quarta-feira, 29 de julho de 2009

desnorte

apesar de em férias e em pausa pedagógica, não resisto a entrar nas livrarias e olhar os títulos;
hoje, acabei por comprar um do prof. José Gil, em busca da identidade, o desnorte;
um autêntico martelo na consciência colectiva relativamente aos problemas da identidade e aos processos colectivos de subjectivação dessa mesma identidade...

larguras

nunca imaginei que a banda larga pelos algarves, fosse tão estreita;
afinal não me posso queixar muito da minha aldeia, ainda que no Alentejo, ainda que no interior, o acesso à net, via portátil, é bem mais rápido que por aqui...

125

sol a mais nas costas e dia dedicado ao passeio;
por esta mesma estrada que os trovante tão bem evocaram...

sábado, 25 de julho de 2009

intermitências

que me perdoem as próximas intermitências, as pausas mais ou menos longas;
pausa estival onde vou a banhos mas levo a companhia do meu pc - não me quero desligar, apenas distanciar;
além dos mais os meus amigos também precisam de uma pausa desta escrita e dos meus devaneios...

concorrência

há pouco tempo mudei do serviço analógico de satélite para o digital;
gostei, fiquei com mais opções e ao mesmo valor de antes; valeu a pena;
agora, fruto da concorrência e do aproveitamento de nichos de mercado, preparo-me para mudar de operador e alargar, ainda que não o quanto eu desejaria e menos aquilo que o filho quer, o acesso à net (desvantagens da aldeia);
alargo os serviços e pagarei menos o que compensa ainda mais;
expectativa para ver como irá ser...

anos

aniversário de casamento - e já são alguns;
um dia quente, onde respirar aquecia os pulmões;
amigos e companhias algo diferentes das de hoje; são poucos aqueles com quem me continuo a relacionar - coisas da vida e dos caminhos que cada um percorre;
enquanto eu faço anos de casado outros colocam dúvidas ao passado e vêem incertezas no futuro;
esta é também uma dimensão com a qual constato;
para sempre é sempre muito tempo e, tal como J. L. Borges diria, tudo o que é biológico, e os sentimentos são biológicos pode durar uma hora, um dia, um ano ou uma vida, mas acaba...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

nomeações

um dia depois da tomada de posse a minha directora faz as suas nomeações;
sem surpresas, entre aqueles que descartou e aqueles que nomeou;
dúvida para gerir com o tempo, quanto tempo aguentarão todos os juntos?

brilhosinho

palavras para quê; tá tudo na música;
são sentimentos de amizades; são sentimentos...

conhecer

na minha cidade, Évora, estão espalhados os cartazes do meu candidato;
grandes, fundo encarnado, onde se destaca a sua figura e a mensagem que os eborenses o conhecem;
claro contraponto ao candidato da oposição que poucos conhecem, ao período a que está na gestão do município, ao facto de estar na cidade há quase 40 anos, ao conhecimento da relação entre o complicado e o atrito com o partido a que pertence;
mas também das dificuldades em contornar a descolagem da cidade, de se demarcar de algumas situações;
falta-me conhecer a equipa para perceber quais as probabilidades...

espanha

férias é isto, não há horário, regras ou percursos definidos;
consoante os momentos e as circunstâncias, as vontades e as possibilidades, assim se opta;
ontem voltinha por Espanha, aqui perto;
fico sempre, ou quase sempre, com a sensação que estamos em desvantagem, sejamos nós os alentejanos ou os portugueses;
é possível encontrar nos supermercados coisas que, pelo menos aqui pela terrinha, não se vêm, as lojas têm lógicas comerciais perfeitamente distintas, a vida é outra;
apesar dos significativos constrangimentos da crise espanhola, a vida, essa, é bem diferente e, permitam-me o juízo, melhor que a nossa...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

nuvens

tenho a particularidade - e talvez o privilégio - de quando gosto de uma pessoa não preciso de a ver ou ouvir para perceber se está de sol ou nublado;
aquele(a)s de quem gosto, basta-me ler ou simplesmente apreciar para perceber como está o tempo;
e há pessoas de quem gosto que fico nublado quando sinto constrangimentos;

