sábado, 26 de abril de 2014

das perguntas e das respostas - do diretor e do professor

muitos e em particular nas últimas semanas, quando me encontram me perguntam se concorro ao cargo de diretor de.. e são tantos, agrupamento 2 de évora ou o 3 ou o 4, a viana do alentejo, a montemor, etc, etc;
vá lá eu perceber do porquê, o certo é que gostam e me referenciar como putativo candidato, para não me adiantar muito;
não, não concorro a nada nem a lugar nenhum, gosto de ser professor (daqueles de sala de aula), gosto do meu espaço de ação e de intervenção e não de me sentir condicionado ou constrangido ou cerceado nas minhas ideias ou no meu pensamento; por incrível que possa parecer a muitos, sou pessoa de equipas e não as tenho longe de mim, nem as reconheço apenas nas amizades ou no contexto mais social;
enquanto «simples» docente tenho tempo para ler o que gosto, para escrever larachas e banalidades, para divagar e estar com os meus filhos;
ser diretor nestes tempos é ter menos espaço de manobra e de ação que um qualquer reitor nos tempos de antigamente; ser diretor agora é simplesmente cumprir sem questionar, eu que gosto de interpretar e de (re)criar; ser diretor agora é ser galo sem poleiro, rei sem roque, beijo sem amasso, não muito obrigado;
é certo que gosto da gestão das escolas, é certo que já concorri a uma (e fiquei entaladinho no meio de pretensos acordos entre pc e psd, bem feita), é certo que até pensei concorrer à «minha» escola, a gabriel pereira (lá andei como estudante, lá fiz a dissertação de mestrado e foi campo de investigação na minha tese de doutoramento), desisti quando me apercebi que tudo quanto é gato quer ter uma palavra a dizer nesse processo, quando se negoceia a coisa entre pessoas que nada têm a ver com a escola ou com o agrupamento, quando gente de partidos se move e movimenta por entre interesses e objetivos na gestão dos parcos poderes que por aí existem, quando coisas da fé ou da cozinha se misturam com pedagogia e didática sinto - e senti - que estava claramente a mais, que a coisa não é para mim;
talvez um dia, quem sabe;
(imagem tirada daqui)

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