quinta-feira, 26 de maio de 2011

raça

(a circular pela net)


A RAÇA DO ALENTEJANO
Como é um alentejano? É, assim, a modos que atravessado.
Nem é bem branco, nem preto, nem castanho, nem amarelo, nem vermelho....
E também não é bem judeu, nem bem cigano.
Como é que hei-de explicar?
É uma mistura disto tudo com uma pinga de azeite e uma côdea de pão.

Dos amarelos
, herdámos a filosofia oriental, a paciência de chinês e aquela paz interior do tipo "não há nada que me chateie"; 
dos pretos
, o gosto pela savana, por não fazer nada e pelos prazeres da vida; 
dos judeus
, o humor cáustico e refinado e as anedotas curtas e autobiográficas; 
dos árabes
, a pele curtida pelo sol do deserto e esse jeito especial de nos escarrancharmos nos camelos; 
dos ciganos
, a esperteza de enganar os outros, convencendo-os de que são eles que nos estão a enganar a nós; 
dos brancos
, o olhar intelectual de carneiro mal morto;
dos vermelhos, essa grande maluqueira de sermos todos iguais.

O alentejano, como se vê, mais do que uma raça pura, é uma raça apurada.

Ou melhor, uma caldeirada feita com os melhores ingredientes de cada uma das raças.
Não é fácil fazer um alentejano.
Por isso, há tão poucos.

É certo que os judeus são o povo eleito de Deus.
Mas os alentejanos têm uma enorme vantagem sobre os judeus: 

n
unca foram eleitos por ninguém, o que é o melhor certificado da sua qualidade.

Conhecem, por acaso, alguém que preste que já tenha sido eleito para alguma coisa?
Até o próprio Milton Friedman reconhece isso quando afirma que 
«as qualidades necessárias para ser eleito são quase sempre o contrário das que se exigem para bem governar».

E já imaginaram o que seria o mundo governado por um alentejano?

Era um descanso
..

quarta-feira, 25 de maio de 2011

mudança

seja por cá ou um pouco pelo mundo fora, quem está no poder sofre as consequências de uma crise que uns provocaram e outros suportam;
espanha foi o que se viu e ; a pretensa baronesa europeia, a chanceler merkel, também arruma as pastas; obama dá tudo por tudo numa recandidatura que ainda não está certa; 
o norte de áfrica deu o mote, o mundo ocidental, talvez pela primeira vez, seguiu-lhe as pisadas;
aqueles que foram sinais de mudança e crença política, casos de obama e dilma russef, só o foram por questões de pele e de género; 
falta clarividência política, visão estratégica, lideres virados para o futuro colectivo onde sobram angústias e disputas de poderes locais ou próprios; sobra economia onde falta política, sociedade, comunidade;
o Estado herdado do pós guerra mostra sinais da idade e não se aguenta com os ditames de uma economia predominante onde apenas alguns se safam e muitos se ressentem;
quais as alternativas ao estado social do pós-guerra; quais as opções de futuro colectivo, nacional ou europeu, o papel do estado social no confronto com uma economia predadora, como garantir a qualidade de vida que se conquistou nos últimos 30/40 anos e a sustentabilidade das gerações futuras, quais as garantias de equilíbrio ambiental perante as necessidade de uma crescente massa de gente;
entretanto andamos preocupados com... pintelhos... 

concordo

nos tempos que correm se há coisas com as quais concordo, esta é uma delas;

terça-feira, 24 de maio de 2011

análises

os próximos tempos, os próximos meses, serão de plena incerteza;
se pode haver certezas elas são duvidosas e tenho dúvidas que haja alguém com capacidade de definir, perspectivar ou antever o que serão os próximos tempos;
as análises são escassas, demasiadamente escassas para percebermos para onde vamos;

desalinhado

socialista que sou reconheço algum constrangimento perante os números, as evidências, as festas e festarolas em que o ps anda envolvido;
se é certo que sempre fui algo desalinhado, por assumir um pensamento próprio e não gostar de carneirismos, defender princípios que são socialistas mas que podem não ser predominantes, tenho de reconhecer duas ou três situações;
estive no comício de évora, foi pena ver tantos elementos que pouco ou nada têm a ver com o alentejo, a não ser que passemos a ser subsarianos, mas pronto;
já tive oportunidade de participar em comícios de praça cheia, estava cheia, mas não era a praça;
sinto alguma mágoa pelos resultados que se perspectivam, decorrentes de erros de governação, de um desgaste quase que inevitável de imagens, mas continuo a defender que prefiro os erros do ps às pretensas virtudes do psd, manifestamente neoliberais; são meios muito diferentes para atingir os mesmos fins;
mas sinto também alguma mágoa, misturada com alguma satisfação, por os resultados mostrarem alguma falta de humildade que tem caracterizado muitos governantes - nacionais e regionais - que os tem afastado do sentido público e socialista da acção colectiva;
o que os resultados mostram, mais que erros ou desgastes, é o progressivo afastamento de dirigentes socialistas da realidade social do meu país e da minha região;
sou socialista, não sei se peça desculpa do eu desalinhamento, há muitos que não podem com esta minha atitude, mas, acima de tudo, procuro a coerência dos valores socialistas;

