quinta-feira, 1 de maio de 2014

cortes

pelo que se diz e se sabe, o governo prepara mais cortes ao nível do ensino básico e secundário;
vejam-se as notícias e leia-se o documento;
as normais justificações, quebra demográfica, rede escolar e formativa, racionalização de custos e de proveitos;
quem circula pelas escolas saberá que é difícil cortar mais; o pelo está rente ou, melhor dito, já não há pelo sequer para cortar;
os funcionários esmifram-se, regressaram a um tempo em que eram pessoal de limpeza e onde hoje nem sequer a dimensão de guarda se assume porque simplesmente não há condições para assumir;
papel não há, não fossem algumas câmaras municipais e há muito que os alunos fariam os seus testes na antiga ardósia (preta ou verde, escolha-se);
manutenção está a cargo do desenrasca que ainda existe em cada escola, parque informático incluído; luz, aquecimento (ou arrefecimento);
o quadro docente está remetido para funções e competências dos anos 80, um docente, centenas de alunos, atenção quase nula, seleção (quase) natural dos que se interessam e motivam, dos que têm em casa condições e apoios; ;
recursos técnicos e pedagógicos (psicólogos, terapeutas, assistentes) um a dividir por duas, três ou mesmo quadro escolas, num rodopio frenético destes elementos;
neste processo acentua-se o fosso entre o aluno do litoral e do interior, o rural e o urbano, as condições não são as mesmas em évora ou vendas novas, entre arraiolos e barreiro,
não soubemos e não sabemos respeitar o que outros conseguiram para nós, condições dignas para a profissão, reconhecimento social e profissional de uma carreira, uma escola que apoia e colmata diferenças, uma escola que compensa;
deixámos e estamos a deixar que tudo nos escape, numa apatia estonteante,

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