segunda-feira, 27 de maio de 2013

como o tempo, as alterações do hu/amor

ele havia tanto para que não se escrevesse ou se dissesse nada; 
outros, mais atroantes, dizem e escrevem aquilo que reconheço para mim:
Uma completa desmotivação, uma forma elegante de referir uma invisível greve de zelo, atravessa o Estado e a sociedade, resultado da perda de tónus social que vem do empobrecimento. Funcionários públicos aviltados que quereriam fazer greve, mas sabem que vão ser as "chefias" a decidir quem vai para o Sistema de Requalificação da Administração Pública, nome orwelliano para o despedimento
e ele há por aí tanta coisa digna de se pensar e, melhor ainda, de se escrever; por aí, por onde nós andamos todos os dias e não por aquilo que outros replicam como se de novidade se tratasse; coisas nossas, de nós e sobre nós, que nos dizem directamente respeito, que nos interessam e mexem com a vida de todos os dias; 
sejam eles os silêncios de uns que nada dizem sobre o silêncio dos outros, coisas de nada que ninguém escuta e alguns rotulam de normal, como se a normalidade não fosse ela também construída, um constructo político e social; a nomeação de uns, a indicação de outros, coisas que parecem novas e que são velhas agora que olhamos para trás e percebemos os percursos feitos, o dedilhar das cordas que ainda não percebo se da viola que nos dá música, se do bonecreiro que anima o final do dia; 
ele há por aí tanta coisa que mais vale o silêncio e só há silêncio porque alguém faz barulho...

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