quinta-feira, 26 de agosto de 2010

teimosia

ainda ontem, no âmbito da manifestação o senhor presidente do município de arraiolos dava conta da teimosia do ministério da educação no âmbito do encerramento das escolas;
teimosia, pois é, na minha terra diz-se que nunca há um só teimoso;
a teimosia do senhor presidente da câmara de arraiolos mais se parece com um peixe fora de água a debater-se por ar, por alguma razão que o alimente na sua ineficiência, ineficácia e incompetência;
e ele bem que esbraceja...

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma escola que fecha mata uma aldeia ou acelera o inevitável?

Em teoria, tudo foi acautelado. Depois do encerramento de 2500 escolas com menos de 10 alunos, numa primeira fase, o Ministério da Educação (ME) e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) acordaram que a decisão de fecho daquelas que têm menos de 21 crianças, este ano lectivo, teria de passar pelo crivo do aval das Direcções Regionais de Educação (DRE) e dos municípios, para evitar "cortes cegos".

É neste contexto que os geógrafos se questionam sobre os critérios de escolha das escolas que vão encerrar. "Não terão sido apenas o do número de alunos e o do tempo de transporte, espero", preocupa-se Fernanda Cravidão, especialista em Geografia Humana da Universidade de Coimbra. E João Ferrão não considera garantia suficiente o cumprimento do acordo entre a ANMP e o Governo. "Até poderia ter algum significado se as DRE tivessem uma visão e uma capacidade de actuação estratégicas e se os municípios administrassem sempre o território com base em planos, numa perspectiva de médio e longo prazo. Mas, infelizmente, isso nem sempre se verifica," avalia.

Um mundo abandonado

A situação é especialmente grave "em territórios de baixa densidade populacional", concordam João Ferrão e Fernanda Cravidão. "Podemos sempre dizer que o encerramento da escola só acelera a morte do lugar, porque a falta de crianças se encarregaria de conduzir ao mesmo resultado em poucos anos. Mas isso só é verdade porque há muito que o Poder abandonou por completo o mundo rural", critica.

João Ferrão frisa a necessidade "de qualquer decisão deste género ser tomada no quadro de políticas multissectoriais de ordenamento do território" e de atender a casos específicos. "Nalgumas situações o desequilíbrio provocado pelo encerramento de uma escola pode ser fatal para um trabalho de anos, feito a nível local, contra a desertificação", alerta.


O presidente da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, Jorge Pulido Valente, não pensa o mesmo - há anos que luta "para manter vivo um território que está no limiar da ruptura por falta de população", reivindica."Como presidente de câmara de Mértola cheguei a promover o fecho de algumas escolas, mas para fortalecer localidades vizinhas rurais", explica o socialista, hoje presidente da Câmara de Beja.

Jerónimo Lóios, presidente da Câmara de Arraiolos e um dos autarcas que protestam contra o encerramento de escolas, tem a mesma perspectiva. E em relação à escola básica de Santana do Campo diz: "Pode parecer insignificante, mas se as nove crianças saírem deste lugar, deixam de almoçar com os avós, que por sua vez já não farão compras no comércio local, que acabará por definhar".Ao Governo, o autarca de Arraiolos propõe que se transfiram para aquela escola ("que tem resultados nos exames acima da média nacional") "algumas crianças da sede de concelho". Mas, a tendência não será aquela, acredita Fernanda Cravidão, que diz não duvidar que "o próximo Censos mostrará que as sedes de concelho estão a provocar um efeito de sucção da população rural". A verificar-se, o resultado será a criação de "vazios cada vez maiores" no território - uma situação difícil, para não dizer impossível, de inverter", alerta João Ferrão.