quinta-feira, 25 de abril de 2013

onde estava no 25 de abril

na altura tinha 10 anos e terminava aquela que era há altura, a escola primária; 
para mim, na ingenuidade do que pode conter a infância, não deixou de ser um ano normal; fiz os exames finais, para os quais fui todo vestidinho a rigor, inscrevi-me na nova escola, o então ciclo preparatório; 
o dia 25 de abril não deixou de ser algo diferente; primeiro porque não fui à escola; quando acordei lembro-me de sentir algum alvoroço que não era hábito àquela hora da manhã; os meus pais numa qualquer lufa lufa de dúvida, alguma ansiedade; de madrugada bem cedo, tinha ido lá a casa, bater à porta e pedir se o meu pai podia ir à loja e dispensar àquele militar alguma fita para isolar as zonas de intervenção; daí os meus pais saberem o que se estava a passar; 
como não fui à escola, mas os meus pais foram trabalhar, como se de um dia normal se tratasse, andei em cirandas e bolandas entre o largo de aviz e o largo de s. domingos onde era então o quartel general; no meio da correria passava pela praça de giraldo e pelas ruas e ruelas por entre a canalha se escoa como arei por entre os dedos; 
sinceramente não sabia o que se passava, mas gritava e esbracejava como todos os outros adultos que via pelas ruas; lembro-me de andar numa roda viva sem perceber a alegria daquele dia, mas partilhava como se fosse minha, mais não fosse porque tinha faltado à escola;

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