esquinas

a minha vida profissional tem sido moldada pela passagem, pelos encontros, entre o casual e o fortuito com muitos dos colegas que tive o privilégio de conhecer;
esporádica e casualmente encontro um ou outro amigo, ex companheiro de escolinha, matamos saudades e recordamos situações e circunstancias;
a minha cultura profissional ficou, desta forma, indelevelmente carimbada;
primeiro, fruto de uma lógica de concursos que nos obrigava a andar de escola em escola ano após ano; depois, fruto de vicissitudes pessoais e profissionais ora estou na escolinha ora a divagar por outras bandas, dentro ou fora do sistema educativo;
são estes dois factores que mais moldaram a minha cultura profissional, o privilégio de ter conhecido diversificadas realidades, contextos e, muito particularmente, as pessoas que fazem uns e outros;
este ano, entre o regresso à escola e o retomar de outros desafios, fico com o gostinho de ter conhecido excelentes colegas, valentes amizades e saber, que um dia qualquer, numa qualquer esquina da vida, nos encontraremos...

formalidades

hoje, na minha escolinha, foi dia de formalidades;
tomada de posse da directora; início das férias e fim de algumas amizades;
entre tudo, procurei passar entre os espaços das emoções e deixar apenas a saudade;
no próximo ano, pelo menos, não estarei na escolinha; a directora tem espaço de manobra;
amizades que fiz ficam agora à espera de uma qualquer esquina da vida para que possa existir reencontro e recordações;
depois são apenas as frugalidades do mundo da educção...

terça-feira, 21 de julho de 2009

incómodo

com todo o pessoal em casa torna-se-me difícil encontrar espaço e oportunidade de trabalho;
gosto de estar sozinho quando trabalho, de modo a que as interrupções aconteçam ao meu ritmo, por minha iniciativa;
com toda a gente em casa, ainda que procurem não incomodar, é notório, na minha pessoa, algum incómodo;
como resultado pouco tenho feito no meu trabalho de tese e sinto, neste momento, que alguns prazos ficam comprometidos...

escritos

coisas que gostava de ter escrito mas que outro o fez e (bem) melhor que eu;
sem desassombro, sem rodeios nem receios que os tempos não são fáceis e os desafios inúmeros;
o que se discute é um misto entre o que temos e o queremos, perspectivas não apenas de um país mas daquilo que consideramos poder fazer;

segunda-feira, 20 de julho de 2009

arrumações

e preparo o fim do ano; arrumo as coisas e crio distância à escolinha;
cumpro as tarefas atribuídas, finalizo relatórios e arrumo os dossiers;
é mais um fim de ciclo para mim mesmo;
a 1 de Setembro não regressarei à escolinha, ficarei restringido a funções administrativas na estrutura regional do polvo;
a ver vamos como decorrerá e como será; os argumentos utilizados foram suficientes para não desviar a cara, mas sei que não será pêra doce, ainda mais internamente;
à escolinha regressarei mais tarde, um dia, pois esse é o meu porto de abrigo...

casório

distante também por festas;
primeiro um convívio pedagógico que foi isso mesmo, um convívio - apesar de na animação da noite haver quem prometesse mais;
depois, no fim-de-semana em casório de familiar; apesar de não achar lá muita piada a estas festas sociais, gosto de observar uns e outros, nas suas fatiotas domingueiras, em passo cambaleante pelo sapato novo, o incómodo da gravata, a conversa de circuunstância, o conhecimento fortuito, o copo a mais;
não deixamos de manter as tradições, apesar de querermos parecer vanguardistas...

distante

estive distante por opção, simples e clara;
não me apeteceu escrever, nem consultar correio, nem ver notícias, nem ler;
apenas ficar distante, sem fazer nada, apenas a sentir o tempo a deslizar por mim, qual sombra de passagem...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

em fim

em fim, ou enfim, vá lá eu entender;
os ares na minha escolinha andam em fim de ano e início de novo ciclo;
para além dos relatórios e dos inventários, perspectivam-se já novos arranjos de horários e turmas, de funções e objectivos;
já me sinto a mais...

