quinta-feira, 29 de novembro de 2012

passos

da entrevista do pm retiro apenas as referências à área da educação, cortes, redução, despesa, propinas;
damos passos atrás, querendo esta gente convencer-nos que estamos a ir em frente - não estamos e, mesmo que possamos ir em frente, é para o buraco; 
este ano bissexto tem sido uma merda mas o próximo não se afigura melhor; desbarata-se o estado social e continuamos a pensar que assim é que tem que ser, que é inevitável (pela dívida doutros, pela falta de alternativas, políticas e pessoais), que morrer seria pior; 
nada de mais errado e que tudo o que se diga, enquanto justificação ou racionalização, mais não são que pregos no caixão do estado social; morto não seria pior, que me enterrassem, vivendo assim sobrevive-se e mal;
este ano, ao nível legislativo da educação, foram produzidas um conjunto de orientações que deixarão a escola, e os professores em particular, de língua de fora quando chegados ao final do ano; mas são apenas os alicerces do que se pode perspetivar: cheque ensino, redução de quadros docentes, mobilidade docente (interna e externa), mais agregações (paralelismo à saúde, uma administração para mais que um conjunto de escolas), afunilamento curricular com predomínio das "disciplinas estruturantes", maior uniformização pedagógica pelos exames, maior seriação dos alunos e mais cedo com a definição de caminhos duais a que chamarão vocacionais mas mais não será que uma "seleção" (alguns dirão natural, uma merda), taxação (entre plafonamento e/ou propina) do ensino (dúvido que seja apenas no secundário), maior dependência aos resultados escolares na clara afirmação predatória do interior e do pequeno; 
não é meter medo, nada disso, não é anunciar o papão, não senhor, é reconhecer um caminho e que a maioria decida se o quer trilhar por que muitos do que votaram foram enganados e o homem mentiu com todos os dentes que tinha na boca - o pec IV que chumbaram era santo ao pé disto que nos espera...

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