quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

problematizando

desde de antes do natal que ando a querer comprar dois títulos que me fogem por entre os dedos; pela minha cidade não os encontrei, apesar de alguma insistência; pela capital entrei numa das grandes livrarias e acabei por sair com um terceiro (e sem os dois que procurava) que nem sequer me lembrava dele, apesar de o ter visto, há tempos atrás, num escaparate; 
já o percorri quase de ponta a ponta; VMG não necessita de apresentações, para quem é de história e aprendeu, nos bancos da universidade, o que eram os complexos histórico-geográficos, entre outros argumentos que trouxe à interpretação do processo histórico nacional, longe, muito longe, dos ditames de então; 
neste livro, entre ensaio e sebenta, mostra que, ao contrário do que nos querem impor, o presente não tem nada de "natural" nem de destino incontornável; são fatos e dados construídos com intencionalidade e propósito, é certo que nem sempre conhecidos e menos ainda reconhecidos por quem de direito; 
mais do que nos ficarmos pelo fado ou pela impotência incapacitante, há que problematizar, questionar os fatos do dia a dia que fazem e constroem a sociedade para que a possamos compreender, mas também criar alternativas; 
em tempos em que nos fazem crer (é mesmo uma questão de fé que se trata) que não há alternativas - ao despesismo do passado (mas que nos permitiu, depois de todos os outros, assegurar o Estado-Providência, reduzir diferenças sociais e políticas, cimentar a cultura como elemento estratégico), às opções neo-liberais (como se fosse agora, mais do que antes, o fim da história) - é imprescindível re-ler a história e a sociologia para perceber e saber para onde queremos ir...

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