quinta-feira, 27 de novembro de 2008

olimpo

a bola de hoje trazia, como manchete, a subida ao Olimpo;
ao intervalo há que acrescentar a descida ao inferno, e não fica em Barcelona;

complicómetro

de quando em vez surgem aos nossos olhos manifestos exemplos de como está a escola e de como reagem os professores;
ontem, numa reunião de directores de turma, na tentativa de simplificar processos e aligeirar procedimentos, nomeadamente os referentes a planos de recuperação e acompanhamento de alunos no final deste 1º período, apresentam-se os grelhas que mais não são que tratados complicativos do que procuram simplificar;
aparentemente são introduzidos, no processo de transposição da regulamentação para a acção, complicómetros que, assentes na retórica da simplificação, apenas complicam;
desnecessariamente...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

alternativa

a alternativa ao processo de avaliação de desempenho que tanta confusão tem gerado, passa, no meu entendimento, por três situações:
  • separação entre as dimensões administrativas e pedagógicas inerentes ao processo de avaliação e de progressão na carreira;
  • desenvolvimento contextual, em cada escola ou agrupamento de escolas, do processo e da sua formalização, nomeadamente o referente aos indicadores de desempenho, aos elementos de verificação, aos descritores bem como aos trâmites processoais;
  • cruzamento da avaliação interna, definida anteriormente e formalizada em sede de conselho pedagógico, com processos de avaliação externa, conduzidos pelas direcções regionais face a indicadores nacionais previamente conhecidos;
estas três dimensões permitem cruzar a pedagogia com os processos profissionais, valorizar a acção individual docente com processos colectivos de implementação, configurar uma dimensão organizacional com a capacidade reflexiva dos profissionais da educação;

desconfiança

uma das posições que há muito repudio mas que reconheço que caracteriza a relação da "máquina" da administração pública com o cidadão assenta na desconfiança;
é uma situação que cruza uma história cultural e social, com dimensões políticas e ideológicas;
e é esta situação que tem levado, habitual e quase que sistematicamente, ao extremar e radicalizar de posições, ao confronto de ideias e de lógicas quer funcionais quer organizacionais;
o presente processo de avaliação de desempenho passa também por esta dimensão de desconfiança, algo alimentada pela tutela, como algo justificada pela posição dos sindicatos;
duas colegas estruturaram uma (credível) proposta alternativa de avaliação de desempenho assente na capacidade das escolas, leia-se dos professores e das suas estruturas, nomeadamente o conselho pedagógico, estruturarem, organizarem, operacionalizarem e verificarem todo o processo;
choca na desconfiança de nós próprios e da tutela confiar em quem devia regular, talvez por conhecimento das suas próprias posições;
mas há alternativas...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

tempo


as pessoas e o tempo ou o tempo das pessoas;
o sol esconde-se descobrindo-se um céu cinzento e ameaçador de chuva;
incomoda mas faz falta cá em baixo;
a cidade descobre outros tons, outras tonalidades que lhe emprestam saudade e nostalgia;

posição

do prós e contra pouco há a acrescentar; estava lá quase tudo, os argumentos, a falta deles, as paixões e as diferentes posições, ideias e perspectivas sobre não apenas a avaliação de desempenho mas o próprio professor, a escola e a educação;
acrescento, se me é permitida a impertinência, apenas um ponto, a ausência da ministra é a tentativa de reduzir este processo a uma dimensão técnica quando ele está repleto de política;

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

agenda

na minha escola agenda-se um plenário de professores, para "tomada de posição" relativamente ao processo de avaliação de desempenho;
não me identifico com os subscritores; as razões deles não são as minhas razões; as minhas são de política educativa, do papel do professor e da escola; as deles manifestamente partidárias, sem opção, nem contrário;
fico com a sensação que mais do que a avaliação é o papel do avaliador que ali está em causa;
não estarei presente, demarco-me, distancio-me;

mais

do mesmo;
dia após dia, rotina após rotina;
sempre os mesmos comentários, as mesmas caras franzidas, contraídas;
a sala de professores não ganha nem cor, nem destaque;
será que deveria ganhar alguma coisa?

