domingo, 28 de abril de 2013

entre o fim e o vazio - a ausência da educação

m. alves coloca no seu cantinho um texto de um outro autor com a qual estou perfeitamente de acordo;
e acrescento mais;
no tempo da democracia, desde que me lembro de dar atenção à coisa educativa, que me lembro de chavões, palavras, apelos, sentidos sentimentos que os políticos responsáveis pela área da educação utilizavam como mote; 
podiam ser vazias, ocas, despidas, podiam significar nada, mas existiam palavras que trocávamos, que ouvíamos, que aplaudíamos ou repudiávamos; 
mas existiam palavras, desde os tempos de sotto mayor cardia, as da gestão democrática, passando por r. carneiro, da autonomia ou de projecto educativo, das de f. leite relativamente à inclusão das crianças com necessidades educativas, as de m. grilo relativamente ao pré-escolar ou ao novo modelo de gestão, às de l. rodrigues, da escola a tempo inteiro; 
essas ou outras, muitas outras, eram palavras que davam aos profissionais da educação algum sentido, ânimo mesmo para discutir os sentidos que a educação ia ganhando com o tempo, com os modos e com as modas; 
hoje não temos nada, o vazio de palavras e de sentidos, a ausência de qualquer som que nos pudesse orientar; 

sábado, 27 de abril de 2013

seja bem vindo quem vier por bem

este meu cantinho, de escritas e divagações, ganhou alento mediante a publicitação da coisa via o meu mural  do facebook; 
rapidamente ultrapassou as 100 visitas diárias, coisa que em média costuma andar pelas 30/40; o contador de passantes ganhou dinâmica e da serenidade alentejana esta minha aldeia, até parece acelerado pela curiosidade passante; 
afinal, o pessoal escreve, aqui ou em qualquer outro lado, para ser lido, para dar a conhecer ideias e crenças, valores e meros pontos de vista; 
cá vou, cá me entretenho entre dizeres e adizeres, comentários e opiniões; 
como diria o poeta, traz outro amigo... pois é bem vindo quem vier por bem

sexta-feira, 26 de abril de 2013

a ordem do caos

ando a ler r. iturra, "o caos da criança";
preciso de algumas referências no âmbito da antropologia da educação, em concreto na área da etnometodologia, que me permita orientar no processo de análise do pca em que ando enredado; 
estou a gostar imenso da leitura, entre o ensaio e a empíria; 
percebo melhor como pode a educação hoje e em particular a sala de aula, ser um processo de atribuição de alguma ordem no caos contemporâneo, de atribuir alguma significação aos nossos quotidianos, de como tirar proveito das heterogeneidades e das diferenças; 

do dito que é dito e o que fica por dizer

registo nos comentários que oiço e que me fazem chegar que uma das críticas à minha pessoa no concurso a director do ae de arraiolos é, para além daquelas já habituais de quem não me conhece, eu estar ligado ao ps; 
e não dizes nada, pá, é importante que te demarques dessas ideias...
são os comentários ao meu silêncio; 
fico em silêncio pois fizeram-me o favor de me deixar viver em liberdade e democracia, fez ontem precisamente 39 anos; de a existência de partidos políticos e o livre associativismo ser uma das conquistas dessa liberdade e da democracia; que quem tem medo tem cães e eu, de momento, não tenho nenhum; 
por outro lado, quem faz afirmações desta não faz grande ideia do que é ser professor, do que é ensinar; desde sempre, desde os tempos da grécia clássica que ensinar é um acto profundamente político, enraizado em ideias e valores, crenças e modelos; 
ou então esqueceram-se porque certamente em tempos terão pelo menos ouvido falar de m. aple, educação e poder;

