quinta-feira, 16 de maio de 2013

memórias do futuro recordando o adamastor

somos quase sempre uma combinação entre o que fomos, a nossa memória, e aquilo ou aqueles com quem estamos, o nosso presente; somos nós e o nosso contexto...
entre memória e presente aliam-se competências, saberes ou, como disse o poeta, conhecimento de experiência feito; recentemente escrevo e defendo, à luz de uma sociologia da acção pública, a aliança entre conhecimento e acção, uma dimensão cognitiva e uma dimensão social; contudo há que saber evitar dicotomias, sentidos estritos e restritos do que somos ou do que queremos ser; os tempos não se compadecem (alguns interesses sim) na disputa entre opostos e aparentemente contrários, como sejam o nacional e o local, o normativo ou o cognitivo, a indução ou o dedutivo, o macro ou o micro, o saber ou o poder; há que os considerar a todos, como se de um retorno a antes da revolução (1789), a antes das luzes e conseguirmos aliar pensamento e acção ir ao encontro, para todos os efeitos, da afirmação popular que não há uma boa teoria sem uma prática, nem prática que não tenha uma boa teoria; 
os tempos que correm, ao nível da escola e da educação, mas não só, precisam que os repensemos,  que sejamos capazes de combinar pensamento e acção, sejamos capazes de ultrapassar modelos e pensamentos fixos, pré-conceitos ou estereótipos sejam eles quais forem, até de nós mesmos que nos pensamos assim e somos assado; precisamos de voltar a pensar a escola e a educação como um todo, evitar compartimentações ou de segmentar o plural, de saber respeitar e integrar diversidades (de interesses, objectivos, de acção, de culturas, de perspectivas), temos que saber re-construir a escola à luz da articulação entre tolerância, técnica e competências, sabermos ser unos na diversidade e diversos na nossa unidade; temos de ter e assumir uma visão estratégica, que ultrapasse interesses mais imediatos, saber assumir as opções, ir em frente, enfrentar, de novo e com outra tenacidade, ventos e marés, adamastores e fantasmas, o desconhecido porque estamos certos das nossas convicções e, apesar de todas as dúvidas, sabermos ir em frente; temos de saber ser políticos, de assumir a dimensão política que a vida tem, isto é, de escolhermos, de irmos em frente, de enfrentar o desconhecido e saber arrepiar caminho, pois também é sinal de inteligência; 
ser diferente não custa o que custa é ser...


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