sábado, 30 de maio de 2009

treta

ontem, na minha cidade, tive oportunidade de ouver a conversa da treta;
não direi brilhante, hoje não estou pr'ái virado, mas profissional q.b.;
prova provada que a minha terra tem palco para muita coisa (particularmente conhecida) e que a doença pode ser um empecilho mas não um contratempo;

vozes

Há muitas vozes (musicais, pois claro) que me marcaram;
fazem parte de mim, de uma consciência musical e pessoal, de um tempo de construção e de afirmação;
a propósito do rumble fish, que deixei em entrada anterior, fui recuperar esta voz perfeitamente incaracterística para o rock, a de Tom Waits;
ouvi-o, nos idos 80, quase até à exaustão; adorei vê-lo ao vivo e foi/é uma das razões de eu adorar a Irlanda;

coisas

se há coisas que me afectam na profissão é pensar o que poderia/deveria ter feito com aquele aluno;
enquanto docente, sinto-me muita vezes incompleto perante o meu trabalho; situações em que podia/devia ter dado mais atenção, circunstâncias várias que deveria ter levado em consideração e coisas que tais;
mas, essencialmente, o que me incomoda (ia dizer o que me irrita) foi pensar que a minha geração, os nascidos em 60, tinham condições e capacidade de dar volta a um sistema iníquo, arbitrário, selectivo e darwinista;
contudo, rapidamente se enquadraram e acomodaram ao sistema e começaram não apenas a legitimá-lo como a justificá-lo; hoje, esses mesmos nascidos em 60 e mesmos os depois, fazem parte do sistema e acabam por ser o sistema - apenas interessa a mediania, a concentração e atenção vai para o aluno interessado, participativo e colaborativo, para as turmas que deixam que o docente defina regras, imprima ritmos e defina dinâmicas;
ainda não senti chegarem à escola aqueles que se preocupam com todos os outros, sejam eles quais forem, de interesse divergente, de ambição do dia, de sentimento imediato, de disputa;
enquanto estes não chegarem às escolas, o sistema mantém-se, assente na rotina de um quotidiano feito de repetições sucessivas...

mágoas

depois de alguma hesitação, em face da consciência perante as leituras mais obrigatórias, resolvi comprar estas "mágoas da escola";
apetece-me catalogá-lo como brilhante; não o faço apenas para não destacar aquilo que pode ser considerada a valorização do herói-anti-herói, tal como, há anos atrás, o filme "rumble fish" onde os heróis são exactamente as suas antípodas;
contudo, considero o livro deveras interessante;
não estarei muito errado se pensar que as vendas no nosso país não chegarão aos calcanhares de outros lados;
no entanto, há um destaque que retenho e que decorre da sua leitura;
o futuro não pertence apenas aos bons alunos, aos alunos interessados, participativos e assertivos; não pertence apenas àqueles que estão enquadrados na mediania ou se sobressaem dela; que se destacam pelo enquadramento pessoal e familiar;
o futuro, qualquer futuro que seja, também pertence ao mau alunos, ao aluno rotulado de difícil, desinteressado, alheado, indiferente, que não se revê no processo de escolarização;
para o que qur que seja, este mau aluno também pertence ao futuro, também tem um futuro;
e, nesta perspectiva, o livro mais não é que uma chamada de atenção aos professores para todos aqueles alunos que, nesta altura, são rotulados de impossíveis...

bestial

de bestial a besta para mim tem sido quase sempre um passo relativamente fácil e relativamente curto;
e isso nota-se pela passagem por este meu espaço de divagações e de coisas de nada;
quem de direito, a minha chefe, pois claro, em tempos era adepta fervorosa de blogues e passante assídua deste meu cantinho;
agora diz que nada tem de interessante;
curto o passo que me levou a passar a bestinha...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

noite

finalmente estou na companhia do cão e de muitos mosquitos e melgas e outros objectos voadores;
a noite está esplêndida, e aproveito-a para experimentar, este ano, em trabalhar fora de casa;
coisas da tecnologia, em que nos é permitido trabalhar em qualquer lado;

