quinta-feira, 3 de março de 2011

dúvidas

este texto vai ao encontro daquilo que afirmei mais abaixo, que os tempos são de mudança e incerteza, que os sentidos são de duvidosa concepção;
afinal em que ponto nos posicionamos, entre a escola para todos e a escola para tolos, qual o papel da escola, entre a reprodução social, de modelos e ideias, valores e ideologias, e a reflexão entre o que temos e o que queremos;
é certo que o sistema educativo - e não só - se encontra entalado numa encruzilhada de sentidos; desde a revolução francesa, com os seus ideias e valores de liberdade, democracia e igualdade, do bom cidadão de rousseau aos tempos presentes de polivalência, flexibilidade, criatividade e autonomia, tudo importante desde que enquadrado em padrões de eficácia e eficiência;
à escola tem sido solicitado um pouco de tudo, que forme com autonomia e responsabilidade, desde que na regra predominante, forma para a cidadania desde que na norma política, que se evitem os comportamentos sociais de risco, desde que nos valores predominantes, que, entre a história e a matemática, a geografia ou as ciências, se fale da língua, desde que se respeite aquilo que camões nunca escreveu;
o difícil nisto tudo é perceber como nos organizamos, qual o papel da escola - entenda-se, do professor - num tempo marcado pelo fervilhar de informações tão diversas quanto dispersas, por múltiplos centros de atenção como são de conhecimento, num tempo em que os museus adquirem vida e a ciência se instala na rua, se pedem competências tão diversas quanto a sua amplitude e o trabalho já não é emprego mas reconversão, profissional, académica e social;
é nesta encruzilhada que estamos e iremos estar, pois as fontes de informação serão cada vez mais plurais e diversas, mais fiáveis e a requerer leitura crítica e reflexiva, que o trabalho em sala de aula considere o presente e o futuro, mas saiba respeitar a memória;

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