segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

avaliação

a avaliação do desempenho docente foi, desde o seu início, um pau de dois bicos;
tanto serviu para (tentar) credibilizar e legitimar uma profissão que até então tinha uma avaliação de faz de conta, como serviu para a disputas de territórios entre sindicatos e tendências mais ou menos organizadas;
causa ou consequência, vá lá saber-se, o certo é que descambou na revelação daqueles que são mais papistas que o papa e, vai daí, se ter complicado o que já de si não era nem é tarefa fácil;
aparentemente todos ou quase, afirmarão a defesa da avaliação de desempenho, reconhecendo que por seu intermédio se valoriza uma profissão; todos e aqui são mesmo todos, afirmam a necessidade de rever procedimentos e modelos, estruturas e orientações;
e aqui corre-se o risco de se cair no contraditório, se são dadas excessivas orientações, limita-se o exercício das autonomias e o livre pensamento de cada escola; se elas não são dadas e é consignada à escola espaço para pensar a sua acção, fica-se no vazio legislativo e na desorientação burocrática;
é uma claríssima evidência das contradições que hoje vivemos na educação e não só, o confronto entre um modelo em desaparecimento, o francófono onde assentava toda a estrutura da educação, e preceitos mais saxónicos, impostos por modas e políticas;
sair do imbróglio não será tarefa fácil, mas continuo a defender que devem ser definidas as orientações nacionais e deixados os espaços necessários para que professores e outros possam definir a sua acção;

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