ontem, durante a ocorrência que conduziu à demissão do primeiro-ministro, estive ausente, só pude apreciar os comentários e as análises em segunda mão;
entre a rádio que troava no carro e os apontamentos televisivos, ficou-me, reconheço, um traço de pena;
pena por ouvir comentarista, alguns de renome, outros que aprendi a ouvir, a tecerem as mais infames considerações sobre o trabalho político, o debate parlamentar, a democracia;
como se a democracia atrapalha-se a análise jornalística, interferisse na crise, condicionasse as opiniões;
tive pena ao ouvir um senhor na antena 1 a dissertar as mais levianas e idiotas considerações sobre aquilo que se tinha passado na assembleia da república, e não foi a saída do primeiro ministro, nem os apartes de um ou de outro deputado, foi mesmo sobre tudo e sobre todos, como se, em crise, a democracia devesse ser suspensa;
é pena...
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