domingo, 4 de dezembro de 2011

resistência

por manifesta opção tenho escolhido não escrever;
em tempos em que a crítica se afigura fácil, prefiro remeter-me ao silêncio e ouvir os adizeres de outros;
a dúvida tem balanceado entre o retomar normal da escrita e adoptar uma reconfiguração, relativa às funções que desempenho; sempre seria uma outra perspectiva sobre a escola;
mas resisto, não tenazmente; resisto e pronto;
abdiquei de uma escrita pública, para me dedicar a escrever, como sempre o fiz, para os meus botões; a cacofonia é tanta que se perde o fio à meada e se torna difícil ouvir o nosso pensamento, quanto mais o pensamento dos outros;
apesar desta leve resistência, duas notas;
uma da missa a que fomos convidados a participar no decorrer da semana; primeiro pelos lados de beja, depois pelo norte alentejano e, finalmente, pelo alentejo ainda central; uma missa onde se revela a dimensão institucionalista que a educação adquire, a sua formalização em torno da instrução; chamados para nada, tudo o que se queira é de aguardar;
uma segunda nota para a rigidez da chamada gramática escolar; sou, de momento, presidente de uma comissão administrativa provisória, regressei à gestão escolar passados quase 20 anos; está tudo na mesma? não, não está, mas a gramática, aquilo que se diz e pratica não é assim tão diferente do que era à quase 20 anos atrás; permanece a centralidade do presidente do órgão, o eterno debate infindável sobre os problemas, algumas visões utópicas da escola enquanto fuga e resistência e esquecendo-se a pequena realidade, apregoando a sua dependência ao sistema, promovendo o esquecimento de muitas das possibilidades que existem no dia a dia; culpa minha, pois claro, e os órgãos da escola ainda parecem funcionar como há 20 anos atrás; 

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