segunda-feira, 28 de abril de 2014

condições e contradições

na sequência da minha laracha sobre a tecno estrutura destaco aquilo que considero ser o desfasamento entre o pensamento e a ação, os objetivos e as funções do presente escolar;
é certo que raramente se pensa como se deve organizar e estruturar uma escola; aparentemente todas as escolas têm uma estrutura definida, rígida e normativa que decorre da legislação (decretos-lei 75/2008 e 137/2012 que define o regime de autonomia, administração e gestão das escolas;
raramente se pensa que, apesar dessa pretensa igualdade, cada escola se organiza de acordo com objetivos que são próprios, interesses que são particulares, circunstâncias que são individuais, contextos que são intransmissíveis, pensa-se, alguém pensa (e apenas porque convém ou porque dá jeito) que se é assim, assim é e não se discute; nada de mais errado;
as escolas organizam-se em função dos interesses, objetivos e estratégias de uns quantos, sejam eles o diretor, a direção ou quem detém capacidades e possibilidades de influência na decisão; mesmo que esses (objetivos, interesses ou estratégias) não sejam visíveis ou facilmente entendíveis e menos ainda discutidos ou debatidos, não invalida que eles não existam, que eles não marquem presença; estão lá e são determinantes à organização da cada escola e vão ao encontro de uns quantos (interessados, pelo menos);
a grande questão é que, quanto mais opacos e menos discutidos forem os objetivos, os interesses, as estratégias que deviam ser coletivas, mais e com maior preponderância surgem os desentendimentos, as discussões, as chamadas «entropias» ou os movimentos de resistência à mudança; a opacidade, a gestão de uma pretensa confidencialidade da gestão decorre de processos de um antigamente onde gerir informação conferia pretensamente algum poder a quem a detinha; hoje, com as redes sociais, é exatamente o contrário, quanto mais se gere a opacidade da informação se esconde ou omite maiores são os riscos de nada correr bem a quem omite, sonega ou esconde a informação;
são os tempos, e os tempos de muitas escolas permanecem num antigamente pouco propício ao desenvolvimento organizacional e coletivo, quando deviamos estar juntos, discutir juntos, participar coletivamente no encontro de soluções (apesar serem, quase sempre transitórias e pouco fiáveis) e na gestão do coletivo onde todos temos interesse e parte; mas não, é estúpido, mas verdadeiro, continuamos a querer um pai, um poderoso, um chefe, mais não seja para aligeirar as nossas responsabilidades, e é pena que assim seja, estamos a perder tempo, oportunidades e paciência...

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