primus

isto de se organizar uma reunião e distribuir tarefas e trabalho, permite aferir, com alguma perspicácia, qual o papel e o valor que se atribuem aos colegas de trabalho, sejam pares ou subordinados;
a economia de uma reunião, muito trabalhada nos anos 80 no âmbito da sociologia das organizações, permite ver onde incidem os pontos de valorização, aquilo que aparentemente parece contar mais, as preocupações inerentes, para além da mera retórica profissional;
nas escolas, onde se trabalha entre pares e as relações de autoridade são mais horizontais, também se faz notar esta particularidade;
e fiquei recentemente a perceber que a consideração e o papel atribuído aos colegas está de rastos, que a preocupação é essencialmente funcional e formal, que apesar da retórica da centralidade do aluno o que interessa é ocupar, dar trabalho aos professores, não interessa (?) qual ou quais os seus resultados, que sobra gestão onde falta administração, que simplesmente não há autonomia pois não se assumem responsabilidades...
repito-me, cada um tem o que merece, pois claro...

trabalheira

bem, isto de final de ano lectivo tem que se lhe diga;
chega-se ao fim desejoso do fim, de finalmente se poder aliviar um pouco a carga de trabalhos inerentes a um ano lectivo - e é difícil, para quem não é docente ou a ele não está ligado, perceber esta afirmação, mas é verdade;
contudo, chegados praticamente ao fim, falta o quase, sou confrontado com sentimentos contraditórios;
quero acabar pois estou exausto; por outro lado, face à quantidade de trabalheira que alguém inventa, mais me apetece continuar, pois só de pensar na quantidade de relatórios quase me dá um treco...
ele há coisas que são mais papistas que o papa, ou será papisa?

moenga

as estratégias de motivação e envolvimento/participação dos alunos são cada vez mais complexas e difíceis de imaginar;
hoje, em sessão do CEF uma acção sobre a web2.0; coisas que todos usam, apenas para ajudar à sua compreensão e orientar, criticamente, a sua utilização;
atão não é que foi uma seca para a maioria?

usar

apesar da idade não aprendo e insisto e persisto nos mesmos erros e defeitos, o de acreditar nas pessoas, na sua vontade;
ajudei, quem de direito, a aceder ao patamar do poder, ao qual há anos tentava e não conseguia; colaborei na definição de estratégias, na implementação de metodologias, participei em discussões e debati ideias sobre a reorganização da casa;
fui útil, para objectivos e propósitos que eram pessoais; fui e estou encostado à prateleira, apenas à espera de sair, agora que os fins estão alcançados;
e não fui apenas eu, outro(a)s assim se sentem, com maior ou menor consciência;
ressabiado? não, os meus objectivos de curto e médio prazo não passam pelo poder, menos ainda pela gestão da escola pública; passam por ajudar a pensar e implementar uma dada ideia de escola pública;
foi usar e deitar fora... tenho pena, pois tudo continuará na mesma, por muito que a quem de direito possa parecer que não...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

chá

há pessoas que, em nome institucional, manifestam uma clara falta de chá, ou será apenas o assumir da valorização de uns e outros;
a pretensa equipa de apoio às escolas, da minha direcção regional, no âmbito do 75/2008, coloca questões a quem não deve, pede informações descabidas e não pensa aquilo que escreve, ou talvez seja apenas não ler o que alguém terá escrito;
é um desacerto absoluto, que apenas me dá a oportunidade de escrita...

marfim

as torres dos chefes são, quase sempre de marfim;
distantes, brilhantes, isoladas;
reluzem ao longe, brilham ao perto, mas não é luz própria que reflecte...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

flores

perante este comunicado e para além de tudo o que te sido escrito sobre o meu glorioso, apenas me apetece perguntar, será que alguém tomou juizo por bandas daquele lado da 2ª circular?
espero que sim, Jesus sem Flores não dá...