sexta-feira, 20 de maio de 2011

memória

adoro andar a pé pela minha cidade;
é muito raro utilizar a viatura entre locais da cidade, prefiro caminhar, olhar o perfil do sol a bater nas paredes de ruas e vielas, sentir quem passa, ver as lojas;
em dias como o de hoje, em que o sol voltou a marcar presença, é um deleite andar pela cidade, sentir as gentes;
hoje, entre o passeio e a divagação, uma velhota aborda-me com a questão sobre que dia é hoje; reparei que não fazia a menor ideia em que dia estava;
perde-se a noção do tempo, dos dias, seja por doença ou por simples falta de ocupação;
a memória perde-se e com ela aquilo que somos...

semelhanças

se há coisa que se destaca naquele conjunto de afirmações da oposição de desprezo, quando não mesmo de ódio, por josé sócrates, ele diz respeito a um sentimento que foi partilhado por muitos aquando da governação de cavaco;
sócrates está hoje para a oposição, como cavaco esteve no seu tempo;
com uma agravante para a oposição; sócrates mantém-se, cavaco saiu;

essencial

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam  poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo secretário geral do coral.
‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial
*(atribuído a Mário de Andrade)

quinta-feira, 12 de maio de 2011

economia

não sou grande faceboqueiro, mas ontem, naquele meu cantinho, deixei o desabafo que estou farto de uma pré-campanha exclusivamente em redor da economia, comentada por economista, analisada por economistas, traduzindo tudo e todos a um quadro económico;
se é certo que a economia mandas nos tempos, também é certo que para além da economia há mais mundos;
e não é preciso esquecer que a economia ainda não é política, ainda se precisa desta para que a economia faça o seu percurso;
lembram-se do tempo em que um partido político defendia que as pessoas não são números...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

propostas II

ainda decorrente de propostas, algumas que já aqui deixei, largo uma outra que de novidade apenas tem uma eventual discussão nacional;
juntar educação e formação, que saíria da alçada do iefp;
permitir-se-ia uma maior adequação entre formação e emprego, rentabilizar recursos docentes, adequar competências de formação às necessidades de formação, generalizar a formação de âmbito profissional em processo de articulação com as escolas;

apanhado

ontem, circulando pela cidade, fui apanhado por duas vezes na caça ao voto, na promoção de um e de outro partido;
em ambos metemos conversa, conhecemo-nos, pugnamos por um conjunto de ideias muito próximas, ainda que mediante estratégias diferentes; respeitamo-nos pelas ideias que defendemos e somos capazes de as discutir sabendo que nem uns nem outros mudamos de sentido ou de opções;
o pc andava pela botique de s. bráz, meia dúzia de gente, bandeiras em punho, panfleto em riste estendido a transeunte e a feirante, desprevenido ou não;
o psd à porta de casa, a ver quem passa, acenava bandeiras e um ou outro rosto mostrava-se ao transeunte que por ali circulava no acesso ao centro histórico;
é a campanha a ver se consegue convencer quem já está convencido...

adequação

não contesto, pelo menos liminarmente, uma maior adequação entre formação e emprego, expresso naquilo que muitos designam como uma maior e mais eficiente ligação entre a escola e a empresa;
contudo, dever-se-á ultrapassar uma visão restritiva do carácter instrumental da formação inicial;
forma-se para dois contextos, um presente, de resposta a necessidades mais imediatas, mas forma-se também visando o futuro, aquele conjunto de necessidades que ainda não se evidenciaram ou se destacaram;
formar eclusivamente para o presente é perder de vista o sentido de mobilidade e permeabilidade profissional e sectorial, é perder ou desvalorizar a oportunidade de a escola construir futuros, pessoais ou sociais, profissionais ou outros;
é mais rantével politicamente, mas muito menos eficiente do ponto de vista do futuro,

comunicação

as notícias dão conta das dificuldades de docentes e/ou directores de turma comunicarem com os pais/encarregados de educação;
estamos, docentes, muito presos a um jargão - eduquês - profissional, querendo com isso assumir alguma distanciação ao comum dos mortais, uma pretensa valorização técnica da profissão mediante os termos utilizados;
esquecemos o essencial, informar correcta e adequadamente quem participa na coisa educativa;
e não é por falta de formação dos pais, colegas já me questionaram sobre assuntos apresentados pelos docentes em reuniões com pais em que ele, formado e informado, conhecedor e participativo, ficou aquém daquilo que lhe foi transmitido;
não será também o que acontece em sala de aula?

