sexta-feira, 15 de outubro de 2010

confiança

tenho sido, há vários anos e sob diferentes perspectivas, um sério crítico do funcionamento da direcção regional de educação, este mesmo espaço onde, há pouco mais de um ano trabalho, mas que não é por isso que deixo de pensar e, se necessário, criticar;
continuo a dizer e a afirmar, perante quem de direito, que nem tudo são rosas, que há muitos espinhos, que há lógicas funcionais que se sobrepoem ao interesse colectivo, às orientações estratégicas, aos sentidos políticos da acção educativa - valha isto o que se entender...
mas há uma coisa que, para quem lida directamente com esta administração educativa, não pode ser colocado em causa sob nenhum aspecto ou facto, seja ele político, técnico, pedagógico ou pessoal, consiste na confiança depositada nas escolas, na sua capacidade de acção, intervenção, pensamento, autonomia;
foi esta confiança que fez com que, de 150 escolas que reuniam os requisitos para encerrar, tenham apenas encerrado 30; foi esta confiança que fez com que, à revelia do nacional, se agregassem apenas 3 ditos mega agrupamentos e todos consensuais localmente e não aqueles quase 30 que são óbvios até para quem lá está; é esta confiança que faz com que se segurem alguma acções claramente contraproducentes à lógica da escola a tempo inteiro, das orientações de política educativa ou aos sentidos pedagógico regionais;
não se desvie a atenção do essencial com capatazes ou coisas que tais; isso é minimizar, senão mesmo desvalorizar, o papel das autonomias locais, das capacidades dos professores, por intermédio dos seus órgãos, assumirem as suas responsabilidades, as suas opções e os seus sentidos estratégicos;
e o que está em causa é isso mesmo, são as opções locais que, mediante desculpabilizações estapafúrdias, colocam em causa a confiança;

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