já agora

não tenho entrado em determinadas questões ou discussões por clara opção pessoal;
seja a da discussão sindical, seja a de alguns temas que, fruto mais de mediatismo social que de pertinência educativa, se fazem valer nos últimos tempos;
mas este artigo, sobre as questões da educação sexual, merece-me um comentário;
as questões em redor da educação sexual não são novas, ainda que o possam ou o façam por parecer; o primeiro diploma sobre o tema data de, imagine-se, 1984, antes da lei de bases, antes de qualquer maioria, antes de qualquer problema de índole social e colectiva;
restringir a educação sexual à distribuição de preservativos ou à definição de meras regras de conduta social, é redutor e limitador do papel que a escola pode e deve ter face a estas questões;
direi mais;
estas questões mais não são que um revivalismo, por ventura pós-moderno, daquilo que a educação nova e todo o período da primeira república procurou incutir (veja-se a tese de Jorge do Ó), salvaguardados os contextos e os pretextos;
o problema essencial é que se discute sem grande noção do relativismo histórico, como se estivéssemos a descobrir o tema agora...
e não estamos...

salto

não tinha percebido do porquê, mas o meu contador de passantes deu conta de algum salto nestes mesmos passantes;
estou habituado aos mesmos de sempre, amigos ou simples conhecidos, um ou outro curioso que por pesquisa ou palavra-chave, aqui vem parar;
mas, recentemente, dei conta que o número de passantes não se podia ficar por esses mesmos, os habitues;
pois é, dei conta que pela minha escolinha há quem me leia e divulgue;
nada do outro mundo, pois escrevo para o mundo e, de quando em vez, o meu próprio mundo passa por aqui...

cumprido

hoje, primeiro dia das minhas obrigações impostas, lá estive de volta da minha tese o tempo que me impus;
compensa sempre, senti, mediante leituras e revisão de escrita, que se anda sempre um pouco mais, mesmo que seja a passo de alentejano, ou de caracol, mas anda-se;
são ideias que sobressaem daquilo que está trabalhado, outras perspectivas ou simplesmente outros modos de ver a coisa...
será de insistir, pelo menos até que o cansaço ou as simples obrigações do quotidiano me impeçam de mais...

domingo, 24 de maio de 2009

reinvenção

nada se cria, nada se perde, tudo se transforma, uma das leis da física (ou será da química?) que não ficariam rigorosamente nada mal no jazz; particularmente com Miles Davis;
a sua recriação de coisas clássicas, a apropriação da tradição e a sua reconstrução à luz dos anos 60 e 70 foi, apenas, um prodígio;
naqueles anos quebrou tabus, ultrapassou pré-conceitos e recriou o som original do jazz; ao ouvir M. Davis, tanto podemos pensar que se ouve o som típico do jazz, na continuidade da tradição, como que dizer que é a vanguarda, tantos foram os adereços que lhe acrescentou; uma particularidade que marca este compositor, apesar do centralismo da qual nunca abdicou, todos os outros (instrumentos) quase que ganhavam centralidade, destaque particular, e não apenas a sua pessoa ou o seu trompete;
com algum orgulho, tenho toda a sua discografia;

tempo


está decidido, não sei se será cumprido (as moengas quotidianas são tantas, o cansaço bate tão forte, são tantas as outras preocupações e afazeres), mas está decidido;
tempo a dedicar ao trabalho de tese, obrigatoriamente uma média de 90 a 120 minutos por dia, dê por onde der, aconteça o que acontecer;
não me interessa se são leituras digitais ou reais, se em dispersão de revisões de escrita, se na tentativa de construção, se apenas em transcrição de actas ou de entrevistas;
o certo e decidido é que tenho de dedicar algum do meu tempo a esta coisa, de modo a evitar a sua eternização;
dê por onde der... a ver vamos, assim diz o cego da minha terrinha

negrais

manhã passada com o sogro em voltas e reviravoltas;
coisas boas, uma amena cavaqueira de distâncias cúmplices e um almoço na tia Alice, em Negrais;
há tanto tempo que por ali não passava que foi para mim, como a primeira vez...

