sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

passou-se

e chegamos ao fim de mais um ano;
nem bom nem mau, assim-assim ou talvez não;
foi duro, no meio da crise, dos cortes, do aumento dos preços, da tensão do déficit, da estabilidade muito instável da política, de um fim-de-ciclo que parece retornar ao ponto de partida, das notícias de despedimentos, dos números sempre no vermelho, dos sorrisos que apenas disfarçam a angústia do dia-a-dia;
o próximo a deus pertence, ou a nós mesmos, o que dele fizermos e não nos limitarmos a esperar que as coisas aconteçam;
este ano até a minha escrita se ressentiu; escrevi menos que em anos anteriores, já estive para suspender a coisa, mas o vício da escrita é maior que a vontade de parar;
vamos ver como é o próximo; espero entregar a tese, espero e tudo farei para que isso aconteça ainda no primeiro semestre do novo ano; tenho saudades da normalidade, de não pensar, das coisas simples, de ter tempo a mais e de não saber o que com ele fazer;
este já se passou, venha o próximo, bom ano...

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

ofertas

as ofertas de natal de tão insistentes, levaram-me à descoberta de um novo autor em língua portuguesa;
de novo apenas a minha referência, pois é prolixo na produção; em pouco tempo, qualquer coisa como10 anos, escreveu e editou 10 livros, uma média bem forte e significativa da sua capacidade de escrita;
os comentários que li davam conta de auras e laudas significativas;
bem que os pedi no natal, não houve hipótese pois não existe na cidade de évora; assim que pude comprei dois dos seus títulos, aqueles que estavam presentes na livraria;
um já se foi, matteo perdeu o emprego; história urbana entre mitos e rotinas, taras e ensaio;
vale a pena... acreditem...

passeio

entre o natal e a passagem de ano, sem abranger esta, opto por passear pelo meu país;
o passeio faz-se pelo interior, seja no centro ou no norte, a desculpa é descansar, mudar de sítio e de ares;
desta feita fui até à cidade de bandarra, trancoso, no lado norte da serra da estrela;
há duas coisas que saltam à vista; 
o interior, de norte a sul, desvanece, esmorece, morre em lenta agonia; não são suficientes as estradas construídas, as acessibilidades; é preciso muito mais e não sei realmente o quê;
como segunda nota pelo interior adentro, a referência que o alentejo é moda; não apenas pelo vinho, também pela gastronomia;
entramos num restaurante na zona da Guarda e a ementa dava conta de diferentes referências ao alentejo; o empregado, solicito quanto baste, bem insistiu que optássemos por uma das suas ofertas alentejanas, quando lhe dissemos que do alentejo vinhamos nós, a opção foi outra; 
foi passeio de reconforto e descoberta sempre permanente do meu país... de um interior que lentamente se vai...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

já foi

vivem-se, na generalidade, intensamente os 24 dias que antecedem a ceia de Natal para, de repente como que em estalar de dedos, já se ter ultrapassado esse momento de rasgar embrulhos, fazer cara de espanto e desejar festas felizes;
o Natal já foi, mais um ...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

manifestação

andava eu pelas ruas da cidade quando, um pouco ao longe e no meio das gentes, dou com uma cara conhecida, um antigo aluno meu; depois dois, depois três;
na generalidade das situações fico-me por um olá, não sabendo como reagem os rapazes e raparigas, fruto das idades;
de repente, no entanto, vi-me rodeado de gente, autêntica manifestação; eles não eram três ou quatro, eram duas turmas inteirinhas em visita de estudo à cidade;
fiquei rodeado de pessoal entre conversas de saudades e recordações de uma relação;
faz bem ao ego, dá jeito no reconhecimento do trabalho que se faz...

ortodoxia

ainda na última assembleia municipal ficaram bem evidentes as opções retrógadas, passadista, ortodoxas do município de arraiolos, em clara reviravolta ideológica onde se assentuam dimensões antes remetidas para segundo plano;
no ano passado o documento referente ao orçamento e às opções apresentava um sentidos político, direi natural, normal, decorrentes de opções técnicas e políticas; nada a discutir, a não ser o confronto das opções; este ano, opta por marcar terreno ideológico, utilizando termos e conceitos que fariam inveja, hoje em dia, a fidel e corariam o grande irmão il sung;
o senhor presidente não gosta do reconhecimento da sua ortodoxia, mas fica bem evidente no seu próprio discurso que diz mudar porque a isso é obrigado, critica opções administrativas mas afirma que muda para que tudo fica na mesma;
afinal as atitudes ficam sempre com quem as pratica... as palavras também...

