sábado, 25 de janeiro de 2014

precisam-se sonhos - precisamos de ousar

há dias meti-me numa conversa, sendo convidado, sobre a necessidade de sonharmos;
em tempos muito marcados por um esforço quase sem sentido de muitos, sem percebermos qual o futuro dos nossos (dos filhos, por exemplo), para que serve estudar ou trabalhar (pois desconhecemos quase por completo o que o futuro nos reserva), acabamos por dizer que precisamos de sonhar;
precisamos de ter um futuro, precisamos de assumir que construímos o nosso futuro, que mandamos no nosso destino, que somos capazes de traçar e fazer o nosso caminho;
precisamos que se plantem sonhos, que se semeiem desejos, que se cultive uma qualquer vontade colectiva que permita construir sentidos colectivos;
não precisamos que ninguém que nos ilumine o caminho ou que se arme em deus ou farol, não precisamos que impinjam a nossa vontade, nos digam o que queremos ou que o merecemos;
precisamos de agir, precisamos de pensar, precisamos de ir de nós mesmos e fazermos por nós o que nos compete, o que está ao nosso alcance; não precisamos de mudar o mundo, nem alterar as constelações, apenas precisamos de pensar e dizer o que sentimos,
precisamos de ousar, de ser ousados, de quebrar regras e barreiras, ir além das normas e do normal, recusar o cinzento dos dias e assumir que a seguir a este inverno virá a primavera e ela só será bonita se eu fizer alguma coisa para lá chegar, para poder desfrutar das cores e dos aromas que polvilharão os campos;
não é destino, não é regra, não é normal, não é o fado nem o tem que ser, sempre foi assim, que é tudo o mesmo - não é e isso é mera política de ilusões, de subserviência, de dependência;
ousemos, arrisquemos, tentemos, experimentemos, vamos ver no que dá e o dá;
vamos ser gente, de novo, novamente, vamos sonhar com os olhos bem abertos, vamos criar as nossas ilusões, recuperar ideias e dizer aos mais novos que viver vale a pena; se fizermos por isso...

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