sábado, 23 de maio de 2009

Fórum



para conhecimento e, se assim entenderem, participação;
mais informações e ficha de inscrição, aqui;

sexta-feira, 22 de maio de 2009

ajuntamento

pensa-se incluir mais uma língua, segunda língua estrangeira, no 2º ciclo;
aparentemente é uma boa notícia; quanto mais cedo melhor, quanto maior o domínio e a proficiência maior a liberdade e as possibilidades;
contudo, os currículos escolares mais parecem um ajuntamento, onde se coloca quase tudo e nada se tira;
a organização disciplinar e compartimentada do currículo tem destas coisas; tirar é crime; acrescentar é mais do mesmo;
e o horário dos alunos mais se parece com o horário de trabalho e uma organização que o futuro não lhes reserva, quase de certeza;

relatórios

ele há coisas que nem quem assina percebe o que assina;
num relatório da direcção regional a dar conta de um acompanhamento às actividades de enriquecimento curricular, de duas páginas, a segunda entra em contradição com a primeira e é notório o corta e cola;
depois, em conversa de resumo face ao relatório, fazem-se sentir as ausências e os silêncios ou os engasgos perante tão caricato relatório;
e depois ainda perguntam para que serve uma direcção regional...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

tempos


via correio circula por aí esta prenda; oportuna...

amizades

tenho alguma pena que a amizade real e natural não seja como nos filmes e, muito particularmente, nas séries televisivas;
nestas a amizade dura e perdura para além de qualquer desentendimento, de conflitos pontuais ou circunstanciais, de divergências, quando não mesmo de excessiva convergência, de interesses e/ ou objectivos pessoais;
depois dos conflitos e dos desentendimentos a amizade, nas séries, termina sempre em amena cavaqueira seja num bar, seja onde for;
na vida real os interesses fazem com que as amizades sejam circunstanciais, fruto de uma qualquer situação pontual, os amigos encontrados apenas por mero acaso e quase sempre de passagem;
ou talvez seja apenas eu...

comentários

os comentários às provas de aferição foram mais do mesmo, iguais a si mesmos, réplicas de todos os anos, como se anos anteriores não tivesse existido;
não consigo perceber determinadas lógicas de comentários, seja pelo facilitismo, seja pela organização;
não percebo se há quem pretenda que as provas sejam de tal modo que poucos as realizem, para poderem ter razão, se apenas é a defesa de uma lógica de quanto pior melhor;
como não percebo o que leva o ministério a não mudar nada depois dos resultados, ano após ano, como se as provas apenas servissem para cumprir calendário...

poder

manifestamente o poder não me suporta, apesar de eu suportar o poder;
de outra forma, as pessoas do poder não gostam de mim, apesar de eu gostar de algumas;
digo eu que será por me recusar à subserviência, ao servilismo simples, ao acríticismo e o poder gostar de todo o seu contrário; há quem diga que será pela minha costela de anarquia organizada; como há quem afirme que seja apenas pelo meu (mau) feitio;
seja por que razões for, tem sido assim na minha vida política e partidária; é assim na minha vida profissional e escolar;
há quem me recrimine de ter apoiado a actual directora e de agora sofrer as consequências de tal facto e por ele ser penalizado;
o que sempre me importou no meio desta relação com o poder é dormir descansado, e isso tenho feito desde sempre...

arredio

por virtude de provas de aferição na escolinha tenho andado arredio deste espaço;
não é por falta de tema, apenas por desvio;
se nem para a brincadeira consigo disponibilizar algum do meu tempo, para as coisas sérias ainda menos...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

festa

festa atrás de festa;
em ano de eleições todos os pretextos são textos para uma festa;
cá pela terra, somam e seguem...
a pão e circo entretinham os imperadores romanos as hostes...

directora

e habemos directora;
foi hoje dia de eleição, em sede de conselho geral transitório, para a nova (mas também velha?!) directora da escola;
tomou-me como apoiante e colaborador, passei, fruto da minha enorme boca, a adversário incómodo, empecilho a evitar;
não espero para ver, fruto da expectativa de mudar de escola, mas serão anos de reuniões e afazeres, numa aparente contradição entre o cargo unipessoal e o contrariar da, disse, desresponsabilização de muitos;
palavras-chaves: projecto, parceria, nós,
muito provavelmente e não apenas para esta minha escola, mais do mesmo...