sábado, 22 de novembro de 2008

límites

esta coisas das tecnologias acabam, algumas vezes, por definir os límites do possível;
ligo o computador e diz-me que não tenho bateria; perco a oportunidade de registar ideias e trocar opiniões por este meio colectivo;

governação


Em Braga, na casa de Prometeu, na imagem, Universidade do Minho, onde oiço falar de governação e políticas de educação;
uma redescoberta permanente de ideias e opiniões, argumentos e posições;

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

análise

no meio da parafernália de discursos em torno da educação, não percebo se estamos no limbo de passagem, entre uma escola que uns defendem e imaginam e outra que querem impor ou determinar, se apenas na confusão do que é ser professor hoje, no século XXI

debate

para onde me viro o discursos é quase sempre o mesmo, de um lado ou do outro, faça chuva ou sol, não há volta a dar;
não sei se atingimos o zénite da coisa, o certo é que a intransigência preenche as conversas, a ausência de bom senso dita ordens e os discursos reificam a coisa;

terça-feira, 18 de novembro de 2008

dúvidas

tenho dúvidas quanto à greve - da sua pertinência, da sua adequação face às pretensões reivindicativas, mesmo da sua postura num momento em que a escola e a educação precisam de bom senso e não de fundamentalismos;
certeza quanto a não prejudicar nem alunos nem famílias boicotando o processo de avaliação dos alunos;

rotina

os dias caem na rotina, na normalidade, no simples rodopiar de um dia após o outro;
ontem encontrei um colega que há muito não via; trocamos ideias de circunstância, apenas para colocar a conversa em dia;
então, e novidades?
qual quê, apenas rotinas, quotidiano, um claro sentimento de castração, de estupidificação, pessoal e profissional;
será que fizemos os dias assim? ou eles são mesmo assim?

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

mais

isto está bem encaminhado, qual poderá ser o final, a luz ao fundo do túnel e que este não seja apenas o comboio a vir em nossa direcção;

normalidade

começo-me a convencer que a anormalidade que vivem a escola e a educação nestes nossos dias é normal;

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

espiral

a situação na educação entrou, em minha opinião, numa espiral algo insolúvel;
acabar com o processo de avaliação docente não é socialmente justificável ou, sequer, aceitável;
suspender o processo não é politicamente adequado;
qualquer solução, neste momento, é escassa e remete para a impossibilidade de identificação da quadratura do circulo;
para onde caminhamos e quais as consequências serão as cenas dos próximos capítulos;

manifestação

Vendas Novas, 08h30, foi com alguma surpresa que chego à escola e dou com uma autêntica manifestação de alunos junto às escolas;
numa e noutra, que são contiguas, juntam-se algumas dezenas de alunos; não deixam entrar ninguém;
oiço que o portão da secundária está trancado; os agentes da GNR
circulam, ou procuram circular, entre os jovens que não gritam nem incomodam, apenas apelam a que ninguém entre na escola;

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

engenharias

sala de professores; meio da manhã, numa daquelas ocupações obrigatórias entre tempos de escolas e afazeres domésticos;
um computador não quer arrancar;
no seu assumido voluntarismo um colega, este mesmo da imagem, mete-se debaixo da mesa, mexe e remexe em fios e tomadas;
de repente... pum, ficamos sem luz, nada de mais, apenas o quadro que não aguenta a sobrecarga eléctrica;
e o computador lá continuou mudo e quedo;
será que conta para a avaliação individual;

modas

se estas situações se tornam um hábito, corre-se o sério risco de virar moda;
se for apenas entre jovens e adolescentes, vá que não vá;
o problema será outro se ganhar outra dimensão;

desadequação

considero que a estratégia pela qual o PS e o primeiro-ministro optam, nesta questão dos professores e da avaliação é, no mínimo, desadequada;
não será pela exaustão dos professores que o ME ganhará a razão que não tem;
não será pelo isolamento dos professores, face ao restante corpo social (como aconteceu com a escola a tempo inteiro, a ocupação plena dos tempos escolares ou o reforço do tempo de escola), que se afirmará a razão que a ministra não tem;

desculpas

aprendi que as desculpas não se pedem, devem evitar-se;