avaliação

durante boa parte da manhã antena 1 e rtpn dedicaram o seu espaço de emissão ao relatório da ocde referente à avaliação dos professores;
foi uma maravilha ouvir tudo e todos a opinarem, a dar o seu palpite sobre a questão; dos sindicatos ao secretário de estado, passando pelo mais comum dos ouvintes, eles disseram de sua justiça;
retive um comentário de uma professora que, tal como em eleições, todos fazem a sua leitura e retiram a sua perspectiva;
a mim importava-me perceber qual o reflexo deste relatório no processo de avaliação - ou se é apenas mais papel a juntar ao processo;

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ideias

em alguns blogues sobre a cidade de Évora correm inúmeras ideias sobre a cidade;
pequenos apontamentos, muitas vezes ideias soltas sobre isto e sobre aquilo;
alguns bem interessantes, outros curiosos de perceber como se olha e de onde se olha a cidade;
é esta pequena participação, são os pequenos contributos que têm estado afastados da vida da cidade - desta e de muitas outras, é certo;
houve, é verdade, fóruns institucionais e formais de participação, sobre o plano director, planos de pormenor ou sobre estratégias; não tem havido pluralidade e abertura à participação individual, ao interesse particular; como não tem havido forma de arrumar interesses particulares em face do colectivo, estruturando um modo de a cidade se afirmar;
e esta vai ser uma das dificuldades a tornear na campanha...

complicações

agora, cá por casa, é que são elas;
dois cães territoriais, um pastor alemão e um rafeiro alentejano; jovens e brincalhões e ontem apareceu uma gata, também jovem;
é ver uns e outros a ver quem corre mais, não sei se para se conhecerem se apenas para medirem forças...

amizades

quando crescemos o nosso circulo de amizade tende a ficar restringido ao circulo profissional;
é mais fácil, está-se mais perto, há maiores cumplicidades, há assunto de conversa fácil;
talvez por isso nos seja tão difícil separar questões pessoais das questões profissionais; por vezes, um desentendimento quanto a objectivos, metodologias ou percursos de trabalho não quer significar desacordo pessoal, mal-estar social ou, sequer, que se coloque em causa a amizade;
mas facilmente isso nos acontece, de misturar - bem misturado - as questões profissionais e pessoais e, havendo desacordo num dos lados, existir desacordo ou desentendimento em ambos;
talvez por ser filho único goste de cultivar as amizades, a amena cavaqueira, a conversa solta, o convívio entre pessoas;
talvez por não ser fácil de separar o social do profissional, não me envolva muito, brinque, mas fique distante, me solte mas fique preso;
e hoje, cá por casa, há mistura, forte e feia, de ambas as coisas em ameno convívio soció-pedagógico..

circo

o circo está na aldeia;
daqueles circos pequenos, mesmo pequenos, quais saltimbancos de emoções e alguns risos, constrangimentos e boa disposição;
entre duas ruas paralelas e outras tantas perpendiculares, rapidamente se fizeram anunciar;
uma tenda que mais parece de acampamento, duas ou três caravanas, um jipe de matrícula estrangeira e pronto, eis o circo na minha aldeia...

terça-feira, 14 de julho de 2009

imaginação

passar o dia na escola, entre reuniões e outros afazeres, corta-me a imaginação, cereceia-me as ideias, condiciona-me a escrita;
no meu moleskine é visível a pausa, mental e pessoal, a que progressivamente me fui submetendo;
depois de um crescimento significativo, reflectido em escritas e ideias, agora é mui custoso mudar de página...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

mais

actualizada, uma vez mais, a lista de blogues;
agora mais sobre a educação, perspectivas precisam-se, e sobre a minha cidade, Évora, pois claro;

municipalização

a escola e a educação têm vivido, desde Abril de 74, entaladas entre interesses; sejam eles profissionais ou locais, corporativos ou pedagógicos, o certo é que esta gestão de muitos interesses tem conferido alguma particularidade às políticas de gestão da educação;
ao contrário de como defende o Ramiro, considero que é exactamente a dimensão política que tem faltado à escola para gerir, de modo próprio, os seus interesses e definir a sua estratégia;
habitualmente os professores escudam-se nos interesses pedagógicos, enchem a boca com o interesse do aluno, afirmam, mais justificativamente que argumentativamente, que a política é exterior à escola;
tão enganados estamos, que somos confrontado com ela todos os dias, em quase todas as circunstâncias do quotidiano escolar e educativo;
introduzi-la de modo claro na escola é apenas a consciência de uma maioridade que é importante conferir à escola situada...