provas

e lá decorreram as provas de aferição;
para uns avaliam currículos e competências, para outros docentes e alunos, para outros, ainda, coisíssima nenhuma;
reconheço que sou mais a favor de provas de aferição do que de exames, mas isso são outras estórias;
na minha escolinha com a devida anormalidade de quem quebra rotinas e procedimentos;
em dia em que os alunos não podiam circular livremente pela escola, dado o facto de praticamente todas as salas estarem ocupadas com provas, foi o dia em que os funcionários mais reclamaram por os alunos quererem circular dentro e não fora da escola...

domingo, 17 de maio de 2009

impossível

por muito que ambicione e gostasse, ao ver os preços dos bilhetes para o espectáculo reparo que é manifestamente difícil uma família poder desfrutar da cor e da imaginação;
cá para casa e para a coxia barata qualquer coisa como 176€, upa que é nota... ao qual se teriam que acrescentar gasolina e comes :(
ainda não é desta que vou ao circo;

descanso

a mãe descansa, depois de uma noite atribulada de gente que espera a partida;
o filho está entretido com testes intermédios e algum estudo;
a filha divaga entre a televisão e um ou outro livro na preparação da sua prova de aferição de 6º ano;
por mim, recosto-me neste meu cantinho e vejo o mundo passar pelo espaço da Internet;
é um fim-de-semana nas terras do nunca...

sábado, 16 de maio de 2009

génio

não me foi difícil gostar de ouvir Mozart;
por razões e vicissitudes várias há muito, desde a adolescência, que oiço este compositor;
gosto particularmente do modo como improvisa, os imprevistos na sua composição, a irreverência com que parece tocar, a aparente simplicidade da sua música, as constantes variações, os altos e baixos da sua música, o diálogo que tem com o ouvinte;
são muitas as referências que fazem com que seja um génio; em final de dia, ou em princípio de noite, o prazer de escutar o génio...


chefe

a minha chefe, à qual designo de reitora, raramente sai do seu buraco e quando acontece é sempre de fugida, fruto das muitas atarefações a que um chefe é sujeito;
ontem, porque estava a trabalhar com um grupo de colegas na preparação das provas de aferição, apareceu no espaço onde estávamos, não uma, nem duas mas três vezes...
certamente por afazeres; não disse nada, não comentou, limitou-se a entrar, estar, ainda que à distância, e sair;
certamente coincidências...

caricato

coisas do nosso país...
o sogro cortou um dedo, o dedo médio da mão esquerda, acidente de trabalho; foi ao hospital (em Lisboa), trataram-no e disseram-lhe para regressar três dias depois; assim fez;
tudo a correr normalmente, refizeram-lhe o penso e mandaram-no para casa...
passados dois dias é que reparou que o dedo tapado não era o que tinha cortado, "entraparam-lhe" o indicador quando o acidentado tinha sido o médio...
a família sorriu, houve quem risse, mas ele, manifestamente incomodado, não achou piada...
coisas do nosso serviço público de saúde...

comentários

cá em casa, ao jantar, quando dei conta que tinha tido aula assistida os comentários foram do filho em que numa das suas aulas a professora tinha tido também aula assistida;
dizia ele que queriam era jogar e a professora perdia-se em explicações e comentários, sobre o drible, o passe, o arranque e coisas que tais;
não havia meio de começarmos a jogar;
para alguns altera-se a rotina e redefinem-se procedimentos, para outros é apenas mais do mesmo e a recordar que para o ano não há simplex...

distracção

tive aula assistida e nem dei por isso, não me lembrei;
apenas quando vi o meu colega, avaliador de serviço, entrar e sentar-se e lhe perguntei ao que vinha fiquei a perceber que era mais uma sessão de avaliação;
nada do outro mundo, nada que contrariasse o que estava definido e pensado para aquela sessão;
mas o final foi mais conturbado, pois os miúdos, nesta altura, conseguem aguentar pouco mais de uma hora de trabalho, a partir daí há que improvisar e criar outras estratégias;
mas pronto, fiquei a saber que excelente não terei...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

trabalho

e ontem lá consegui retomar alguma da dinâmica de trabalho talvez subjacente a uma tese de doutorado (como diriam os brasileiros);
organizei alguns elementos de pesquisa, dispersos e desordenados que estavam; inicialmente a preocupação foi recolher, compete-me agora proceder à sua organização;
organização que deu origem a uma escrita descritiva de procedimentos, objectivos e opções de trabalho;
não sei se será aproveitável, os sábios o dirão a seu tempo, mas foi um recomeço, um retomar de hostilidades...

