quinta-feira, 8 de agosto de 2013

públicas virtudes, vícios privados

esta do cheque ensino é coisa que já tem alguns anos e o cds/pp persiste e insiste em afirmar na opinião pública através das opiniões publicadas; muito provavelmente inserir-se-á na nova estratégia do segundo fôlego dos ministros do cds; 
depois da crise, depois das sondagens que remetem o cdps/pp não para um táxi mas para um smart e na ausência da senhora ministra da agricultura, é a vez de mota soares e pires de lima serem os cronistas das novas dinâmicas políticas; o primeiro marca presença assídua nas notícias, o segundo descobre, algures no ministério, verbas avultadas para o incentivo à economia; o psd que se cuide; 
sem mais ministros, são os secretários de estado do cds/pp que, mais insipidamente, com menos destaque e quase completa ausência mediática, procuram atirar milho aos parvos;
é o caso do cheque ensino; não tenho grande dúvidas que há gente, muita gente, de quase todos os setores políticos e partidários, que defenderá acerrimamente o cheque-ensino; não é o meu caso; 
primeiro porque manifestamente acentua as diferenças entre quem tem possibilidades de escolha e quem não as tem; neste contexto, o cheque ensino apenas irá reforçar as capacidades e condições daqueles que já hoje têm possibilidades de escolha; 
segundo, a estrutura da rede educativa ao permitir a total liberalização da escolha da escola pela família não se coaduna com a possibilidade cerceada às escolas públicas de definirem o seu orçamento, recrutarem os elementos necessários ao seu projeto - e não necessária ou exclusivamente docentes, de implementarem as suas opções e orientações; neste contexto, há uma clarissima desigualdade de oportunidades; 
terceiro, em nome da concorrência, da eficácia e da eficiência do sistema educativo, em particular da escola pública, valorizo mais a delegação de competências pelas diferentes estruturas educativas da escola, conselho geral, conselho pedagógico, direção e, mesmo, conselhos municipais do que a liberalização das escolhas, sempre limitada a zonas geográficas já de si privilegiadas, privilegiadora de quem já tem privilégios; 

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