos por onde podem escoar gentes como sentimentos, relações entre espaços, entre pessoas e coisas; o tempo faz-nos, como qualquer memória de um qualquer professor que uma vez nos disse e que nós recordamos como se tivessemos ouvido, recordamos sem saber porquê, que olhamos para trás e percebemos o tempo que temos pela frente; 

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