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

rotinas

as coisas, em termos de escola e de desempenho pessoal e profissional, estão claramente fora da rotina;
por estas bandas, nesta altura do campeonato, três docentes em atestado, dois em eminência de afundamento, outros à base de estimulantes;
estamos apenas em meados de Novembro;
de rotina este ano não tem nada de rotineiro;

terça-feira, 11 de novembro de 2008

mais

palavras para quê:
assistimos a uma ruptura de política educativa entre o governo liderado por Guterres e o governo de Sócrates; onde se construía a autonomia das escolas, assiste-se agora a uma burocratização excessiva e esmagadora.

s. martinho










apesar de tudo e contra muitos, a escola continua a assegurar a permanência de lendas, mitos e estórias;
é o caso do dia de hoje, de S. Martinho, onde, em cada escola, permanecem traços de sempre nessa continuidade de mitos e lendas;
imagens desta minha escola em dia de feira de S. Martinho;

opinião

não é por se ser socialista - como é o meu caso - que não se tem uma outra opinião;
ser socialista não pode significar uma atitude meramente contemplativa às medidas de política, mas, pelo contrário, terá de significar pensamento reflexivo, atitude crítica, opinião fundamentada e sustentada;
é o caso desta corrente de opinião que, para além de outros eventuais objectivos, mostra que existem outras ideias, outras possibilidades, outros caminhos, outros possíveis;
isto também é opinião socialista;

processo

tive oportunidade de, no contexto de outras funções, ter participado na implementação do SIADAP o sistema de avaliação da administração pública;
nesse serviço, houve, formação, informação e esclarecimentos;
nas escolas, o processo de avaliação de desempenho docente, foi atirado para cima da mesa, implicando o reformular de todo um vasto conjunto de procedimentos internos, sem o mínimo apoio, enquadramento ou esclarecimento;
o pessoal que se desfiasse;
qual o papel das direcções regionais neste processo? qual o campo de intervenção da inspecção? quais os objectivos que poderiam ser conferidos aos novos centros de formação?
tudo indicações claras de um processo que foi conduzido com os pés e à revelia dos principais actores, os professores...

do contra

nesta altura é difícil, senão mesmo impossível, dizer coisas novas ou apenas diferentes contra o processo de avaliação;
assim sendo, repito o que sinto:
não concordo por procurar o respeito pela diferença e procurar a uniformização;
não concordo por defender o ensino diferenciado e assentuar a homogeneização;
não concordo por desresponsabilizar a escola e responsabilizar o docente;
não concordo por se afirmar a autonomia das escolas e se imporem regras externas;
não concordo por ter sido atirado para cima das escolas e elas que se desenrascassem;
não concordo por procurar o mérito e promover o carreirismo;

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

dúvidas

no meio da confusão em que estão as escolas e a educação, pergunto-me se seremos (os professores)culpados de termos razão;

day after

no dia a seguir à manifestação tudo se diz, muito se comenta, nada se faz;
a minha sala de professores está repleta de cópias de escolas que pedem a suspensão do processo, mas ninguém se atreve a apresentar uma por estas bandas;
os comentários tudo querem e tudo prometem, mas por aqui as reuniões, disto e daquilo, sobre isto sobre aquilo, mantém o seu ritmo de sofreguidão...

nacionalização

uns, porque tinham um buraco de 700 M€ foram nacionalizados; e estes não?

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

oportunidade

não deixa de ser elucidativo, ia escrever engraçado, que o PSD se pronuncie sobre a educação apenas depois de o seu líder, o presidente da república, ainda que indirectamente, se pronunciar sobre a temática e a situação;
não terá sido despropositado, mas não ouvi alternativas, nem propostas contrárias; suspender apenas? para mais tarde se reiniciar?

espera

sempre que estou à espera, aproveito para verter ideias e deixar alguma escrita para mais tarde recordar ou utilizar, consoante as situações e as circunstâncias que lhe dão origem;
agora espero pela filha e escrevo aqui;
vantagens de uma tecnologia sem fios, da mobilidade destas coisas que arrasta consigo ideias e oportunidades;