notas

saíram as notas do filhote, final de 9º ano;
sem surpresas, subiu a Português, desceu a matemática e ficou tudo na mesma;
o 3º ciclo foi marcado por uma perda de ritmos e de técnicas de trabalho que há que recuperar agora no secundário; como é que será a grande questão...

autárquicas

ontem foi dia de apresentação dos candidatos autárquicos por parte do PS;
como não sou candidato não estive presente, mas não é por isso que deixo de opinar;
aparentemente e à partida, sem grandes surpresas ou novidades; mantém-se os que já estão, repescam-se algumas segundas figuras e pouco mais;
fico na dúvida relativamente ao nome de Rogério Brito - será o antigo autarca de Alcácer do Sal?; se for, eis uma novidade;
mas, se à partida aparentemente é a continuação, a chegada irá ditar algumas reconfigurações e, estou quase certo, algumas tropelias - internas e externas; isto por que não duvido que irão existir algumas trocas;
resta perspectivar como se irá digerir tudo isto; se se persiste numa gestão meramente intestina e umbilical se se abre o PS à discussão e à participação;

domingo, 12 de julho de 2009

repelente

escfevo na minha varanda, naquilo a que a filhota gosta de designar de jardim, apesar de ainda lhe faltar um bom bocado para que possa legitimamente assim ser designado;
corre não uma aragem, nem uma simples brisa; está mesmo vento, ainda não incomode por aí além;
mais, o vento que se faz sentir é um óptimo repelente de mosquitos e outros objectos voadores que a esta hora se fazem sentir; se assim não fosse, seria impossível estar aqui parado...

deriva

este texto do prof. António Barreto é claro quanto aos métodos e a algumas das suas consequências, utilizado pelo ministério da educação;
ele, bem melhor que eu, escreve de forma clara e elucidativa das diatribes deste ministério;
se ainda assim lhe reconheço a mais valia, oportunidade e pertinência de algumas medidas de política, não sou capaz, por manifesta impossibilidade, de lhe reconhecer tino e compostura na acção política;
e, o mais caricato, é que em educação é difícil, muito difícil, separar uma (as medidas) da outra (da acção), restando-nos sempre este amargo de boa, o do eterno retorno...

acesso

começam amanhã os preparativos de acesso ao ensino superior;
primeira nota; foi há tanto tempo a minha vez que me lembro como se fosse ontem; algo nervoso e expectante, descia a rua com os materiais necessários; esperei à porta daquilo que era mais uma loja que outra coisa, pela minha vez; fiz o que tinha a fazer e esperei; à primeira não entrei, ainda bem; à segunda (não fiz melhorias, mudei, simplesmente de área e de curso, fui colocado onde queria;
segunda nota; a primeira referência que ouvi ao acesso foi a de mais uns quantos desempregados;
pois é, mas é difícil perceber que ao Estado compete facultar, a todos, a formação considerada adequada; ao mercado competirá a colocação;
pensar que ao estado compete disponibilizar a formação e a colocação é estar desfasado de uma realidade muito mais dinâmica que o simples acesso ao ensino superior;

sexta-feira, 10 de julho de 2009

política

ontem, amena cavaqueira político partidária das hostes da qual faço parte;
há muito tempo que não passeava por estas "atarefações";
por que os filhos, uma vez mais, andavam pela cidade, aproveitei a circunstância e fui ouvir Santos Silva, esse mesmo que gosta de malhar nos adversários do PS;
confesso que não ouvi muito, a conversa entre camaradas no exterior tornou-se bem mais interessante e, reconheço, tinha algumas saudades destas tertúlias;
claras divergências de análise; se não à partida, pelo menos os pontos de chegada, as eventuais ilações da análise, eram bem diferentes;
mas gosto disto, de discutir, de trocar ideias, de partilhar opiniões, de ouvir argumentos e análises;
pena é que este meu PS esteja restringido a momentos formais, institucionais e oficiais; falta todo o resto