quinta-feira, 25 de abril de 2013

onde estava no 25 de abril

na altura tinha 10 anos e terminava aquela que era há altura, a escola primária; 
para mim, na ingenuidade do que pode conter a infância, não deixou de ser um ano normal; fiz os exames finais, para os quais fui todo vestidinho a rigor, inscrevi-me na nova escola, o então ciclo preparatório; 
o dia 25 de abril não deixou de ser algo diferente; primeiro porque não fui à escola; quando acordei lembro-me de sentir algum alvoroço que não era hábito àquela hora da manhã; os meus pais numa qualquer lufa lufa de dúvida, alguma ansiedade; de madrugada bem cedo, tinha ido lá a casa, bater à porta e pedir se o meu pai podia ir à loja e dispensar àquele militar alguma fita para isolar as zonas de intervenção; daí os meus pais saberem o que se estava a passar; 
como não fui à escola, mas os meus pais foram trabalhar, como se de um dia normal se tratasse, andei em cirandas e bolandas entre o largo de aviz e o largo de s. domingos onde era então o quartel general; no meio da correria passava pela praça de giraldo e pelas ruas e ruelas por entre a canalha se escoa como arei por entre os dedos; 
sinceramente não sabia o que se passava, mas gritava e esbracejava como todos os outros adultos que via pelas ruas; lembro-me de andar numa roda viva sem perceber a alegria daquele dia, mas partilhava como se fosse minha, mais não fosse porque tinha faltado à escola;

vontades

descobri apenas hoje e porque me foi solicitado o projecto de intervenção em suporte digital, que há 4 candidatos à gestão do agrupamento de arraiolos; 
sinal que afinal as coisas ainda não estão assim tão más que afaste plena e totalmente as pessoas; afinal e apesar dos ditos que se dizem, a gestão ainda atrai gente;
fico a aguardar desenvolvimentos

abril - sempre


terça-feira, 23 de abril de 2013

terça-feira, 16 de abril de 2013

antes de o ser já o era

dizem-me que para director/a de arraiolos há já nome e dono/a?
que, independentemente daquilo que apresento, currículo e projecto de intervenção, a coisa está decidida; afinal a delegada escolar não me quer em lado nenhum, os meus, longe da porta, os outros dizem que sou assim e assado, isto e aquilo, como se de papão se tratasse;
talvez as pessoas, antes de decidirem, resolvam falar com outros, com colegas, de viana do alentejo, de vendas novas, por exemplo, de mora, por exemplo, com funcionários, auxiliares e técnicos, ouvir antes de formularem uma ideia pré-concebida; 
é verdade que já acreditei na honestidade das pessoas, na justeza dos actos administrativos, na transparência de processos; 
a vida e as situações mostram-me que nem a água é transparente, e que verdade e justiça são coisas que ... enfim...
mas que fiquem descansados, não impugnarei nada, não injuriarei o que quer que seja; afinal não preciso nem de emprego nem de trabalho... e há quem precise efectivamente...

domingo, 14 de abril de 2013

dizeres que serão ditos

na passada 4ª feira entreguei a documentação relativa ao procedimento concursal para o agrupamento de escolas de arraiolos;
fico agora à espera dos próximos desenvolvimentos; sem qualquer tipo de expectativa, por saber que já fiz o que tinha a fazer, por saber que irão surgir bocas, comentários e observações - alguns dos quais certamente correctos - relativamente à minha pessoa; 
depois dos prazos terminados ele será aqui colocado...

terça-feira, 2 de abril de 2013

coisa séria a brincar

por duas semanas, mais coisa menos coisa, regresso à sala de aula; 
gosto de ali estar, trocar ideias, ajudar o pessoal, aprender com olhos iluminados pela dúvida e pela incerteza de quem se apresenta; 
obviamente que duas semanas não dão para tapar buracos mas, perante os tempos, aproveita-se a oportunidade e vá de trabalhar de maneira diferente; 
desta vez são turmas de 8º e de 10º, já só me falta este ano, para cumprir o sistema regular, o 7º e o 12º de resto já os percorri;
hoje, primeira sessão, definição da estratégia, apresentação das regras de trabalho e dos critérios de avaliação; prazo de trabalho, duas semanas...