sábado, 7 de maio de 2011

milagres

os principais e mais pertinentes comentários que tenho ouvido à acção da troika vão no sentido de mostrar algum ressentimento pelo facto de em três semanas terem feito o que nós portugueses não fazemos há anos;
ora considero que não será o mais evidente da acção da troika;
por cá há quem saiba fazer programas de governo sem grandes intenções narrativas, por cá há quem saiba o que são políticas públicas e como tornar quantitativo o que é qualitativo;
em minha opinião o que estes senhores nos vieram mostrar é que santos da casa não fazem milagres;
por cá em todos os domínios e sectores da administração pública, há quem se saiba relacionar com o siadapt, saiba orientar acções e políticas por intermédio de indicadores; por cá há quem tenha competências, formação, conhecimento e experiência sobre como gerir o colectivo, traçando metas, criando indicadores, medindo e avaliando;
o que estes senhores nos vieram mostrar foi que santos da casa não fazem milagres; o que estes senhores vieram colocar em evidência diz respeito a um conjunto de valores muito tugas que, para que o chefe de destaque, há que anular outros, para que se veja que uns não sabem outros os menorizam;
esta uma tradição da nossa administração pública...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

coisas

se há coisas que a troika tornou evidentes, no âmbito das políticas, é o reduzido espaço nacional para a definição e criação de políticas;
o que se já se percebia é a clara orientação europeia por um conjunto de políticas em detrimento de outro, a progressiva substituição de políticas nacionais por pretensas políticas europeias em prol de uma uniformização que tende a homogeneização;
o que a troika destapou é o reduzido espaço nacional para a criação de políticas educativas, agora confinadas a um espaço de execução e pouco mais;
o espaço nacional de acção política cada vez mais se parece com o espaço das escolas, em que uns clamam por autonomia e outros por orientações;
o que nos resta... o espaço da contextualização e equilíbrio, é pouco, mas é o que temos...

dúvidas

se existiam dúvidas quanto às incertezas em que andamos, as sondagens encarregam-se de as dissipar;
ele há de tudo, para todos os gostos;
não é bom, nem mau, é assim;
aqueles que estão sequiosos pelo poder poderá refrear um pouco ou aquecer ânimos;
aqueles que mostram alguma arrogância pelo poder que têm poderá amargurar ou contentar;
daqui a um mês se perceberá...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

lento

nem dei conta, mas este meu cantinho atingiu os 10 mil passantes, ainda muito, muito longe dos objectivos propostos pela troika ou por um qualquer siadap local;
é uma marcha lenta, talvez segura de quem escreve rotineiramente neste espaço vai para 8 anos;
é tempo demais...

mais

ainda na sequência do acordo de financiamento, parece que a política de encerramento de escolas de pequena dimensão e a constituição dos chamados mega-agrupamentos é para manter;
mas só depois, agora era aborrecido, pois claro...

vontade

ainda que sem grande vontade regresso ao meu cantinho de coisas de nada e simples devaneios;
aí estão as medidas da troika, para português de classe média pagar, aguentar e reclamar nos cafés da esquina;
algumas eram esperadas por muitos, outras defendidas em surdina por outros;
os dois sectores mais consumidores inevitavelmente são os mais abrangidos, educação e saúde;
na educação era de esperar - e eu o defendo - um maior espaço de acção à escola situada, como diria o miguel, falta saber como se implementa, se mediante contrato imposto se negociado, se imposto com que regras, se negociado com que margens;
curioso fico pela reorganização administrativa do Estado, central e local, como se irão os diferentes partidos entender, sem bem que à esquerda não perspective entendimentos, mas eles terão de existir, que reorganização, que funções, com que objectivos, para quando;
são tempos difíceis estes que se vivem para o qual recupero uma afirmação de um amigo que já teve melhores dias, mas que, de quando em vez, ganha traços de lucidez, quando afirma que é necessária a: reinvenção do modo de relacionamento com o planeta, recuperação económica e dos valores e regresso ao futuro com confiança e determinação