eleições

cá pela terrinha, haja eleições, de preferência todas as semanas, porque ao dia seria excessivo;
porquê? porque é um fartar de espectáculos, uma escolha plural, colorida e diversificada;
ainda a procissão não saiu do adro e já há muito por onde escolher;
entre festas, romarias, feiras e coisas que tais é escolher estilo, autores, grupos ou por onde se entenda;
o Verão vai ser mais fresco, pelo menos de som...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

problemas

a possibilidade das escolas em territórios de intervenção prioritária recrutarem os seus quadros docentes, ou parte deles, é uma ideia algo contraditória com as políticas educativas uninominais e excessivamente pessoalistas que caracterizam, por exemplo, o decreto-lei 75/2008 mediante a figura do director/reitor, assente que está na pessoa e na sua pretensa imagem de liderança;
a contradição surge quando se define que a escola tem de ter uma liderança, portanto alguém que saiba o que quer e como quer fazer numa dada escola, e se recrutam docentes, prontos para todo o serviço sem se alterarem os modos organizacionais de estruturar a escola;
por um lado, atira-se para o director a ideia de organizar a escola, à sua imagem, de acordo com as suas ideias, por outro, recrutam-se docentes com capacidade de malabarismo... afinal onde ficamos...

terça-feira, 12 de maio de 2009

evidência

este um título que mexe fundo com as situações vividas no nosso cantinho, entre circunstâncias da crise e da vida de cada um, num país onde as diferenças se acentuam, as desigualdades se reforçam e a indiferença marca a diferença;
são situações para as quais a política e os políticos persistem em ter quase sempre as mesmas respostas, quando as perguntas são outras e tão diferentes quanto os dias...

mais

as oportunidades de escrita escapam-me por entre os dedos;
olho em redor nesta sala de professores e predomina o silêncio, por vezes confundido com trabalho mas, o mais das vezes, apenas inquietação, cansaço;
faço um zapping pela blogosfera e poucas novidades se encontram; os temas predominam entre o pessoal e o contexto de cada qual;
a imprensa on-line varia entre crises e gripes e algum olhar a questões mais ou menos sectoriais;
parece que não é apenas à minha pessoa que falta assunto ou oportunidade de escrita...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

ventoinha

o PS, pelas bandas do Alentejo, parece uma ventoinha, tanto pode refrescar o ar, como atirar tudo de pantanas;
habitualmente, para o melhor e para o pior, o PS tem sido um partido de confluências, albergando no seu seio inúmeras correntes e posições, tendências e valores que ali se reconhecem;
pelo Alentejo parece que agora se inicia o inverso, a dispersão, a fuga de elementos que bem poderiam ser mais valias socialistas;
a incapacidade de segurar estes elementos, a manifesta pouca disponibilidade para conversar e negociar tem destas coisas;

depois

depois de uma pausa pedagógica de fim-de-semana, entretido que estive com a horta e com amigos, regresso para mais um bate papo;
ou, talvez, simples desabafos de coisas soltas...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

i

apareceu um novo jornal, hoje, nas bancas, o i;
não sei se terá ou se existirão condições de manutenção neste campeonato algo predador de anúncios e consumidores, informação e notícias;
mas gosto particularemente da sua apresentação, pelo menos on-line; 
a sua introdução é reveladora da atenção que o jornalismo não pode estar assente nas suas mais tradicionais características, por muito aprazível que seja a sua história, nem se pode considerar vanguarda a transposição do papel para a net; 

fases

todos passamos por momentos, ou fases, da nossa vida uma mais intrigantes que outras, umas mais susceptíveis que outras;
a adolescência, fase atribulada de alterações físicas e emocionais, são um desses momentos onde nos desprendemos de vários cordões umbilicais e, melhor ou pior, bom o mau, ganhamos asas;
mas é uma fase que torna complicada e mui delicada a gestão das relações entre adolescente e pais e professores;
compreender e aceitar este momento cmo transitório é uma forma de ultrapassar as angustias...
mas que é complicado, lá isso é, ainda por cima quando os professores também são pais ou os pais professores...

