domingo, 4 de maio de 2014

os maus

a avaliação à entrada da carreira não me incomoda;
contudo há um conjunto de situações que se destacam deste processo, onde a avaliação inicial é apenas um ponto do icebergue;
os professores foram vistos e considerados por este governo como um dos grupos sociais a abater; literalmente a abater; preguiçosos, excessivamente valorizados e considerados, horário profissional e funcional de regalia, excessos de vantagens e mordomias, excessivamente bem pagos, em número acima das necessidades, turmas reduzidas, tudo serviu e foi desculpa para atacar, desconsiderar e menosprezar os professores;
é certo que há do bom e do mau no grupo, como, de resto, em todos os grupos sociais; é certo que este grupo não é sociologicamente suporte ou enquadramento do governo ou sequer dos partidos que o apoiam; é certo que até deram e retiraram maiorias a partidos hoje na oposição; é certo que a escola e a classe docente precisa efetivamente de uma reconfiguração (desde logo profissional, mas também social); é certo que os sindicatos e em particular os filiados na fenprof, sempre foram mais coniventes com os governos de direita, mais não seja pelo silêncio e/ou pela omissão;
contudo e enquanto profissional, socialista e defensor da escola pública mas não estatizada sou suspeito, mas considero que os professores não seriam merecedores de toda a desconsideração considerada;
no meio da azáfama deita-se fora o bébé com a água do banho e é pena, perdem-se anos, experiências, culturas, práticas que, apesar de necessária a sua avaliação, algumas são essenciais à escola;

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