domingo, 19 de janeiro de 2014

da escrita, dos escritos, das leituras e dos leitores

uma divagação em torno de mim mesmo, qualquer coisa como um desabafo ou um argumento de escrita;
escrevo por que gosto; gosto da escrita, gosto da leitura, gosto de sentir o prazer do fluir da caneta ou o som do teclado; gosto de ver o surgimento da escrita; gosto de apreciar o paralelismo entre as formas de raciocínio (oral, escrito, em pensamento) e da racionalização (de perceber os meus dias, os meus estados de espírito) que a escrita me permite e concede;
acreditem se quiser, tenho quatro diários, que não são propriamente diários, escrevo quando quero, quando considero interessante, oportuno senão mesmo necessário;
um pessoal, claro desabafo que de há uns anos a esta parte segue a minha idade; já me organizei pelos anos lectivos, depois pelo ano civil e agora e mais recentemente pelo intervalo em que faço anos; tenho pois um diário que designo de 50; este diário, tanto é um diário físico, que me acompanha para todo o lado e que me identifica, onde registo ideias e pensamentos, mas também as moengas das reuniões, as alembraduras dos afazeres, entre outros; é também digital, guardado algures no ciberespaço, onde deixo registos mais organizados, mais sistematizados e, particularmente, mais coerentes de mim mesmo, pois não misturo alhos com bugalhos;
depois tenho um diário de escola, onde registo ideias, situações, onde me escrevo enquanto docente, preocupações, notas, avaliações, críticas e comentários a mim mesmo; sejam de mim mesmo ou sobre mim mesmo; este mesmo diário já o dividi por via dos trabalhos e dos objectivos; deu origem a três segmentos, um exclusivamente sobre a actividade lectiva, outro referente aos afazeres escolares e, direi, socio-profissionais, e um terceiro exclusivo sobre o que investigo na escola, concretamente a análise sobre o pca;
depois tenho esta escrita, que escorre por aqui, mais pública, mais participativa, de âmbito de cidadania; são leituras que faço sobre os meus contextos, as minhas preocupações, os espaços e os tempos que me rodeiam, sejam eles a escola, a cidade ou o o que for;
não escrevo para que seja lido, mas obviamente que escrevo para que seja lido, pelo menos por aqui; é um qualquer fetiche de reconhecimento, participação pública, envolvimento pessoal e de sentimentos;
já houve circunstâncias de reparar que o contador avança a passos largos, outros, como os que correm, a mudança de algarismos ser pausada, suave, sem barulho;
paciência;
não estou referenciado em quase lugar nenhum (ao nível da educação não conheço, apenas alguns, poucos, locais de âmbito regional, mas poucos, poucachinhos), certamente que por questões de feitio, - tenho andado quase sempre em contraciclo; para além de não ter/apresentar razões para que me procurem e quem por aqui passa ficar com a ideia que não se justifica voltar;
então escrevo com maior liberdade, uma regulação desregulada, um sentimento difuso de liberdade e condicionalismo de escrita, escrevo por que gosto e pronto...


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