devagar

devagar, devagarinho vou terminando - com o belo do gerúndio alentejano - o ano lectivo;
hoje terminei mais um processo, o referente às provas de aferição e aos exames nacionais de 9º ano do qual fui coordenador; é certo que me falta ainda o dito cujo relatório, sem o qual nada, na minha escola, fica concluído ou é tão só aceite; coisa pouca que despacharei no decorrer do fim-de-semana;
depois soube também que o processo de eleição da minha magnífica reitora, digo directora, foi homologado; não que a informação tenha chegado ao presidente do conselho geral, isso mesmo, cá o ge, mas soube da notícia e fiz mais um risco no meu dossier de trabalho escolar;
como foram entregues as listas para o próximo conselho geral, quer de docentes quer de funcionários, sinal que consegui mobilizar as hostes (e não apenas eu, há que assumir);
pé ante pé, lá vou para o final do ano lectivo; e ainda há gente que me pergunta se já estou de férias; pois é, recordações da escola enquanto aluno; esquecem-se é que também há professores na escola...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

tábua

já aqui escrevi, por diversas vezes, o claro complicometro que é a gestão da minha escolinha;
de fichas aparentemente simples, por exemplo os planos de transição de alunos com necessidades educativas, onde no folheto publicado aquando da respectiva legislação apareciam duas tabelas foi triturada e reciclada pelo meu conselho pedagógico dando origem a, nada mais nada menos, que 8 folhas de tabelas e coisas que tais;
quando não se sabe para onde se quer ir e como ir, há tábuas às quais as pessoas se agarram para flutuar, apenas, ficando à espera das correntes para saberem onde podem ir parar...

cidade

ontem, fruto de compromissos sociais dos filhotes, optei por andar por Évora durante a noite;
tenho de assumir que já não reconheço grande parte da cidade nocturna;
ele era um andarilho de jovens de um lado para o outro, de quase todas as idades, dos mais novos, com não mais de 12 anos aos mais velhos, na casa dos 20, era um ir e vir calcorreando o empedrado da praça grande da cidade aparentemente sem origem nem destino;
encanta-me esta cidade, mesmo que parcialmente desconhecida, gosto das suas silhuetas, do seu lusco fusco, das janelas entreabertas a convidar o ar ligeiramente mais fresco da noite;
mas precisa de mais, de muito mais...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

lista

actualizada a lista de blogues aqui ao lado;
apesar de este meu cantinho não estar em quase lado nenhum, apenas dois ou três amigos me têm referenciado, não deixo de destacar alguns sítios por onde passo e que me ajudam a compreender o meu mundo, a minha profissão, a minha pessoa;

OS

coisas boas precisam-se e a notícia da google pensar e querer disponibilizar um sistema operativo rival quer à microsoft quer à linux é coisa boa, venha ele..

enredo

para quem, como eu, gosta da política e de apreciar os cenários políticos, isto anda tudo um bom bocado enredado;
já aqui escrevi, por mais de uma vez, que o PS (tanto nacional como local) está refém da sua estratégia e que só com um admirável golpe de rins - que pode, inclusivamente, vir da oposição - se poderá, ainda que minimamente, desembaraçar do enleio que criou;
pessoalmente não tenho dúvidas que as melhores opções sociais decorrem do PS; mas também não tenho grandes dúvidas se há, nesta altura, capacidade de mobilizar as fracturas (nacionais e locais) provocadas por elementos que muito deixam a desejar em termos de acção política e de relação social;
aos políticos pedem-se soluções, propostas de trabalho, sentidos sociais; mas pede-se também algum bom senso, capacidade de relacionamento transversal e muita capacidade de ouvir para decidir; e tem sido coisa difícil, quer no nacional quer no local, de conseguir;
até que as águas se separem, qual Moisés no Jordão, o enredo permanece pois há manifestas dificuldades de recuperar do enleio, o tempo é escasso e os protagonistas (nacionais e locais) são os mesmos e não conferem confiança...

