quinta-feira, 23 de agosto de 2012

profissionais

há dias, vá lá saber-se do porquê ou do para quê, surgiram notícias, comentários e opiniões sobre o ensino profissional; 
foram situações que destacaram a "aposta" (não resisto às aspas) na área do ensino profissional, às fontes de financiamento para suportar cortes e restrições, comentários de ex-ministros sobre o valor e o mérito de tais cursos;
algumas interessantes diga-se; deixei seguir a conversa para perceber alguma coisa; não percebi muito pois, ao contrário dos fogos de verão, apagou-se rapidamente;
contudo das conversas retiro duas notas:
temos, desde a reforma de veiga simão, nos idos anos 70 do século passado, uma ideia, porventura adequada ao tempo, muito provavelmente desadequada ao presente, da pertinência desta áreas, de como foram úteis a muitos que, não seguindo estudos, "agarraram" uma profissão; não questiono nem reclamo da sua pertinência, destaco apenas a memória como elemento das políticas educativas; é de memória que são feitas muitas das políticas, como sejam a defesa e a gramática do rigor, da exigência, da necessidade de aposta no 1º ciclo, nisto ou naquilo, desta ou daquela forma; 
segunda nota, todas as áreas e ofertas formativas são adequadas e interessantes, desde que contextualizadas a muitas variáveis - interesses, objetivos, preocupações, necessidades, recursos (dos alunos, das famílias, do concelho ou do local, da escola, da economia); importante é não olharmos a formação, pelo menos a inicial e ligada à escola, como instrumento de emprego ou de empregabilidade como alguns gostam de dizer; forma-se para o mercado de trabalho, não para um emprego ou trabalho específico, forma-se para um futuro e não para o presente; 
foi pena a conversa ter-se-esfumado na areia do desinteresse;

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