quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

uma dimensão política


tenho tido cá as minhas divergências com o senhor,  mas reconheço-lhe pertinência na escrita, argucia nos argumentos, agilidade nas ideias e conhecimento suficiente para poder ser desconfiado dele;
é certo que foi passos coelho a prefaciar um dos seus últimos livros, é certo que foi putativo ministro da educação deste mesmo governo, é verdade que até pode estar ressabiado (há tantos por aí); é certo que cruza caminhos que passaram pela fenprof ou por outros que tais com posições mais à direita, pelo menos destes; 
mas a afirmação é, no meu entendimento, da mais simples e clara transparência; 
sempre que, na escola, numa reunião de profes, se fala em política, há logo uns quantos a saltarem da cadeira, a resfolarem o cu pelo tampo da dita cuja, a sentirem pruridos por isto e por aquilo, uma qualquer urticária de última hora;
política não, qual quê, vá de retro qual satanás;
santa hipocrisia, como se o pessoal não votasse, como se a maior parte não tivesse estado em manifestações contra as políticas de um ou de outro governo, como se não fizessem escolhas, assumissem opções, definissem, sempre que entendem, o seu caminho; como se não se pusessem na sua missionação evangélica de cariz quase sempre pedagógico; 
viva a hipocrisia daqueles que se distanciam da política educativa e apenas se dedicam à pedagogização das massas; viva aqueles que, ignorantes do seu papel, transmitem a palavra dos governos como se de verdades se tratasse; 
tenho pena que a hipocrisia de um povo não permita que se assuma a dimensão política da educação; aqui, os profes, são comidos como criancinhas ao pequeno almoço pelo lobo mau; 

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