omissão

o ministério da educação tem andado silencioso - ou silenciado;
depois de muita prevaricação verbal e algum (muito) desacerto de comunicação face às notícias, de colocações e de resultados de exames, a senhora vem fazer mais do mesmo, falar e mal;
perdeu uma óptima oportunidade de se manter caladinha...

voar

recuperar Amália, em tons pop, é não apenas uma ousadia, como é, acima de tudo, um desafio;
este disco revela quase tudo isso, ousadia, desafio e muita qualidade;
é o meu coração, meu amor...

terça-feira, 7 de julho de 2009

perceber

dos que me são próximos e estão fora do ministério da educação, ninguém consegue perceber a lógica dos concursos e de colocação de professores;
por muito que eu próprio tente, não me consigo explicar, por que a situação, mesmo para mim, se torna incompreensível;

igual

a escolinha mantém-se igual a si mesma;
cheia de professores, ainda que muitos pensem que já está tudo de férias (por que os alunos estão de férias), cheia de dúvidas, angustias e muitas incertezas;
os concursos não melhoraram a coisa, pelo contrário, criaram situações verdadeiramente estupidificantes;
o problema é a gestão que persiste agarrada a algumas tábuas de flutuação para que não se afogue, mas provoca o afogamento e a fartura de muitos;

segunda-feira, 6 de julho de 2009

snif

e não sai da escolinha, mantenho-me distante de casa;
agora por mais 4 anos;
snif, snif

educação

num tempo marcado por muita discussão e alguma troca de argumentos, sobre quase tudo e para muito pouco, uma entrada do Miguel dá-me o motivo para discorrer dos meus argumentos em tempos pré-eleitorais sobre a escola, a educação e as opções políticas e partidárias;
uma entrada talvez mais extensa que o habitual;
em tempos de campanha invariavelmente a educação surge com elemento central, incontornável do debate e da troca de galhardetes; não foi apenas a paixão de Guterres a desencadear tal situação; já antes, nos primeiros governos de Cavaco Silva, a educação tinha sido eleita como central no discurso de tomada de posse do seu primeiro governo de maioria absoluta; mesmo antes, durante a chamada primavera marcelista, a educação foi pedra de toque na tentativa de reequilibrar interesses sociais e sectoriais;
primeira questão, por que surge a educação como tema central na discussão política? pela análise da história direi que por três motivos, podendo-se apontar mais uns quantos;
pelo papel que é concebido à educação, de um modo geral, e à escola de modo particular nas lógicas desenvolvimentistas desde o pós-guerra, essencialmente como um instrumento de desenvolvimento, seja ele social (face à melhoria das condições individuais), seja económico (com o aumento da produtividade) e as consequentes repercussões colectivas que daí advêm;
depois pela abrangência e implicação que tem sobre o colectivo de um país; não são apenas os professores os visados, nem os alunos, mas toda a massa de gente que directa ou indirectamente gravita nesta área, sendo algumas centenas de milhar, podem fazer a diferença no número de votos, no ganhar mais alguns pontos percentuais;
finalmente e num claro cruzamento das duas ideias anteriores, porque é tema de fácil debate e discussão, seja pelo carácter que é conferido à escola e à educação, seja pela sua abrangência; aparentemente todos parecem saber, conhecer e dominar o tema e serem capazes de trocar argumentos, opinar, dar o seu palpite como é que devia ser;
contudo, toda esta discussão parece assentar mais em opiniões e na vivência pessoal e particular de cada um face à escola do que propriamente em concepções estruturadas, consistentes e argumentativas sobre o papel da escola;
os partidos políticos não fogem à regra e, de acordo com o seu quadro ideológico e social, vá de apresentarem reformas, alterações ou reconfigurações do sistema; por estas e por outras o sistema educativo nacional ainda não descansou desde 1974 e a onda legislativa e reformista não cessa quase sempre "encravado" entre lógicas da autonomia e do controlo (seja a autonomia com controlo, seja o controlo da autonomia, seja ao nível dos docentes e da administração, seja do aluno/cidadão);
consequência inevitável ainda não se estabilizou uma dada ideia de escola no recente período da democracia portuguesa, de qual o seu papel no contexto social e, muito particularmente, de quais os objectivos e a missão a que estão sujeitos os seus profissionais; vai daí e as reconfigurações do sistema têm reflexos claros no funcionamento da escola; não apenas pela manifesta falta de tempo de "digestão" da legislação, mas também e muito particularmente por que a escola e os professores não têm oportunidade de discutir que escola querem e para que querem; enredamo-nos em discussões laterais, muita das vezes mais justificativas de procedimentos do que argumentativa face às opções;
e, finalmente, o importante será discutir qual o papel da escola no seu contexto, qual o papel dos pais/encarregados de educação na organização escolar e na oferta educativa, entre outros, que modelos de gestão que permitam e facilitem a cooperação, colaboração e a quebra da balcanização pedagógica, qual o perfil do aluno, face ao contexto de uma escola situada e no âmbito nacional e europeu, qual o papel dos seus profissionais, entre a fucnionalização pública e a autonomia profissional;
se querem que lhes diga, reconheço que na política educativa deste governo falhou essencialmente uma ministra, pois reconheço-me na generalidade das medidas de política adoptada - refuto a meritocracia, a empresarialização da gestão e da escola, como refuto a colectivação educativa ou o coorporativismo pedagógico...