estratégia

a reunião da última assembleia municipal de arraiolos até tinha começado mais ou menos;
o conjunto de pontos na ordem de trabalho davam oportunidade a, por um lado, se procurarem alguns pontos de concenso, por outro, a existir discussão considerando as opções políticas e ideoloógicas ali presentes;
é assim que entendo esta e qualquer assembleia, espaço de discussão, debate e confronto ideológico; não é um espaço de silêncios ou de mera ratificação da vereação, é o espaço privilegiado de participação da democracia;
assim não o entende o senhor presidente de arraiolos, pouco ou nada habituado a ter que trocar ideias, apresentar argumentos, numa claríssima lógica do eu quero, posso e mando;
terá legitimidade para isso mesmo, mas não se poderá furtar ao confronto ideológico, à identificação de outras perspectivas ou ideias;
desta vez, apesar de me atribuirem as culpas, quem não foi correcto foi o senhor presidente, mas decorrente de uma clara alteração estratégica que ele lá saberá explicar...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

confusão

em tempos de crise, de persistente instabilidade e alguma perenidade, de manifesta confusão torna-se essencial o despertar dos lideres e, acima de tudo, das lideranças;
não sou defensor do líder iluminado ou sapiente, aquele que tudo pode ou sabe; defendo, preferencialmente, as lideranças que apelam ao bom senso, ao tacto, à gestão dos interesses colectivos sabendo respeitar circunstâncias particulares ou individuais, à possível colaboração na identificação de soluções;
e isto porque anda tudo num claro alvoroço um pouco por todo o lado; nem o dito espírito natalício apazigua as hostes ou nos traz bom senso;
e bem que precisamos de bom senso...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

coboiada

há muito que não ouvia falar destes senhores, têm novo disco, ainda por cima;
fizeram-me companhia em noites de adolescência, regressam agora com influência orientais em álbum que, pelo que já ouvi, repesca toda a força interior de um grupo marcado por vastos espaços acanhados pelo som;

serviços

o meu serviço é pior que o teu;
sempre que dois funcionários se encontram e trocam ideias sobre as organizações, o mais certo é surgir este tipo de afirmação; 
áh o teu é isso, pois tu nem imaginas o meu;
mas ele há coisas que me incomodam, que mexem com as minhas entranhas republicanas e socialistas;
uma delas é perguntar por um determinado processo que, pretensamente, digo eu, terá dado entrada lá para julho - sendo simpático;
dizem-me que está despachado, boa, pensei para os meus botões, e já foi dado conhecimento do despacho, pergunto eu, não vá... enfim, que não; modestamente pergunto porquê, por que não houve tempo, é a resposta;
certo, mas não houve tempo de agosto até agora?
pronto, tábem, por aqui me fico...

azáfama

ando numa azáfama que nem dou por isso, preocupado que ando com as prendas de Natal;
afinal, o que nos apetece dizer nestas alturas é que Natal é sempre que uma pessoa quiser;
tábem, tá, sabe-se que este tipo de afirmação mais não é que desculpa esfarrapada para a falta de imaginação, para a ausência de ideias ou simplesmente na procura de evitar o desconforto de andar de um lado para o outro à procura da melhor prenda, da lembrança mais carinhosa, do gesto mais simples;
ele há sempre muitas ideias; pergunto à esponjinha ou à filhota e elas descartam logo ali um vasto rol de oportunidades, das mais óbvias diga-se;
claramente o Natal parece talhado para as mulheres, pelo menos para as cá de casa, sempre disponíveis a uma voltinha pelas lojas, um entra e sai, um arrumar de ideias;
já os homens cá de casa são muito mais secos em ideias; e eu lá continuo sem grandes ideias de natal... essa é que é essa...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

quinta

tem estado um dia entre o sim e o não, isto é, ente o cinzento, com umas pingas à mistura, e umas nesgas de sol;
resultado, hoje não me apetece estar por aqui, vou aproveitar a nesga de sol que se insurge por entre as nuvens e dedicar-me à quinta, a fazer aquilo que não sei, entre muitas outras coisas, pois claro...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

companhia

hoje, para variar e descansar um pouquito do jazz, porque também é preciso, a companhia tem sido de uma rádio on-line de música clássica, um mimo;
qual cotonete qual carapuça;
e não se fica pela música clássica como não se fica por nos dar música apenas; pode-se criar o nosso canal ou apenas seleccionar um conjunto de coisas que nos façam companhia;
a mim tem sido a música barroca;

produção

já que estamos em maré de números, reparei agorinha mesmo que o mês de novembro foi, a par de maio e junho, dos meses menos produtivos que tive este ano na blogosfera;
coincidência, talvez, de ter aproveitado para escrever para mim mesmo, para os meus botões e não me apetecer repetir ideias - da remodelação, do tempo, da crise, das políticas educativas;
para além disso estou e ficar-me-ei muito longe da produção do ano passado;
obviamente que efeitos da crise que todos chega e a tudo toca...

questões

no meio da escrita com que me entretenho, da tese, pois claro, é engraçado perceber como o capítulo que considero que melhor estruturei e organizei antes de escrita é aquele que mais trabalho me tem dado exactamente por uma questão de organização, ele há coisas...

desculpas

apetece-me pedir desculpas a quem por aqui passa e não encontra nada de novo;
já é hábito, é certo; por aqui é quase sempre tudo muito igual, divagações, coisas de nada e coisas que tal, pois claro;
mas não me tem apetecido escrever, mero apetite; os dias têm estado frios ou cinzentos, entretenho-me entre o aconchego do lume de chão ou o sossego de dias em descanso; 
e é tão bom ter um livro para ler e não o fazer...