sábado, 7 de fevereiro de 2009

lógicas

o movimento de contra-reforma nacional, esse mesmo que marcou a reacção da igreja católica aos movimentos de separação e contestação ao longo dos séculos XVII e XVIII, deixou marcas insalubres na nossa sociedade que ainda hoje criam pseudo lógicas de pensamento;
uma das medidas procurou assegurar a compartimentação dos grupos sociais, num período em que se insinuava alguma "promiscuidade" entre os grupos e se fazia sentir alguma mobilidade social, particularmente ascendente, decorrente do crescente peso da burguesia;
esta compartimentação foi ao ponto de assegurar que cada cada um permaneceria nas suas origens e assim se condicionou o vestuário, bem definido e regulamentado de acordo com o estatuto social, que quem era rico assim permaneceria, mesmo já não o sendo e proibindo a ascensão daqueles que, por razões diversas, o conseguiam fazer;
não é de História que falo, ainda hoje esta lógica se inculca no pensar nacional mediante a crítica de quem subiu na vida e vê apoucado, criticado quando não mesmo rotulado de muitos nomes e prevaricações apenas por que ousou deixar as suas origens;
permanece, de algum modo, instalado no pensar nacional que ricos são apenas os ricos e que os restantes se devem confinar ao seu espaço de origem, não lhe permitindo a ousadia de daí sair; e não são poucos os casos, desde o comerciante que fruto do seu trabalho subiu na vida, ao político do interior que ousou desafiar poderes instituídos...

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