sábado, 3 de agosto de 2013

de laracha em laracha

continuo a escrever as minhas larachas, despreocupadamente, sem receio do controlo de uns e de outros, do medo que padrinhos e madrinhas me procuram impingir; já me fizeram de tudo, já me trataram de quase todas as maneiras possíveis - com particular destaque para modos abaixo de cão; umas fingi que não percebi, outras não percebi mesmo, outras joguei com o gosto da hipocrisia; já trataram a esposa assim e a assado, qual mafiosos que jogam com a família; por quase tudo passei e passamos; resisti com a família, com os meus, que sempre foram inquestionáveis e inamovíveis nos afetos; 
continuo a dizer as minhas larachas, certo que poucos me entendem, raros me percebem, outros nem me conhecem; mas é um prazer de escrita perceber os contornos aqueles que se movimentam nas sombras, nas zonas de penumbra que eles próprios criaram; gostava de perceber as razões das movimentações, de tratarem a gosto aqueles de que gostam e a desgosto aqueles de quem não gostam;
dá para perceber que é a oposição a quem resiste ao pensamento único, a quem sai do carreirinho formigueiro; hoje, no expresso, nem de propósito, uma afirmação bem interessante:
é verdade, a natureza humana não muda, apenas os modos se alteram. A liberdade de expressão ainda é entendida como a possibilidade de o outro dizer o que cada um gosta. Quando tal não acontece, quando se sai da cartilha, há uma alcateia de lobos disposta a trucidar o incauto. Fazem-no em nome de um princípio, de uma ideia, de uma verdade, e acham que esses nobres fins justificam a ação. Mas não era isso, palavra por palavra, que diziam inquisidores, fascistas e comunistas? (henrique monteiro, expresso)

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