julho

este mês, tradicionalmente o mais quente do Alentejo, está, nestes primeiros dias, a ser perfeitamente incaracterístico;
vento, fresco em excesso, desagradável;
se é certo que me alivia o trabalho na horta, pois não tenho de regar tanta vez, também é certo que que, para além de não deixar desenvolver os frutos que precisam de sol e calor, provoca alguma estranheza;
coisas do tempo...

domingo, 5 de julho de 2009

papéis

papéis e mais papéis;
hoje sim, foi dia de arrumar a papelada referente ao ano lectivo que se apresta para terminar;
para além dos papéis foram também dossiês de coisas soltas, a pen da direcção de turma e mais umas quantas notas soltas que se juntaram para memória futura;
ainda não acabei, mas este meu cantinho já está ligeiramente mais desafogado...

petiscos

fim-de-semana que se preze, cá por casa é de petisco;
começamos 6ª feira, mais uns amigos que não deixam a boca por situações alheias, passámos no sábado, com umas francesinhas muito alentejanas mas que em nada ficaram a dever às originais e ainda, no almoço de hoje, uns bifinhos de peru enrolados com fiambre e queijo, que se derreteu na boca e não nas mãos;
o que se pode seguir logo mais, logo se verá...

sábado, 4 de julho de 2009

eleições

as autárquicas, apesar de serem as últimas, parecem ser aquelas que mexem com mais gente, que provocam mais discussões e troca de argumentos;
aqui pela minha terrinha fico com a sensação que a abstenção pode vir a ganhar maior peso;
há argumentos quase que incontornáveis para isso;
Évora teima em não descolar do seu atavismo, da modorra em que tem estado enredada ou em que a têm enredado; as comparações são quase sempre nefastas à terra; torna-se difícil compreender do porquê de outras capitais de distrito crescerem em número e qualidade e Évora parecer estagnada, encravada na disputa de interesses, sectoriais ou corporativos, que impedem a afirmação de uma cidade que tem quase tudo para a sua afirmação;
não conheço ainda a lista, a equipa de José Ernesto, mas se não existe uma aposta forte na competência e na capacidade de pensar Évora e decidir o futuro, sinto receio que fiquemos ainda mais para trás e se corra o sério risco de o PS não ganhar as eleições;

carta

as cartas estão em desuso;
apenas aquelas que nos dão conta das conta persistem e, mesmo essas, têm tendência a passar para o espaço virtual - ecologia, dizem uns, sentido prático, dizem outros;
já não escrevo uma carta talvez há décadas; o mail é mais rápido, um telefonema mais próximo;
cá deixo uma...

coisas

uma semana marcada pela minha ausência da escrita e da leitura dos espaços da blogosfera;
afazeres e outras coisas determinaram a minha ausência;
Tanta coisa que passou, tanta coisa para escrever; contudo, por vezes, o silêncio é de ouro;
cá regresso para divagações e coisas de nada;