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

culturas

as culturas escolares sempre foram muito marcadas pela corporação, mais do que pela cooperação;
mas noto, pontual e casuisticamente, uma ligeira alteração dessas culturas, direi, mais tradicionais, fechadas na sua relação individual de sala de aula, de comentários colaterais sobre os outros (nomeadamente os alunos), e o progressivo aparecimento de lógicas de cooperação, entreajuda, ainda que marcadas, como quase sempre, pelas cumplicidades individuais, pelas conversas bilaterais, pelos interesses em comum;
mas a sofreguidão dos dias escolares (cada vez mais menos educativos) levam a que se esmoreçam e se esbatam;
vamos ver até quando e com que consequências;

como tudo

como tudo e como em todo o lado, é a plena normalidade dos quotidianos;
nesta minha escola há professore(a) muito, muito bons;
empenhados, críticos, reflexivos, preocupados, atentos, são aquilo que designo como profissionais;
alguns procuram passar despercebidos, sorrateiramente entre um toque e o outro, revelando-se essencialmente na dinâmica relacional da sala de aula, na estratégia alternativa que configura;
mas há outros que são para esquecer.
como tudo

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

comentários

trabalho de porta aberta; está sempre pronta para ser atravessada, de um lado e do outro;
hoje, durante uma aula, um aluno CIFado, como diria um colega, entra-me pela sala, senta-se a meu lado e, depois de um pequeno silêncio, pergunta-me, para o ano és meu professor;
não sei, mas é provável que não;
oh, que pena, vou ter saudades de brincar contigo;

passagem

não falo nem comento outras realidades, desconhecidas ou distantes;
parto do meu contexto e digo que, fruto de muitas e variadas circunstâncias, hoje não se está na escola, passasse pela escola;

terça-feira, 4 de novembro de 2008

assembleia

em sessão de formação cívica hoje a opção foi pela realização de uma assembleia de alunos;
reorganização da sala, para que todos nos pudessemos ver e ouvir, definidas as regras de saber falar e saber ouvir, apontadas as linhas do debate, trocaram-se ideias, partilharam-se opiniões;
aliviam-se tensões e procura-se compreender o outro lado;
difícil mas não impossível, é trabalhar as soluções, sem moer (pelo menos excessivamente) os problemas;

posição

há discursos marcados pelo silêncio;
as propostas do PSD, em tempo de Magalhães e rankings, pauta-se pelo ruido silêncioso da inexistência de alternativas quando afirma que se pretende uma "educação exigente, não "uma política de computadores Magalhães";

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

(des)União

O Paulo, conhecido e reconhecido por estes lado, bem pede - “Unidade e dignidade da classe.”;
contudo, tenho sérias dúvidas quanto ao que pede;
nunca estivemos unidos, nem mesmo na adversidade, onde é tão fácil reunir consensos, a dignidade sempre deixou muito a desejar, tão diversos e dispersos que somos;
há partidos a mais onde falta política, como dizia (e bem) o Miguel;

futuro

no âmbito da área de projecto, que lecciono, tenho um subgrupo a trabalhar sobre a escola do futuro;
desde ideias recolhidas aqui e ali, até contributos individuais sobre perspectivas dos jovens sobre o que pode/deve ser a escola do futuro, estou, reconheço, curioso;

regulamentação

li há dias, a propósito de um membro do governo, que era a favor do pluralismo, desde que devidamente enquadrado;
situação semelhante se pode dizer da nossa ministra da educação e parceira do outro senhor no governo, que é a favor das autonomias (das escolas, dos profissionais) desde que devidamente regulamentadas;
são resquícios de quadros políticos, partidários e ideológicos aos quais pertenceram mas que ainda não largaram;

domingo, 2 de novembro de 2008

hábitos

passados tantos anos, em que é requerida ou obrigatória a presença de encarregados de educação (EE) em algumas reuniões de conselho de turma, há hábitos que não se interiorizam;
é perceptível, por parte de alguns docentes, o incómodo que causa a sua presença, as hesitações aquando das explicações, o atabalhoamento dos argumentos;
profissão colectiva esta a de professor, é feita de um encerramento excessivamente individualista;

individual

o fim-de-semana foi passado entre os acertos de um programa educativo individual e um projecto curricular de turma;
o problema é que quase ninguém tem tempo para as obrigações, quanto mais para coisas que designam de acessórias;
sobra para o Director de Turma, pois claro;