leituras

um aluno pede-me para que lhe leia, e comente, um texto que terá escrito;
faço-o, é interessante, revelador de imaginação, bem burilado, com lógica e estória;
pergunta-me o que acho; digo-lhe a opinião e retorquiu que a professora não acredita que tenha sido ele a escrever o texto;
porquê, pergunto; 
diz que está bom demais...

quarta-feira, 6 de maio de 2009

monstros

adora o som do sax, junto a um trompete fica divinal;
dois monstros sagrados em melomanias em final de tarde;

espanto

ao trabalhar com uma turma, damos, todos, com a manifesta surpresa que objectivamente faltam 4 semanas de aulas;
foi o espanto geral, que o aperto se aperta mais apertadinho e que o caminho a percorrer é escasso;
mas faz-se...

sabedores

cá pela terra (leia-se escolinha) há quem raramente se engane, raramente tenha dúvidas e seja mui sabedor da sua sabedoria;
uma equipa de trabalho de 7 pessoas consensualiza uma medida e apresenta uma proposta;
uma pessoa diz que a sua interpretação é que é a correcta e que todos os restantes estão a interpretar mal;
pois...
seja...

terça-feira, 5 de maio de 2009

notícias

no âmbito da minha direcção de turma, não há plano que resista ao manifesto desinteresse, não há estratégia que resulte quando não se quer ser ajudado;
tenho dois alunos em risco;
procuro perceber, do lado deles, a sua opinião, as ideias que têm e as circunstâncias que os conduzem a falhar resultados;
falo com os pais (na maior parte dos casos, com as mães), na tentativa de fecharmos estratégias e articularmos procedimentos;
mas, acima de tudo, procuro que não existam surpresas em final de ano lectivo e acautelar todos os passos necessários até lá;
e o período é curto mas ...

ideias

a partilha de momentos comuns, de ideias e de uma quase idêntica situação ou interesse, produz em mim mais efeito que muitas leituras;
a troca de ideias com os meus colegas que se encontram no mesmo barco que eu, cada qual para seu lado, permitiu-me, por um lado, aferir da minha posição relativa, perceber um pouco onde anda o norte; por outro, criar novas ideias, organizar novas etapas;
resta-me agora perceber se me consigo organizar de modo a desenvolver as ideias;
é que escola e tese ao mesmo tempo tem dado buraco, os dias são na e da escola, as noites e fins-de-semana de tese e as horas são poucas para o que tenho de fazer...

domingo, 3 de maio de 2009

ciências

o congresso das ciências da educação deu para perceber um pouco sobre o estado da arte, ao nível das ciências da educação, sobre o que se investiga e o que se produz, as curiosidades académicas ou simplesmente as obrigações das academias;
juntar tudo e todos dá para perceber as diferenças entre academias, entre trabalhos e níveis de abordagem, aferir de um ponto de situação individual e colectivo;
permite, ao fim e ao cabo, saber onde se posicionam aqueles que trabalham esta área ou que simplesmente têm curiosidade sobre aquilo que muitos designam como ciências da educação...

congresso

depois de um fim-de-semana no nordeste de trás-os-montes, é o regresso à planura alentejana;
depois de ouvir falar em Ciências da Educação, é o regresso ao quotidiano escolar e educativo;
não foi uma organização exemplar, mas a gastronomia e a paisagem de trás-os-montes não se ficou pela desorganização e muito menos por mãos alheias;
valeu a pena...

regresso

depois de um fim-de-semana e de mais de mil e quinhentos quilómetros depois, cá regresso, às coisas de todos os tias, ao quotidiano que não largo e que não me larga;
é apenas uma troca de ideias, uma vontade de dizer que estou vivo e que ando por aqui;
seja para o que for...